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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Especialistas defendem investimentos em prevenção e diagnóstico de câncer em mulheres

Segundo debatedora, câncer do intestino está ligado à má alimentação na área urbana

Especialistas defenderam nesta terça-feira (25), na Câmara dos Deputados, as campanhas de prevenção do governo para diminuir a incidência de câncer nas mulheres e destacaram a necessidade de educação e de capacitação de profissionais para o diagnóstico. 

Eles participaram de audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher em parceria com a Comissão de Seguridade Social e Família e a Secretaria da Mulher, que debateu os tipos de câncer mais incidentes na população feminina.

“É preciso perceber a necessidade e a urgência de campanhas de prevenção que trazem qualidade de vida para o cidadão e economia ao sistema de saúde brasileiro”, destacou Carmen Manzione, representante da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino.

Manzione explicou que esse tipo de câncer tem um percentual de incidência maior nas áreas urbanas devido à má alimentação. Com diagnóstico precoce é possível curar a maior parte dos pacientes.

O oncoginecologista e especialista em HPV Metódio Ribas disse que a prevenção para os casos de câncer de colo de útero inclui vacinas, uso de preservativos e exame periódico. “A ação pública deve atingir os pacientes ao máximo com a medicina preventiva, e, no Distrito Federal, acontece o contrário”.

O médico lembrou esse é o câncer mais frequente nas mulheres, em grande parte pela dificuldade de acesso aos centros de saúde.

Educação
Para Nivaldo Vieira, membro do comitê científico do Instituto Oncoguia, deve-se investir em educação para que as campanhas de prevenção tenham êxito. “É preciso educar as pessoas para poderem receber as informações sobre prevenção. Hoje, 77% das mulheres já são diagnosticadas em estágio avançado e não se beneficiam com essas medidas”, lamentou.

Dâmina Pereira: mulheres mais pobres sofrem com sistema de saúde público

Segundo o coordenador da Coordenação-Geral de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Sandro Martins, as medidas preventivas para redução dessas doenças são: evitar o hábito de fumar, acompanhar o controle de peso, proteger-se da exposição solar e realizar os exames preventivos.

Capacitação 
Sandro Martins afirmou que, no Brasil, não há oferta de serviço médico para doenças crônicas na proporção necessária. “O país é continental, com uma oferta muito baixa de exames de diagnóstico. É preciso investir na capacitação dos médicos e formação de serviços para tratar o paciente."

Autora do requerimento para realização da audiência, a deputada Dâmina Pereira (PSL-MG) declarou que é o momento de discutir a execução das políticas públicas e de leis que garantam acesso à prevenção e ao tratamento desses tipos de câncer. “Especialmente às mulheres das classes mais pobres que sofrem com o sistema de saúde ineficiente”, completou a parlamentar.

O evento fez parte do Outubro Rosa, campanha de conscientização de prevenção do câncer de mama.

Reportagem - Clara Sasse, Edição - Rosalva Nunes, Foto: Leonardo Prado / Câmara dos Deputados


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