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domingo, 22 de março de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Embora a agenda política assuma a dianteira na pauta das revistas em circulação neste fim de semana, aspectos do cenário econômico são destacados.

Publicações retomam as avaliações sobre o ajuste fiscal do governo e lançam olhar analítico a dados divulgados ao longo da semana sobre desemprego, comércio internacional e câmbio.  
  • Destaque está na ISTOÉ DINHEIRO. Reportagem aponta que diante de uma grave crise de relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, que ameaça a aprovação do pacote fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, decidiu cuidar pessoalmente das negociações com os parlamentares, “papel que ele não imaginava exercer quando recebeu o convite da presidente Dilma Rousseff, logo após as eleições”. 
  • Na avaliação da reportagem, “ao ser forçado a incorporar à sua agenda diversas reuniões com parlamentares do PT e do PMDB, Levy corre o risco de ter a sua imagem desgastada num momento em que a prioridade da equipe econômica deveria ser conquistar o apoio de empresários e investidores às mudanças fiscais”. 
  • Revista menciona ainda que o ministro se reuniu com empresários, que relataram as dificuldades que estão enfrentando, em um momento de mercado enfraquecido. “O ajuste fiscal é quase unanimidade entre as classes produtivas e produtoras, o que não é unanimidade é a forma de fazê-lo”, afirma à reportagem Paulo Skaf, presidente da Fiesp. 
  • Em entrevista à ÉPOCA, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, afirma que o ajuste fiscal obrigou os empresários a rever posições. “Por um largo tempo, o governo não quis transferir logo para a sociedade os efeitos da crise. Abriu mão de receitas, incrementou programas que pudessem manter ou elevar o nível da sociedade, especialmente os menos privilegiados. Mas chegou um momento em que isso teve de ser tirado. Não pode diminuir o rendimento nem ter desemprego, porque aí começa a haver um pânico pessoal”, avalia. 
  • Na entrevista, o ministro também analisa a aliança do PMDB e PT e afirma “o governo tem de estreitar relações com o Congresso e voltar a ser agente da esperança de melhora para a população”. 
  • Em entrevista à ISTOÉ, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, afirma que Dilma Rousseff perdeu o controle do governo. "A presidente ainda não sabe, mas hoje quem governa o Brasil é o Renan Calheiros e o Eduardo Cunha", afirma. 
  • Indagado sobre a atual política econômica, Aécio Neves afirma que “Joaquim Levy é um homem de bem. Agora, o ajuste fiscal proposto por ele, que se sustenta no aumento da carga tributária e na supressão de direitos trabalhistas, não seria o ajuste do PSDB”. Ele aponta também que não se discutiu ainda “a profissionalização das agências reguladoras, para que elas sejam realmente instrumentos do Estado, estimuladoras do investimento privado. Tivemos uma redução de 8% no investimento privado no último ano. Fevereiro foi o pior mês em geração de empregos com carteira assinada dos últimos quinze anos. A inflação já beira os 8%. Onde está o governo?”. 
  • Nesse contexto de cenário adverso da economia, é ponto de atenção nota em DINHEIRO EM NÚMEROS, na ISTOÉ DINHEIRO que reedita informações dos últimos dias. Coluna registra que “a atividade industrial se retraiu no mês passado. 
  • O indicador de evolução da produção caiu para 40,1 pontos e o de número de funcionários ficou em 44,7 pontos em fevereiro. Ambos estão abaixo dos 50 pontos, o que revela queda da produção e do emprego no setor, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria, na quinta-feira 19. Além disso, a indústria tem acumulado mercadorias, como aponta o índice de estoques efetivo, que alcançou 51,8 pontos”.
 Com olhar diferenciado, é destaque abordagem que ocupa a manchete de capa de ISTOÉ DINHEIRO.  
  • Reportagem destaca que “a expansão da economia nordestina acima da média nacional nos últimos anos está acelerando a ascensão de uma nova geração de superempresários, com receitas bilionárias”. Conforme a reportagem, para a maioria deles, a crise brasileira ainda está distante. Texto mostra que “uma nova geração de empresários atingiu a casa do bilhão de reais de faturamento e tomou mais ampla e diversificada a lista de fortunas da região”. 
  • “Esses empresários se tomaram protagonistas da ascensão do novo Nordeste, leões de uma economia pujante e com gigantesco potencial de expansão”, aponta DINHEIRO. 
  • Texto indica também que, nos últimos 15 anos, a economia local recebeu fortes investimentos governamentais endossados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “um filho do sertão pernambucano”. Os quatro Estados mais ricos do Nordeste estimam que, até 2016, serão investidos US$ 108 bilhões em grandes obras na região. 
  • Ainda num cenário positivo, dessa vez com foco no comércio internacional, ISTOÉ DINHEIRO destaca que as características do comércio entre Brasil e Estados Unidos favorecem o setor que mais sente a desaceleração econômica nacional: aindústria. 
  • “Mais da metade das compras americanas no País é composta de bens manufaturados ou semimanufaturados. No ano passado, o maior mercado consumidor do planeta foi o principal destino dos produtos industrializados brasileiros, movimentando um total de US$ 15 bilhões e superando a combalida Argentina”, situa a reportagem. 
  • A nova realidade econômica já provocou mudanças na política externa do País. Texto lembra que em fevereiro o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, desembarcou nos Estados Unidos para tentar estabelecer as bases para uma visita da presidente Dilma Rousseff a Barack Obama. 
  • Também sobre comércio internacional, CLAYTON NETZ, na ISTOÉ DINHEIRO, noticia que “o vice-presidente Michel Temer, em meio à maior crise política do governo da presidente Dilma Rousseff, pretende visitar a Arábia Saudita nos próximos meses para intensificar as relações econômicas com o país, que já é o principal parceiro comercial brasileiro no Oriente Médio. Dias atrás, durante visita de parlamentares sauditas, Temer anunciou a isenção de impostos para investimentos do fundo soberano no país. O fundo saudita é o terceiro maior do mundo, com patrimônio superior a US$ 750 bilhões”.
 Prognósticos sobre a alta do dólar, em diversos setores, também estão em evidência. 
  • CARTA CAPITAL adverte que o fortalecimento do dólar e uma nova bolha especulativa ameaçam o equilíbrio dos países em desenvolvimento. 
  • Reportagem afirma que as projeções do mercado sugerem que o ano fecharia com uma queda do PIB entre 2% e 2,5%, “um resultado da soma de causas internas e de uma conjuntura externa adversa tanto ao Brasil quanto ao conjunto dos países emergentes, os alvos da crise mundial depois dos Estados Unidos, em 2008, e da Europa, em 2011”, aponta. 
  • Conforme a reportagem, “a perspectiva de aumento dos juros levou insegurança às empresas brasileiras, principalmente aquelas mais dependentes da taxa de câmbio, incluídas as dos setores de turismo e de comércio exterior e as indústrias com alto porcentual de insumos importados”, como o segmento de eletroeletrônicos, com mais de 80% de componentes adquiridos fora do País.
 Informações sobre desemprego e direitos trabalhistas encerram agenda da indústria nas publicações de fim de semana. 
  • ISTOÉ alerta que aumentou o número de pessoas em busca de trabalho. Segundo a reportagem, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que fevereiro foi o segundo mês consecutivo com saldo negativo na geração de empregos com carteira assinada. No acumulado em 12 meses, as demissões líquidas já passam de 47 mil. 
  • Ainda conforme a reportagem, a deterioração da economia e a insegurança em relação ao emprego têm espalhado pessimismo. "Com mais gente desempregada e com menos dinheiro disponível, a pressão sobre os preços poderia diminuir, provocando um impacto positivo no controle da inflação. Isso, no entanto, tem efeito limitado. Os economistas calculam que os preços administrados, com os dos combustíveis e as tarifas elétricas, têm crescido numa velocidade maior do que os preços livres, como os praticados nos supermercados, têm caído”, situa a reportagem. 
  • MAÍLSON DA NÓBREGA, na VEJA, posiciona que a terceirização é mais um avanço na maneira de produzir e organizar as empresas. Ele explica que no Brasil, à falta de uma legislação própria para a terceirização de serviços, o assunto passou a ser regido pela súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que a permite apenas para atividades-meio. “A súmula cria ambiguidades, acarretando milhares de causas trabalhistas e incertezas às empresas”, afirma. 
  • “Freios à terceirização podem inibir a realização de ganhos de produtividade, que são essenciais para a competitividade das empresas, o crescimento da economia e a geração de renda, emprego e bem-estar. Ao contrário do que se diz, a terceirização contribui para formalizar relações de trabalho”, opina o ex-ministro. 
  • ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA CAPITAL, opina que "a construção da sociedade civilizada tem de resultar do jogo democrático dinâmico e continuado entre o mercado e a urna". Segundo ele, “no momento em que nossa juventude continua sendo miseravelmente deseducada pela história ‘criativa’ promovida pelos mesmos ‘intelectuais’ financiados pelo governo, é preciso insistir”.


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