Embora os países das Américas
tenham implementado estratégias inovadoras para impulsionar os programas de
imunização durante a pandemia de COVID-19, a preocupação com o risco de
exposição ao novo coronavírus, bem como os desafios de acesso aos serviços
durante o confinamento, levaram a uma redução na cobertura vacinal, mostram os
resultados de uma série de pesquisas internas da Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS).
As pesquisas foram realizadas
com consultores dos programas de imunização da OPAS em 16 países da América
Latina e 22 do Caribe e revelam que, à medida que as políticas de confinamento
diminuíram e foram relaxadas, a oferta de serviços regulares de vacinação
aumentou.
Isso se deve à implementação
de medidas como a vacinação drive-thru, postos móveis de vacinação, vacinação
em domicílios e outros locais estratégicos como bancos e escolas vazias, além
da comunicação digital para enfatizar a importância da imunização durante uma
pandemia.
Apesar desses esforços, no
entanto, o Resumo da
Situação dos Programas Nacionais de Imunização durante a Pandemia de COVID-19 revela
que a preocupação pública em torno do risco de exposição à COVID-19 afetou a
demanda por serviços de vacinação. Outras questões, como confinamento ou
distanciamento físico, bem como limitações no transporte público, também
levaram à redução da cobertura vacinal e ao aumento das lacunas existentes.
Relatórios de 23 países
revelam uma diminuição entre 12% e 14% no número de doses da vacina contra
difteria, tétano e coqueluche (DTP) e da vacina contra sarampo, caxumba e
rubéola (conhecida no Brasil como tríplice viral) administradas a crianças em
comparação com o mesmo período do ano passado, principalmente em março.
Cuauhtemoc Ruiz Matus, chefe
do Programa de Imunização da OPAS, enfatizou a necessidade de “os países
continuarem a implementar medidas e estratégias inovadoras para alcançar
aqueles que não foram vacinados”. Ele também pediu mais iniciativas de
comunicação social “para transmitir mensagens à população sobre a importância
da imunização e manter as pessoas saudáveis e protegidas contra doenças
evitáveis por vacinação”.
Na pesquisa, participantes de
17 países relataram um impacto na vigilância epidemiológica devido à mudança
nas prioridades para os casos de SARSCoV-2. No entanto, outros fatores, como
recursos humanos dedicados para a resposta à pandemia, redução das
investigações de campo e triagens para doenças evitáveis por vacinas, bem como
a suspensão do envio de amostras para análise, também dificultaram a
vigilância. Os participantes da pesquisa também indicam que a notificação de
casos diminuiu significativamente.
O fechamento das fronteiras
internacionais e problemas com o transporte internacional também levaram a
dificuldades na entrega de vacinas e suprimentos para programas nacionais de
imunização, com entrevistados de 18 países (47%) relatando problemas nesta
área.
Daqueles que responderam a
pesquisa em 38 países, 12 também enfatizaram a interrupção dos serviços
laboratoriais devido à redefinição de prioridade do trabalho de diagnóstico de
casos da COVID-19.
A publicação analisou os resultados
de pesquisas realizadas a cada duas semanas de abril até 6 de julho de 2020. Os
inquéritos mostram que os serviços de vacinação de rotina têm aumentado
lentamente nos últimos meses. Todos os entrevistados relataram na pesquisa mais
recente que os serviços de vacinação estavam abertos.
Crédito da foto: Karina
Zambrana
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