Encorajados
a debater formas de alcançar saúde para todos e assumir o compromisso com a
cobertura universal, ministros e delegados das Américas compartilharam suas
experiências no plenário da 71ª Assembleia Mundial da Saúde. As autoridades
também confirmaram seus compromissos em relação à saúde universal.
No
total, mais de 25 delegações das Américas discursaram no plenário. Na
abertura da Assembleia, em 21 de maio, Canadá, Cuba, Argentina, Honduras,
Curaçao e Equador fizeram apresentações. Em seguida, um resumo das
apresentações de outros países da região:
Brasil:
cooperação internacional para fortalecer sistemas de saúde
Em
seu discurso perante a Assembleia Mundial da Saúde, o ministro da Saúde do
Brasil, Gilberto Occhi, falou sobre os desafios de gerir um sistema de saúde
universal para os países em desenvolvimento. Afirmou que, por essa razão, seu
país presta cooperação internacional em saúde como uma estratégia para promover
o desenvolvimento sustentável.
Occhi
também destacou que o Brasil tem enfrentado um surto de sarampo na fronteira
norte, além do de febre amarela, de forma coordenada com a Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). “Em parceria
com os países vizinhos da América do Sul, estamos intensificando as ações de
vigilância epidemiológica e fortalecendo o cuidado nas regiões fronteiriças.”
O
ministro também disse que não há saúde universal sem acesso a medicamentos,
vacinas, tecnologias e serviços de saúde. Por isso, o governo brasileiro
anunciou uma doação voluntária à OMS para promover o acesso a medicamentos e
vacinas. Assista
aqui ao discurso.
México:
saúde não é uma mercadoria e o mercado não deve decidir o rumo de sua atenção
O
secretário da Saúde do México, José Ramón Narro Robles, abordou as
desigualdades que atentam contra a saúde. “Vivemos em um mundo de contrastes e
o principal desafio para a humanidade é reduzir as desigualdades, incluindo no
acesso aos serviços de saúde”, argumentou.
Robles
enfatizou que a saúde é um direito humano, mas que os indivíduos também têm
responsabilidade em, por exemplo, abordar fatores de risco para doenças
crônicas não transmissíveis. Disse ainda que alguns “inimigos” da saúde são
modificáveis por meio de uma população informada e com acesso aos serviços. “A
saúde não é uma mercadoria e o mercado não deve decidir o rumo de sua atenção.” Assista
aqui ao discurso.
Costa
Rica: considerar a saúde em todas as políticas
A
embaixadora da Costa Rica, Elayne Whyte, explicou ante às Nações Unidas o
processo que o país vive, há décadas, para alcançar a cobertura universal em
saúde e descreveu o impacto disso em relação ao aumento da expectativa de vida.
Nesse sentido, ela afirmou que “é indispensável considerar a saúde em todas as
políticas”.
Whyte
disse que a Costa Rica é consciente dos grandes desafios que ainda enfrenta
para garantir o caminho rumo à saúde universal. Na ocasião, pediu por
mecanismos de coordenação em nível global para que o compartilhamento de
informações sobre boas práticas flua em todo o mundo. Assista aqui ao discurso.
Estados
Unidos: compromisso em doar US$ 7 milhões à OMS para resposta ao surto de ebola
O
secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex M. Azar, pontuou que o
trabalho da OMS deve ter como prioridade as doenças infecciosas que podem
cruzar fronteiras. “Estamos melhor preparados, em parte, porque os Estados
Unidos investem generosamente em prevenção, tanto dentro do país como no
exterior.”
Azar
adicionou que a OMS deve continuar fortalecendo sua coordenação para atender as
emergências mundiais. Ele citou o atual surto de ebola no Congo para ilustrar
que a OMS deve se concentrar em sua função mais essencial. Anunciou também que
o país doará US$ 7 milhões para a resposta ao surto, além da assistência que já
está sendo oferecida por meio de profissionais. Assista aqui ao discurso.
Jamaica:
a atenção primária é a chave para alcançar a saúde universal
O
ministro da Saúde da Jamaica, Christopher Tufton, afirmou que é necessária uma
visão inovadora na abordagem dos desafios para alcançar a cobertura universal
em saúde. Ele enfatizou que o país acredita firmemente que a atenção primária
em saúde é a chave para alcançar a saúde universal e que o foco deve estar na
prevenção e na saúde com base comunitária. Tufton enumerou as medidas adotadas
pela Jamaica, incluindo um plano estratégico de 10 anos para a formação de um
seguro de saúde nacional.
Tufton
também expressou sua satisfação pela integração do impacto da mudança climática
na saúde no programa de trabalho da OMS, já que essa é uma questão que afeta
sua região. Ele atentou os países para a escassez dos profissionais de saúde,
em particular enfermeiras e enfermeiros, o que constitui um desafio para
alcançar a saúde universal. Assista aqui ao discurso.
Uruguai:
saúde universal implica em decisões políticas que envolvem outros setores O
ministro da Saúde do Uruguai, Jorge Basso, afirmou que seu país vem
implementando uma série de políticas públicas para assegurar a saúde universal.
Entre elas, destacam-se a Reforma da Saúde, o Sistema Nacional de Cuidados e as
melhoras no sistema educativo, “que junto a uma política econômica que tem
gerado estabilidade, emprego e investimento, têm permitido que a sociedade
uruguaia se beneficie com um crescimento econômico contínuo de 14 anos”.
"O
grande desafio que o país enfrenta é aprofundar e melhorar a qualidade dessas
políticas para alcançar o maior impacto possível e tornar sustentável nosso
processo de desenvolvimento", disse.
O
ministro lembrou também que o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, está
impulsionando, junto a autoridades da Finlândia e da Rússia, uma iniciativa
promovida pelo diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, para que os países
adotem as decisões políticas necessárias para diminuir a carga de mortes
prematuras por doenças crônicas não transmissíveis. Espera-se que o resultado
desse trabalho, disse Basso, culmine em um “uma contribuição substancial e que
na reunião das Nações Unidas, em Nova York, a liderança política se renove para
avançar decididamente na prevenção e controle dessas doenças, dando sinais
claros de que há prioridades na área da saúde que estão acima de qualquer outro
interesse". Veja
aqui o discurso.
Peru:
saúde universal com base em equidade e solidariedade
A
ministra da Saúde do Peru, Silvia Pessah Eljay, explicou que a cobertura
universal em saúde não é suficiente e que se requere a oferta e a prestação de
serviços de qualidade. Nesse sentido, o país tem trabalhado para promover um
sistema integral e acessível, que prioriza as pessoas mais vulneráveis.
Silvia
indicou que o país ainda está trabalhando para preencher as lacunas que impedem
alcançar todas as pessoas “com base em equidade e solidariedade” – por meio de
seguros de saúde personalizados em redes para que os serviços sejam
complementados. O país também trabalha para fechar as brechas de financiamento
à cobertura universal de saúde. Assista aqui ao discurso.
Colômbia:
novos desafios em segurança sanitária
Em
seu discurso na Assembleia Mundial da Saúde, a embaixadora da Colômbia em
Genebra, Beatriz Londoño, destacou o caminho percorrido por cada país para a
implementação da saúde universal com um plano único de benefícios para os
cidadãos, acesso equitativo aos medicamentos e um novo modelo de atenção à
saúde, que inclui a implementação dos compromissos incluídos nos acordos de paz
do país.
Londoño
também citou os "novos desafios para a segurança da saúde", como os
recentes surtos de sarampo, difteria e febre amarela na região. A embaixadora
explicou que seu país estava recebendo um alto fluxo de migrantes venezuelanos
e descreveu os cuidados de saúde prestados a essa população. Afirmou também que
é necessário "avançar em uma resposta regional, na cooperação
internacional" para responder de forma integral a essa
situação". Assista
aqui ao discurso.
Venezuela:
medidas para enfrentar os atuais desafios
A
vice-ministra da Saúde da Venezuela, Indhriana Parada, afirmou que, nos últimos
20 anos, o país passou de um sistema de saúde assistencial para um sistema de
saúde integral, equitativo e participativo, que presta atendimento gratuito a
toda sua população.
Indhriana
explicou que, em 2017, após a introdução da difteria e do sarampo no país, um
amplo plano de vacinação para conter os surtos foi desenvolvido com o apoio da
OPAS/OMS e de equipes formadas por médicos cubanos. Ela afirmou também que o
país assume 100% dos custos com medicamentos e os produz, mas enfrenta um
bloqueio econômico que o impede de acessar outros medicamentos e vacinas. A
vice-ministra ressaltou que está investindo em ações para prevenir a malária,
entre outros pontos. Assista
aqui ao discurso.
Panamá:
reduzir a carga das “doenças de transmissão social”
O
ministro da Saúde do Panamá, Miguel Mayo Di Bello, assegurou que o país está
comprometido a superar as barreiras que impedem a cobertura universal, como a
pobreza e a exclusão social.
Nesse
sentido, a reforma da saúde que está sendo implementada aborda políticas como a
melhoria da oferta de água e serviços de saneamento básico, fortalecimento da
atenção primária à saúde e maior capacitação em recursos humanos. Também
procura reduzir o ônus das doenças crônicas não transmissíveis, "ou
doenças de transmissão social, onde o controle dos fatores de risco também é
uma prioridade nacional". Ele disse também que está trabalhando em relação
aos impostos para bebidas açucaradas e rotulagem adequada de alimentos, entre
outros.
Mayo
mencionou a Agenda de Saúde 2030 como um guia para desenvolver planos de saúde
rumo ao futuro. Assista
aqui ao discurso.
Chile:
o envelhecimento é um desafio ao sistema de saúde
O
Chile avançou em direção a um sistema solidário e eficiente de saúde nos
últimos 10 anos, mas que agora enfrenta o desafio do envelhecimento da
população – o que supõe novos caminhos para o sistema de saúde ao longo do
tempo, argumentou a subsecretária da Saúde do Chile, Paula Daza.
“90%
das pessoas idosas atualmente é atendida no sistema público de saúde, por isso
estamos trabalhando com o curso de vida para desenvolver políticas de
prevenção”, disse. Daza garantiu que promover a saúde da população é uma
prioridade do governo de seu país.
Além
disso, ela comentou em seu discurso as medidas adotadas para a redução do risco
em desastres naturais, em coordenação com a OPAS, com o intuito de fortalecer
as capacidades em emergências do país. Assista aqui ao discurso.
El
Salvador: rompendo as barreiras para alcançar a saúde universal
"A
saúde universal é a oportunidade que milhões de pessoas historicamente
excluídas têm de seu direito à saúde. Para elas, estamos quebrando as barreiras
econômicas, geográficas, tecnológicas e culturais", disse a ministra da
Saúde de El Salvador, Violeta Menjívar, que descreveu em detalhes as ações
tomadas pelo governo.
A
ministra destacou que o número de estabelecimentos de atenção primária dobrou,
esforços foram feitos para aumentar a densidade de recursos humanos em áreas
rurais mais remotas e a participação social da comunidade foi promovida como a
base do modelo de saúde. Afirmou também que seus objetivos, de acordo com as
particularidades do país, estão alinhados aos da OMS. Ela ainda agradeceu à
OPAS pelo apoio a todas essas reformas. Assista aqui ao discurso.
Guatemala:
o trabalho intersetorial levará à cobertura universal de saúde
O
ministro da Saúde da Guatemala, Carlos Soto, falou sobre os desafios que o país
enfrenta em termos de saúde e explicou o que está sendo feito para que eles
sejam superados. "O governo definiu a saúde como uma prioridade. Nosso
compromisso é de que todos os guatemaltecos tenham acesso à saúde; esse é o
eixo estratégico da reforma de saúde", disse.
"Na
Guatemala, nossos desafios são grandes, mas estamos convencidos de que o
trabalho intersetorial trará cobertura universal de saúde",
assegurou. Assista
aqui ao discurso.
Fonte: OPAS/OMS Brasil
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