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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

PARADOXO BRASILEIRO de 3.3 trilhões de R$ de divida interna a um dos mais importantes parceiros comerciais do Estado da Flórida - USA

Vivemos o paradoxo de ser um dos maiores parceiros comerciais do Estado da Flórida, onde geramos mais de 300.000 empregos, turistas e trabalhadores das empresas, como Embraer, Banco do Brasil, Votorantim, dentre outras grandes e mais de 30.000 pequenas e médias, especialmente, quando comparado a dívida interna de quase R$ 3,3 trilhões no final deste ano.

Essa aparente contradição nos leva para o “olho do furacão”, notadamente, quando a avaliação é vista do ângulo político eleitoral e não pela influência política na ação dos agentes econômicos externos. 

Em política e economia a percepção se sobrepõe aos fatos. Durante a desastrosa gestão majoritária, exercida por Lula e Dilma, nos últimos 10 anos, geramos uma progressiva imagem negativa de além de levar o País a “pique” conseguiu, também, desestruturar a esquerda brasileira, hoje reduzida a um lamaçal de negociatas, corrupção, influências perversas nas empresas, e, em organismos públicos de fomento, induzindo a militância histórica a se “esconder”, para não ser ofendida publicamente.

Consequências comprovadas com uma das maiores derrotas políticas na trajetória da esquerda, que reduziu sua liderança a um terço dos municípios sob seu comando nas últimas eleições. Em qualquer País a “esquerda” tem papel preponderante na formação de políticas públicas, onde pode e deve participar ativamente com seu idealismo e até simbolismo. 

Boa parte da distorção na avaliação internacional se deve às reservas externas brasileiras, que chegaram a quase US$ 380 bilhões ao final do governo petista, contribuindo para manter um mínimo de confiança na capacidade do Brasil pagar suas dívidas. Mas é preciso lembrar que, em grande parte, isto se deveu ao aumento da dívida interna que poderá chegar a R$ 3,3 trilhões no final deste ano.

O PSDB que nunca esteve tão a direita, ganhou importante espaço na nova configuração política, passando a governar quase 50 milhões de habitantes (praticamente ¼ da população), e se transformou na opção para as elites econômicas, ensaia, agora, construir uma nova estrutura política a partir de São Paulo, um dos Estados mais equilibrados da Federação, reforçando a potencial candidatura do atual Governador na disputa da presidência em 2018.

Já o PMDB que passa a governar, aproximadamente 30 milhões de brasileiros, em estados com grandes dificuldades como o Rio de Janeiro com mais de 6 milhões de habitantes. Mantem uma postura política mais ao centro, teve pouco mais de 9 milhões de votos no primeiro turno e cerca de 2,2 milhões no segundo, terá de enfrentar grandes desafios para manter a base de sustentação do Governo, propor as reformas, e, ainda lançar candidatura própria. 

O PT teve 5,7 milhões de votos, no primeiro turno e pouco mais de 800.000 no segundo, antes quase hegemônico, governará apenas cerca de 6 milhões de habitantes, em cidades com menor liderança econômica, encolhendo dois terços da liderança conquistada no pleito anterior. 

Em contrapartida, O PSOL, que poderá herdar parte dos eleitores do PT teve o dobro de votos no segundo turno, comparado ao PT.

Sustentado por uma base que lidera de mais de 80% do país, o governo Temer, encontra ambiente favorável aos encaminhamentos e pode vir a lograr êxito nas aprovações das medidas “chamadas de impopulares”, como as imprescindíveis reformas; política, trabalhista, na previdência e ainda, em meio a tudo isso, consolidar as relações equânimes entre os três poderes.

Manter a esperança construída pelos desdobramentos da “operação lava-jato”, também, se constitui em outro desafio do atual governo, que precisa ao mesmo tempo assegurar a governança do país, com a responsabilidade e o bom senso, e não interferir no processo, convivendo com a necessidade de efetivar “escolhas de Sofia” cortando, quase que cotidianamente, na própria carne correligionários a cada decisão do Juiz Sergio Moro, em Curitiba.

Atrair e garantir que investidores de risco, que visam resultados positivos imediatos, e, até mesmo os menos agressivos, vivendo em um ambiente onde a sensação é de “estarmos trocando a turbina do avião em pleno voo” dependerá da determinação do governo de estabilizar a economia, expondo, ainda mais, as mazelas e efetivando avanços nas necessárias reformas políticas, e, todas as demais que afetam a área social, como a previdenciária.

Todos continuam gastando na Flórida, o que pode ser lido como esperança no futuro, mas de olho nos resultados da Lava-Jato e na estabilidade política e econômica do País, na consolidação da segurança jurídica necessária que garanta a recuperação dos resultados de médio e longo prazo.


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