Meta do Ministério da Saúde
trabalha para reduzir em 95% os óbitos pela doença até 2035
Após atingir as metas dos
Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de
antecedência, o Ministério da Saúde assume compromisso de reduzir em 95% os
óbitos e em 90% o coeficiente de incidência da doença até 2035. Nos últimos dez
anos, o Brasil reduziu em 22,8% a incidência de casos novos de tuberculose e em
20,7% a taxa de mortalidade da doença. Em 2014, a incidência de tuberculose no
Brasil foi de 33,5 casos por 100 mil habitantes, contra 43,4/100 mil em 2004. A
taxa de mortalidade de 2013 foi de 2,3 óbitos por 100 mil habitantes, abaixo
dos 2,9 óbitos por 100 mil habitantes registrados em 2003.
Os novos números foram
anunciados pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, nesta segunda-feira (23), em
sessão solene pelo Dia Mundial de Combate à Tuberculose, celebrado em 24 de
março. Além dos dados, o ministro apresentou as ações desenvolvidas pelo
Ministério da Saúde que resultaram na antecipação, em três anos, das metas dos
Objetivos do Milênio da Organização Mundial de Saúde (OMS) para 2015. O número
de casos novos teve redução de 12,5%, passando de 77.694, em 2004, para 67.966
casos novos registrados em 2014.
“A estratégia de eliminação da
tuberculose pós-2015, que o Brasil lidera junto à OMS, é a visão de que podemos
viver em um mundo livre de tuberculose, com o objetivo de eliminar epidemia
global da doença. Para isso, os países precisam avançar conjuntamente e
estabelecer metas progressivas que possam fazer com que se chegue a essa marca
tão desejada”, informou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
A descentralização do
tratamento para a Atenção Básica pode ser apontada como uma das causas da
redução nos índices da doença. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza
gratuitamente o tratamento contra a tuberculose. Para atingir a cura, o
paciente deve realizá-lo durante seis meses, sem interrupção. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que, atualmente, existam no mundo nove milhões de
casos novos da doença.
O principal sintoma da
tuberculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer
pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o
diagnóstico. São mais vulneráveis à doença as populações indígenas,
presidiários, moradores de rua - estes devido à dificuldade de acesso aos
serviços de saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas
vivendo com o HIV.
“O sucesso da resposta do país
e os desafios que ainda teremos que responder só terão êxito se tivermos a
capacidade de constituir uma ampla aliança em torno de ações concretas de
vários setores, não apenas os gestores e trabalhadores da saúde, mas também de
atores de outras áreas da sociedade que se associam no enfrentamento da
tuberculose”, avaliou o ministro.
TESTE RÁPIDO – O teste rápido
da tuberculose já está disponível em 94 municípios, alcançado todos os estados
e o Distrito Federal. Eles estão distribuídos em cidades estratégicas para o
controle da tuberculose, onde se
concentram 60% dos casos novos do país, o que engloba todas as capitais e os
municípios com mais de 130 casos novos de tuberculose.
Denominado “Gene Xpert”, o
teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica
se há resistência ao antibiótico rifampicina, usado no tratamento. Ao todo, o
Ministério da Saúde distribuiu 160 máquinas, com capacidade de realizar,
juntas, 640 mil testes por ano.
O investimento do Ministério
da Saúde para a implantação do teste no SUS é de R$ 15 milhões. Os recursos são
destinados à aquisição de testes, máquinas (computadores de última geração com
leitor de código de barras) e para o treinamento dos profissionais de saúde. A
técnica já foi testada nas cidades de Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ), com
aumento da taxa de detecção e de satisfação dos usuários e profissionais de
saúde com a nova tecnologia.
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