Ministro da Saúde vai combater Cunha
Além de Marcelo Castro, o governista Leonardo Picciani vai recrutar também aliados prefeituras e Estados
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, que é deputado federal pelo PMDB do Piauí, deverá deixar a pasta e o combate ao mosquito Aedes aegypti no dia 17 de fevereiro. Ele reassumirá o mandato para votar a favor da reeleição do candidato governista à liderança do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ).
No final das contas, Castro vai combater o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Cunha apoia para a liderança Hugo Motta (PB), candidato da ala oposicionista da legenda, que é pró-impeachment.
Segundo o site Congresso em Foco, no mesmo dia, após a votação, Castro voltará cargo na Esplanada para retomar a coordenação de ações contra a proliferação do mosquito, que responsável pelo vírus Zika (causador de microcefalia em recém-nascidos), pela febre chikungunya e pela dengue.
Manobra vitoriosa
Além do ministro da Saúde, outros deputados do PMDB que apoiam Picciani também vão deixar seus postos em secretarias estaduais ou em prefeituras para voltar à Câmara e participar da eleição para líder.
Um deles é o secretário de governo do município do Rio de Janeiro, Pedro Paulo. O outro é o secretário estadual de Esportes, Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador do Rio Sergio Cabral Filho.
Em dezembro, essa manobra foi vitoriosa e permitiu o retorno de Picciani à liderança, após sua destituição por alguns dias por Leonardo Quintão (MG), que se desentendeu com Cunha e agora apoio o candidato governista.
Cunha
A denúncia apresentada contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pela Procuradoria-Geral da República, deve ser discutida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) antes do julgamento sobre o afastamento do parlamentar da Casa, também pedida pela PGR.
A informação é do ministro-relator da Operação Lava-Jato na Corte, Teori Zavascki. Segundo o ministro, há tempo hábil para colocar na pauta do plenário ainda neste mês a decisão sobre o recebimento da denúncia contra Cunha. Ele não descarta a possibilidade de levar para julgamento na mesma sessão a denúncia e o pedido de afastamento de Cunha, mas informou que a acusação terá prioridade.
Bispos repudiam aborto
Nesta quinta-feira (4), a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que reúne a cúpula da Igreja Católica no País, divulgou nota lembrando que o combate ao Aedes aegypti e a microcefalia não deve servir de motivo para a discussão do aborto no país.
"O estado de alerta [sobre a epidemia e o avanço da microcefalia] não deve nos levar ao pânico, como se estivéssemos diante de uma situação invencível, apesar de sua extrema gravidade. Tampouco justifica defender o aborto para os casos de microcefalia como, lamentavelmente, propõem determinados grupos que se organizam para levar a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal) num total desrespeito ao dom da vida", afirma a organização.
Lideranças
Novos líderes estão sendo escolhidos na Câmara, enquanto o PMDB não definiu ainda seu novo líder. No PT, o novo líder é um ex-ministro de Dilma Rousseff. Afonso Florence (PT-BA) assumiu a bancada após um acordo que levou os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Reginaldo Lopes (PT-MG) a desistirem da disputa. Ambos serão vice-líderes do partido.
Alguns partidos decidiram reconduzir seus líderes. Foi o caso do PSD, com Rogério Rosso (DF) e do PR, com Maurício Quintella Lessa (AL). A decisão de manter ambos ocorreu no ano passado. O mesmo ocorreu no PSB. Apesar de outros dois deputados terem colocado seus nomes para a liderança - Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (MT) - um acordo acabou mantendo Fernando Coelho Filho (PE) na posição.
Lula
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros agentes públicos em suposto esquema de venda de MPs (Medidas Provisórias) em favor do setor automobilístico.
A informação consta em ofício encaminhado pelo delegado federal Marlon Cajado, coordenador da força-tarefa da Zelotes no âmbito da Polícia Federal, ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal, em Brasília, que conduz os processos relacionados à Operação Zelotes.
Além de Lula, Cajado informou que foi aberta investigação contra o secretário executivo do Ministério da Fazenda Dyogo Oliveira e contra a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que ocupou o cargo no primeiro mandato de Dilma. Em um outro inquérito, o filho de Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, está na mira do MPF (Ministério Público Federal) e da PF.
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