Infarto e AVC estão entre as
ocorrências. Prazo para participação na consulta pública se encerra em outubro
A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) avalia a
incorporação no SUS do cloridrato de prasugrel para redução de eventos
aterotrombóticos em pacientes diabéticos. Essas complicações no sistema
circulatório podem resultar em episódios graves de infarto ou acidente vascular
cerebral (AVC). A análise considera o uso do medicamento para o grupo de
pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA), que realizaram a angioplastia
coronariana primária - procedimento que busca liberar o fluxo de sangue de uma
artéria do coração. A Comissão recomendou inicialmente a não incorporação do
medicamento. O tema segue em consulta pública até o dia 05 de outubro. A SCA é
um conjunto de sintomas ocasionados pelo bloqueio repentino na artéria
coronariana, responsável por fornecer sangue rico em oxigênio para o coração.
Os coágulos (trombos) são as causas mais comuns desse bloqueio. Quando o
coração tem o fornecimento de sangue interrompido, o tecido cardíaco pode
morrer, ocasionando o ataque cardíaco (também chamado de infarto do miocárdio).
Participe da consulta pública.
Clique aqui para o envio de relatos de
experiência/opinião ou clique aqui para contribuições técnico-científicas sobre
o tema.
O cloridrato de prasugrel é um
medicamento antiplaquetário, que inibe a ativação e a agregação das plaquetas,
responsáveis pela coagulação, contribuindo para a não formação de coágulos. O
único medicamento que possui a mesma classe terapêutica disponível no SUS é o
clopidogrel. A análise dos estudos apresentados indica que o uso do prasugrel
contribui para uma redução das mortes, ainda maior no subgrupo de diabéticos,
apesar de ainda poder ocorrer sangramento, principalmente entre pacientes
idosos com mais de 75 anos ou com baixo peso (menos de 60Kg).
Leia aqui o relatório inicial.
O Plenário considerou que
existem incertezas na definição da população que fará uso do medicamento e
pontuou aspectos relacionados ao impacto orçamentário para a incorporação do
prasugrel.
Saiba mais
As consequências da SCA variam
de acordo com o tamanho, a localização e a duração do bloqueio da artéria
coronariana. Além disso, eventuais danos permanentes ou sequelas dependem da
quantidade e do tipo de tecido cardíaco afetado pela falta de sangue.
Há três tipos de condições
clínicas: angina instável (AI), caracterizada por dor no peito repentina ou que
vai aumentando em intensidade, duração e frequência; o infarto agudo do
miocárdio sem elevação do segmento ST (IAMSST), que é o ataque cardíaco no qual
não existe alteração típica no exame de eletrocardiograma (ECG); e o infarto
agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMCST), que produz alteração
no eletrocardiograma, exame que avalia a atividade elétrica do coração por meio
de eletrodos fixados na pele.
Adultos com mais de 40 anos
que ainda não tenham desenvolvido uma doença cardiovascular, se tiverem diabete
melito (DM), terão mais chances de ter algum IAM ou morte cardiovascular. O risco
é aumentado em, aproximadamente, 300% para doença arterial coronariana e em
500% para doença cardiovascular (que afeta o coração como um todo).
Tratamento no SUS
Em 2011, foi instituída a rede
de atenção às urgências no âmbito do SUS. Com o objetivo de ampliar e
qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência
e emergência nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna, essa rede definiu
que a linha de cuidado cardiovascular é prioritária. Posteriormente, foi
publicado em 2018 o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) sobre a
SCA no SUS.
A pronta restauração do fluxo
sanguíneo para o coração é essencial para preservar o tecido cardíaco e reduzir
a mortalidade. Dentro das três primeiras horas desde a apresentação dos
sintomas, o objetivo é limpar o bloqueio causado pelo coágulo, seja pela
administração de anticoagulantes, que dissolvem os coágulos, seja pela
angioplastia, tratamento não cirúrgico que utiliza o cateter balão, com o
objetivo de aumentar o fluxo de sangue para o coração.
Após a alta dos pacientes, é recomendada a manutenção do uso de medicamentos anticoagulantes – tais como o ácido acetilsalicílico e o clopidogrel –, betabloqueadores inibidores da enzima conversora da angiotensina (medicamentos que auxiliam a relaxar as artérias, reduzindo a pressão arterial e tornando mais fácil o bombeamento do sangue para o corpo), bloqueadores dos receptores de angiotensina II (medicamentos para controle da pressão sanguínea), nitratos (usados para aliviar os sintomas de dor no peito), estatinas (medicamentos que controlam a gordura no sangue), e o antagonista da aldosterona (bloqueia a ação de um hormônio que contribui para a retenção de sal e líquidos, o que repercute sobre o funcionamento cardíaco).
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