Embora a agenda política
assuma a dianteira na pauta das revistas em circulação neste fim de semana,
aspectos do cenário econômico são destacados.
Publicações retomam as avaliações sobre o ajuste fiscal do governo e lançam olhar analítico a dados divulgados ao longo da semana sobre desemprego, comércio internacional e câmbio.
Publicações retomam as avaliações sobre o ajuste fiscal do governo e lançam olhar analítico a dados divulgados ao longo da semana sobre desemprego, comércio internacional e câmbio.
- Destaque está na ISTOÉ DINHEIRO.
Reportagem aponta que diante de uma grave crise de relacionamento entre o
Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, que ameaça a aprovação do
pacote fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, decidiu cuidar
pessoalmente das negociações com os parlamentares, “papel que ele não
imaginava exercer quando recebeu o convite da presidente Dilma Rousseff,
logo após as eleições”.
- Na avaliação da reportagem, “ao ser
forçado a incorporar à sua agenda diversas reuniões com parlamentares do
PT e do PMDB, Levy corre o risco de ter a sua imagem desgastada num
momento em que a prioridade da equipe econômica deveria ser conquistar o
apoio de empresários e investidores às mudanças fiscais”.
- Revista menciona ainda que o ministro se
reuniu com empresários, que relataram as dificuldades que estão
enfrentando, em um momento de mercado enfraquecido. “O ajuste fiscal é
quase unanimidade entre as classes produtivas e produtoras, o que não é
unanimidade é a forma de fazê-lo”, afirma à reportagem Paulo Skaf,
presidente da Fiesp.
- Em entrevista à ÉPOCA, o
ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirma que o ajuste fiscal
obrigou os empresários a rever posições. “Por um largo tempo, o governo
não quis transferir logo para a sociedade os efeitos da crise. Abriu mão
de receitas, incrementou programas que pudessem manter ou elevar o nível
da sociedade, especialmente os menos privilegiados. Mas chegou um momento
em que isso teve de ser tirado. Não pode diminuir o rendimento nem ter
desemprego, porque aí começa a haver um pânico pessoal”, avalia.
- Na entrevista, o ministro também analisa
a aliança do PMDB e PT e afirma “o governo tem de estreitar relações com o
Congresso e voltar a ser agente da esperança de melhora para a
população”.
- Em entrevista à ISTOÉ, o
presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirma que Dilma Rousseff
perdeu o controle do governo. "A presidente ainda não sabe, mas hoje
quem governa o Brasil é o Renan Calheiros e o Eduardo Cunha",
afirma.
- Indagado sobre a atual política
econômica, Aécio Neves afirma que “Joaquim Levy é um homem de bem. Agora,
o ajuste fiscal proposto por ele, que se sustenta no aumento da carga
tributária e na supressão de direitos trabalhistas, não seria o ajuste do
PSDB”. Ele aponta também que não se discutiu ainda “a profissionalização
das agências reguladoras, para que elas sejam realmente instrumentos do
Estado, estimuladoras do investimento privado. Tivemos uma redução de 8%
no investimento privado no último ano. Fevereiro foi o pior mês em geração
de empregos com carteira assinada dos últimos quinze anos. A inflação já
beira os 8%. Onde está o governo?”.
- Nesse contexto de cenário adverso da
economia, é ponto de atenção nota em DINHEIRO EM NÚMEROS,
na ISTOÉ DINHEIRO que reedita informações dos últimos dias.
Coluna registra que “a atividade industrial se retraiu no mês
passado.
- O indicador de evolução da produção caiu
para 40,1 pontos e o de número de funcionários ficou em 44,7 pontos em
fevereiro. Ambos estão abaixo dos 50 pontos, o que revela queda da
produção e do emprego no setor, segundo dados divulgados pela Confederação
Nacional da Indústria, na quinta-feira 19. Além disso, a indústria tem
acumulado mercadorias, como aponta o índice de estoques efetivo, que
alcançou 51,8 pontos”.
Com olhar
diferenciado, é destaque abordagem que ocupa a manchete de capa de ISTOÉ
DINHEIRO.
- Reportagem destaca que “a expansão da
economia nordestina acima da média nacional nos últimos anos está
acelerando a ascensão de uma nova geração de superempresários, com
receitas bilionárias”. Conforme a reportagem, para a maioria deles, a
crise brasileira ainda está distante. Texto mostra que “uma nova geração
de empresários atingiu a casa do bilhão de reais de faturamento e tomou
mais ampla e diversificada a lista de fortunas da região”.
- “Esses empresários se tomaram
protagonistas da ascensão do novo Nordeste, leões de uma economia pujante
e com gigantesco potencial de expansão”, aponta DINHEIRO.
- Texto indica também que, nos últimos 15
anos, a economia local recebeu fortes investimentos governamentais
endossados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “um filho do
sertão pernambucano”. Os quatro Estados mais ricos do Nordeste estimam
que, até 2016, serão investidos US$ 108 bilhões em grandes obras na região.
- Ainda num cenário positivo, dessa vez
com foco no comércio internacional, ISTOÉ DINHEIRO destaca que as
características do comércio entre Brasil e Estados Unidos favorecem o
setor que mais sente a desaceleração econômica nacional: aindústria.
- “Mais da metade das compras americanas
no País é composta de bens manufaturados ou semimanufaturados. No ano
passado, o maior mercado consumidor do planeta foi o principal destino dos
produtos industrializados brasileiros, movimentando um total de US$ 15
bilhões e superando a combalida Argentina”, situa a reportagem.
- A nova realidade econômica já provocou
mudanças na política externa do País. Texto lembra que em fevereiro o
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando
Monteiro, desembarcou nos Estados Unidos para tentar estabelecer as bases
para uma visita da presidente Dilma Rousseff a Barack Obama.
- Também sobre comércio internacional, CLAYTON
NETZ, na ISTOÉ DINHEIRO, noticia que “o vice-presidente Michel
Temer, em meio à maior crise política do governo da presidente Dilma
Rousseff, pretende visitar a Arábia Saudita nos próximos meses para
intensificar as relações econômicas com o país, que já é o principal
parceiro comercial brasileiro no Oriente Médio. Dias atrás, durante visita
de parlamentares sauditas, Temer anunciou a isenção de impostos para
investimentos do fundo soberano no país. O fundo saudita é o terceiro
maior do mundo, com patrimônio superior a US$ 750 bilhões”.
Prognósticos sobre a
alta do dólar, em diversos setores, também estão em evidência.
- CARTA CAPITAL adverte que o
fortalecimento do dólar e uma nova bolha especulativa ameaçam o equilíbrio
dos países em desenvolvimento.
- Reportagem afirma que as projeções do
mercado sugerem que o ano fecharia com uma queda do PIB entre 2% e 2,5%,
“um resultado da soma de causas internas e de uma conjuntura externa
adversa tanto ao Brasil quanto ao conjunto dos países emergentes, os alvos
da crise mundial depois dos Estados Unidos, em 2008, e da Europa, em
2011”, aponta.
- Conforme a reportagem, “a perspectiva de
aumento dos juros levou insegurança às empresas brasileiras,
principalmente aquelas mais dependentes da taxa de câmbio, incluídas as
dos setores de turismo e de comércio exterior e as indústrias com
alto porcentual de insumos importados”, como o segmento de
eletroeletrônicos, com mais de 80% de componentes adquiridos fora do País.
Informações sobre
desemprego e direitos trabalhistas encerram agenda da indústria nas publicações
de fim de semana.
- ISTOÉ alerta que aumentou o número
de pessoas em busca de trabalho. Segundo a reportagem, dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, mostra que fevereiro foi o segundo mês consecutivo com
saldo negativo na geração de empregos com carteira assinada. No acumulado
em 12 meses, as demissões líquidas já passam de 47 mil.
- Ainda conforme a reportagem, a
deterioração da economia e a insegurança em relação ao emprego têm
espalhado pessimismo. "Com mais gente desempregada e com menos
dinheiro disponível, a pressão sobre os preços poderia diminuir,
provocando um impacto positivo no controle da inflação. Isso, no entanto,
tem efeito limitado. Os economistas calculam que os preços administrados,
com os dos combustíveis e as tarifas elétricas, têm crescido numa
velocidade maior do que os preços livres, como os praticados nos supermercados,
têm caído”, situa a reportagem.
- MAÍLSON DA NÓBREGA, na VEJA,
posiciona que a terceirização é mais um avanço na maneira de
produzir e organizar as empresas. Ele explica que no Brasil, à falta de
uma legislação própria para a terceirização de serviços, o assunto passou
a ser regido pela súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que a
permite apenas para atividades-meio. “A súmula cria ambiguidades,
acarretando milhares de causas trabalhistas e incertezas às empresas”,
afirma.
- “Freios à terceirização podem inibir a
realização de ganhos de produtividade, que são essenciais para a
competitividade das empresas, o crescimento da economia e a geração de
renda, emprego e bem-estar. Ao contrário do que se diz, a terceirização
contribui para formalizar relações de trabalho”, opina o
ex-ministro.
- ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA
CAPITAL, opina que "a construção da sociedade civilizada tem de
resultar do jogo democrático dinâmico e continuado entre o mercado e a
urna". Segundo ele, “no momento em que nossa juventude continua sendo
miseravelmente deseducada pela história ‘criativa’ promovida pelos mesmos
‘intelectuais’ financiados pelo governo, é preciso insistir”.
0 comentários:
Postar um comentário