Após meses alertando para o aumento do número de casos e mortes no país, o Boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz e referente à Semana Epidemiológica 32 (de 2 a 8 de agosto), indica uma manutenção do sinal de nova fase de queda de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Apesar da redução, os números de casos e de óbitos ainda estão acima do valor considerado muito alto e, entre as ocorrências com resultado positivo para os vírus respiratórios, 96,7% dos casos e 99,1% dos óbitos são em decorrência do novo coronavírus.
Com base na média móvel de três semanas sobre as estimativas apresentadas pelo InfoGripe, após a curva de novos casos semanais apresentar um segundo pico na semana 28 (média entre as semanas 27, 28 e 29), com 21.944 casos semanais, a média móvel manteve queda nas semanas seguintes.
“Chegou
a atingir valor de 18.881 casos para a Semana Epidemiológica 31 (média entre as
semanas 30, 31 e 32), representando uma redução de 14% em relação à semana 28.
Porém, embora seja um resultado positivo, os valores ainda estão acima do valor
considerado muito alto com base no padrão histórico do país”, explicou Marcelo
Gomes, coordenador do InfoGripe.
O pesquisador observa que houve uma alteração na tendência associada ao número de novos casos e de óbitos semanais, inclusive no Rio de Janeiro, que passou a apresentar sinal de estabilização, após leve retomada do crescimento. Porém, ressalta ele, o interior segue preocupante em boa parte do país. Além disso, Gomes chama a atenção para o fato de que a maioria dos estados possui macrorregiões de saúde no interior ainda apresentando sinal de crescimento, mesmo em estados que registram queda há várias semanas.
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Casos de SRAG/Covid-19 e óbitos no país e regiões
O
cenário atual no Brasil sugere que os casos notificados de SRAG,
independentemente de presença de febre, apresentam tendência de queda leve, mas
ainda se encontram na zona de risco. A ocorrência de casos semanais é muito
alta – acima do liminar de atividade muito alta. Em relação às regiões, todas
encontram-se na zona risco.
O
mesmo quadro pode ser observado em casos de SRAG por Covid-19. Todas as regiões
encontram-se na zona de risco com registro de ocorrência de casos muito alta.
Em
relação aos óbitos por SRAG, todas as regiões se encontram na zona de risco e
com ocorrência de casos muito alta. Os óbitos de SRAG por Covid-19 também estão
na zona de risco e com número de casos muito alto.
UFs
com alteração de tendência em relação ao último boletim
Maranhão
(Nordeste) apresenta sinal alterado para queda leve, em relação ao último
boletim, embora a capital São Luís mantenha sinal de possível crescimento leve.
Já Ceará (Nordeste), que mostrava possível retomada do crescimento, foi
alterado para estabilização. No Rio de Janeiro, que também figurava entre os
estados com sinal de possível retomada do crescimento, o sinal atual indica
novo período de estabilização após crescimento leve.
Rondônia
(Norte) mostra estabilização após longo período de crescimento. Por outro lado,
após ciclo de queda, Tocantins (Norte), Pernambuco (Nordeste) apresentam sinal
de estabilização, que também foi observado no Amazonas (Norte) após longo
período de queda.
Já
na região Sul, pela primeira vez desde o início do período de crescimento
acelerado no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - observa-se
tendência de início de queda nos três estados, embora no Rio Grande do Sul o
sinal seja mais leve. Florianópolis (SC), no entanto, mantém-se ainda em sinal
de platô. O Boletim aponta que se encontram em início de queda os estados de
Minas Gerais e São Paulo (Sudeste).
Macrorregiões
de saúde
Nas
macrorregiões de saúde, observa-se sinais heterogêneos dentro do território dos
três estados, com algumas macrorregiões apresentando tendência de crescimento
sem ter atingido ainda um pico. Esta diferença entre macrorregiões se repete em
praticamente todos os estados do país. Diversos estados apresentam pelo menos
uma macrorregião ainda em fase de crescimento ou platô - mesmo aqueles com
siais de Imanutenção de queda a várias semanas.
Os
dados de cada macrorregião de saúde, para cada um dos 26 estados e o Distrito
Federal podem ser conferidos no anexo III do boletim do InfoGripe, com mapa
indicando a localização das macrorregiões de cada estado.
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