A pasta vai disponibilizar R$
47,2 milhões para financiar pesquisas no desenvolvimento de tecnologia nacional
em terapia celular, terapia gênica e tecido artificial, áreas de interesse do
SUS
O Ministério da Saúde lançou,
nesta segunda-feira (3/8), em parceria com o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Chamada Pública para financiar
pesquisas em terapias avançadas. São produtos biológicos obtidos a partir de
células e tecidos humanos que foram submetidos a um processo de fabricação,
além dos produtos de terapia gênica. O foco é a manufatura de produtos de
terapia celular, terapia gênica e de tecido artificial. São produtos
considerados estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, serão
disponibilizados R$ 47,2 milhões. Podem participar pesquisadores vinculados a
Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICT) com foro no Brasil.
As propostas poderão ser
apresentadas até o dia 17 de setembro, por meio da Plataforma Carlos Chagas (http://carloschagas.cnpq.br/), e o
resultado final será divulgado até o dia 30 de novembro no site do CNPq.
Na prática, as terapias
avançadas têm o objetivo de tratar, prevenir ou até mesmo diagnosticar uma
doença e representam uma grande promessa terapêutica para enfermidades
complexas e sem alternativas médicas disponíveis. Ainda está prevista, para
este ano, a contratação de duas pesquisas que envolvem o tratamento com
células-tronco para o tratamento da Covid-19 e a compreensão sobre a evolução e
dispersão do coronavírus no Brasil. Ao todo, o Ministério da Saúde investirá R$
71,4 milhões fara fomentar as pesquisas.
“O Brasil é extremamente
dependente a nível tecnológico e produtivo dessas terapias, que vem
revolucionando a forma como hoje tratamos as doenças. Esta Chamada Pública é
fruto do esforço do Ministério da Saúde que objetiva estimular a nacionalização
de competências científicas, tecnológicas e produtivas. Queremos estimular o
desenvolvimento e manufatura de produtos de terapias avançadas, em consonância
com as prioridades do SUS, em relação a este tipo de tecnologia”, afirma o
secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto.
Para a diretora do DECIT/SCTIE
do Ministério da Saúde, Camile Giaretta Sachetti, “esse tipo de terapia
revoluciona a forma de tratar doenças. Nesse sentido, o Programa Genomas Brasil
estabelece bases sólidas para estruturar o desenvolvimento científico e implementar
a saúde de precisão no país”, destaca Camile.
“A Chamada Pública apoiará
somente projetos que objetivem desenvolver plataformas tecnológicas
genuinamente nacionais para obtenção de produtos de terapias avançadas, com
objetivo de reduzir a nossa vulnerabilidade e dependência tecnológica externa”,
afirmaram os diretores do DGITIS e CGCIS da SCTIE do Ministério da Saúde, Vânia
Canuto e Bruno Duarte, respectivamente.
SAÚDE DE PRECISÃO CONTRA A
COVID-19
O Ministério da Saúde, por
intermédio da SCTIE, firmou neste ano o Termo de Execução descentralizada (TED)
nº 48/2020 – Saúde de Precisão, no valor de R$ 71,4 milhões, para viabilizar
ações de fomento à pesquisa e de formação de capital intelectual do Programa
Genomas Brasil. Além da Chamada Pública para terapias avançadas, estão sendo
contratadas, para este ano, duas pesquisas voltadas para o tratamento e para a
compreensão do envolvimento do componente genético na Covid-19.
A primeira delas realizará um
ensaio clínico para avaliar a viabilidade, segurança e eficácia clínica do uso
de células-tronco mesenquimais para o tratamento de pneumonia causada pelo
coronavírus. Para este ensaio clínico, serão recrutados 60 voluntários nos
estados do Paraná, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul.
A segunda pesquisa se trata de
uma rede de pesquisadores que pretendem identificar genes, fatores imunológicos
e marcadores biológicos na população brasileira, que estão associados com
quadros clínicos leves e graves da Covid-19. Além disso, também será realizado
o sequenciamento do genoma do coronavírus para compreender a evolução do vírus
no país, o que vai gerar dados importantes para a vigilância epidemiológica. No
estudo de coalizão, serão incluídos até 1.600 voluntários com quadros clínicos
leves, assintomáticos e graves de Covid-19 de todas as cinco microrregiões
brasileiras.
A saúde de precisão, também
chamada de medicina de precisão ou personalizada, alia a utilização de dados já
empregados na prática clínica para diagnosticar e tratar doenças ao perfil
genético do indivíduo. A principal vantagem é identificar o surgimento de
doenças antes mesmo que os primeiros sintomas se manifestem. Isso possibilita a
prevenção, monitoramento e possibilita tratamento mais eficaz.
O Programa Genomas Brasil tem
por finalidade estabelecer bases estruturantes sólidas para a nacionalização de
competências e capacidades científicas, tecnológicas e produtivas, criando um
ecossistema de inovação capaz de posicionar o país, como uma das nações líderes
a nível global, na implementação da saúde de precisão.
Por Vanessa Aquino, da Agência Saúde, com informações da SCTIE
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