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quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Duas novas tecnologias ampliam o diagnóstico e o tratamento da tuberculose no SUS

Diagnóstico precoce é fundamental para a realização do tratamento e para o controle adequado da evolução da doença

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a incorporação de duas tecnologias para o tratamento ofertado no SUS para tuberculose: a cultura líquida automatizada, para diagnóstico da doença; e o medicamento delamanida, para casos em que os pacientes apresentam resistência ou intolerância ao tratamento já disponível. As demandas partiram da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), do Ministério da Saúde. Apesar de ser uma doença tratável e curável, a tuberculose ainda é considerada um grave problema de saúde pública e continua sendo a principal causa de morte por uma doença infecciosa entre adultos em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no ano de 2018, dez milhões de pessoas adoeceram por tuberculose e 1,5 milhão de pessoas morreram pela doença.

Sabe-se que o diagnóstico precoce é fundamental para a realização do tratamento e para o controle adequado da evolução da tuberculose. Ele pode ser realizado por exame clínico, com base nos sintomas e sinais apresentados pelo paciente, e confirmado por testes e exames laboratoriais específicos, como a baciloscopia (exame microscópico que investiga a presença de bacilos em um órgão, tecido ou secreção orgânicos), a cultura da secreção e a radiografia de tórax.

Cultura Líquida Automatizada

A cultura é considerada o padrão para o diagnóstico e contribui para a condução do tratamento. No SUS, esse tipo de exame é realizado pelos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). A Conitec verificou que, em comparação ao método já existente no sistema público (cultura em meio sólido), o procedimento demandado apresenta vantagens, como o menor tempo para entrega do resultado, além de permitir a verificação de possíveis resistências a medicamentos, o que facilitaria a adoção de tratamentos mais efetivos.

Segundo o Ministério da Saúde, a incorporação do sistema automatizado de cultura líquida para diagnóstico e detecção de resistência antimicrobiana no SUS deverá aumentar a cobertura da realização dos testes em todo o país, de forma padronizada, constituindo uma estratégia importante para o controle da doença.

A próxima etapa seguida do diagnóstico é o tratamento. E mais importante do que iniciá-lo de imediato, é concluí-lo no prazo indicado pelos profissionais de saúde: a duração mínima é de seis meses.

Delamanida

A delamanida é um medicamento antimicrobiano que inibe o desenvolvimento da bactéria causadora da tuberculose. Apesar do impacto orçamentário, e de existir poucas evidências sobre os benefícios da tecnologia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a disponibilização no grupo de medicamentos que devem ser utilizados como opção quando todos os outros fármacos disponíveis não puderem mais ser usados.

O Plenário considerou ser benéfica a inclusão dessa opção para os casos de resistência ou intolerância em adultos. No entanto, o parecer é condicionado ao monitoramento e à apresentação de dados de vida real, ou seja, dos resultados observados a partir do uso dessa tecnologia.

Saiba mais

A tuberculose é uma doença infecciosa, de evolução crônica, causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch. A transmissão ocorre por via respiratória, por meio de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro das pessoas contaminadas. A doença afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.

Os sintomas clássicos são tosse persistente seca ou produtiva, febre vespertina, sudorese noturna e emagrecimento.

Consulta Pública

Sobre o mesmo tema, a Conitec encaminhou para consulta pública com parecer favorável a incorporação do IGRA (interferon gamma release assay) no Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de um novo teste para detecção de tuberculose em pessoas que não apresentam sintomas da doença, e que integram o grupo de pacientes imunocomprometidos, cujos mecanismos de defesa contra infecção apresentam alterações. O tema esteve na pauta da reunião de nº 89 da Conitec, realizada em julho, e deverá ser aberto em breve para consulta pública.

Fonte:http://conitec.gov.br/

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