Fibroína
As fibras de seda de aranha e ácido poliláctico são
recobertas por partículas de biocerâmica, que lhes dá resistência sem perder a
flexibilidade.
Engenheiros biomédicos da Universidade de
Connecticut (EUA) criaram um composto biodegradável feito de fibras de seda de
aranha que pode ser usado para reparar ossos fraturados sem as complicações
algumas vezes apresentadas pelos materiais metálicos.
Normalmente, a reparação de grandes ossos, como os
da perna, envolve colocar uma placa de metal para sustentar o osso enquanto ele
se funde e cura. No entanto, isso pode ser problemático. Alguns metais soltam
íons no tecido circundante, causando inflamação e irritação; e, se a placa de
metal exercer muita carga na perna, o novo osso pode ficar mais fraco e
vulnerável a novas fraturas.
A professora Mei Wei e sua equipe voltaram então
sua atenção para a fibroína da seda, uma proteína encontrada nas fibras de
seda tecidas por aranhas e mariposas, materiais bem conhecidos pela sua
resistência e biocompatibilidade.
No entanto, ninguém até agora havia tentado
produzir um compósito polimérico denso a partir da fibroína. O novo compósito
precisava ser forte e rígido, mas não tanto que inibisse o crescimento ósseo
denso. Ao mesmo tempo, o material precisava ser flexível, permitindo que os
pacientes mantenham sua amplitude natural de movimento e mobilidade enquanto o
osso se cura.
Suporte
ósseo biocompatível
Após dezenas de testes, equipe encontrou os
ingredientes e as dosagens que procurava.
O novo compósito é formado por fibras longas de
seda e fibras de ácido poliláctico - um termoplástico biodegradável derivado do
amido de milho e da cana-de-açúcar - que são imersas em uma solução na qual cada
um é revestido com partículas biocerâmicas finas de hidroxiapatita (o fosfato de cálcio encontrado nos
dentes e ossos). As fibras revestidas são então postas em camadas e o material
é formatado em barra em um molde de compressão a quente.
O compósito biodegradável apresentou
características de resistência e flexibilidade que estão entre as mais altas já
registradas para materiais biorreabsorvíveis similares relatados na literatura
médica - os resultados foram publicados no Journal of the Mechanical
Behavior of Biomedical Materials.
A equipe afirma que ainda há trabalho a ser feito,
sobretudo porque acreditam que é possível obter resultados ainda melhores
ajustando os ingredientes e os processos de fabricação. Só então o material
estará pronto para testes clínicos
0 comentários:
Postar um comentário