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domingo, 29 de março de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Com a conjuntura macroeconômica e o caso Petrobras ao fundo, as menções à Indústria estão contextualizadas na forma de análises pelas revistas que circulam neste fim de semana.

Um dos destaques está na ISTOÉ DINHEIRO e centra forças no ajuste fiscal pretendido pelo governo. Texto destaca que ministro da Fazenda, Joaquim Levy, conseguiu manter o grau de investimento conferido pela Standard & Poors (S&P). “A notícia foi recebida com alívio pela equipe econômica”, resume.

Na mesma reportagem, ISTOÉ DINHEIRO aponta que, para a indústria, este ano será de retração. E reproduz avaliação atribuída ao presidente da CNI, ROBSON DE ANDRADE. “Esperamos uma queda de 1%, com crescimento de 1% em 2016”. Texto lembra que, “na semana passada, o governo elevou de 5,5% para 6% os juros de longo prazo (TJLP), do BNDES, reduzindo o subsídio do Tesouro. Para alguns empresários, no entanto, o cenário é incerto”.

Como ponto de atenção, o jornalista Leonardo Attuch, em sua coluna na ISTOÉ, alerta que as demissões na construção civil são um claro sinal de que a operação Lava Jato “pode quebrar o país”. Segundo ele, “sem crédito, as empreiteiras já paralisaram pelo menos 30 grandes obras de infraestrutura”.

Attuch afirma que o impacto mais agudo é sentido na indústria naval. “O governo japonês reclamou sobre três estaleiros que se implantaram no País, subcontratados pela empresa Sete Brasil. Eles têm R$ 1,3 bilhão a receber, mas que não foram pagos em razão da Lava Jato”, justifica.

“Se houvesse visão de futuro no Brasil de hoje, as lideranças estariam buscando o diálogo, e não o confronto. Chega a ser chocante o silêncio de lideranças empresariais que assistem impassíveis ao desmoronamento da indústria naval”, afirma Attuch.
ANÁLISE SETORIAL
Não há tantos espaços como na semana passada para a discussão econômica. Revistas optam por um tipo de cobertura relativamente compacta e menos abrangente. 
·  VEJA avalia que, graças às correções feitas pela nova equipe econômica, “o governo escapou de um vexatório rebaixamento na sua avaliação de crédito. Mas as reformas não podem parar”. O debate sobre o ajuste fiscal inspira a revista a qualificar a decisão da Standard & Poors (S&P). 
·  O ex-ministro ANTONIO DELFIM NETTO, em sua coluna na CARTA CAPITAL, opina que as medidas de austeridade “é uma necessidade, mas não é um objetivo em si mesmo. Afirma que o esforço do governo: É apenas uma ponte”. 
·  DELFIM NETTO cita o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, segundo quem cabe “mobilizar rapidamente a nossa indústria com evidente capacidade ociosa (mesmo com às dificuldades na oferta de água e energia), e devolver-lhe a demanda interna que lhe foi roubada pela desastrosa política de valorização cambial usada para combater a inflação”. 
·  Ainda em CARTA CAPITAL, reportagem registra que a sonegação de impostos no Brasil é sete vezes maior que a corrupção, mas “recebe atenção mínima da sociedade”. Segundo o texto, deixam de ser recolhidos R$ 500 bilhões por ano, conformeJosé Ricardo Roriz Coelho, diretor-titular do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp.
Parte da agenda das revistas associa a realidade da indústria ao cenário de crise hídrica e elétrica.

Outra referência são as discussões sobre os rumos e o ritmo dos investimentos em infraestrutura, além de abordagens com foco na legislação trabalhista atual e no PIB de 2014. 
·  Já os desdobramentos da operação Lava Jato continuam em evidência. Como ponto de atenção, CARTA CAPITAL destaca que o futuro das grandes empreiteiras investigadas “detonou uma guerra em Brasília”. 
·  Segundo CARTA CAPITAL, “a aplicação de todo o arsenal legal disponível provocaria o fechamento das empresas, um castigo exemplar que deixaria um rastro de obras paradas e trabalhadores demitidos”. 
·  Mais um ponto de atenção está na coluna BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, que registra: servidores da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) avaliam que, ao contratar a Kroll, empresa de espionagem norte-americana Kroll Advisory Solutions, a CPI da Petrobras “põe em risco os segredos industriais do pré-sal”. 
·  Indicando certa preocupação quanto aos impactos de decisões judiciais no âmbito do mercado de trabalho, RICARDO BOECHAT, na ISTOÉ, registra que “a Justiça do Trabalho quer atenuar o impacto econômico e os efeitos sociais de demissões em massa nas empresas”. 
·  RICARDO BOECHAT assinala ainda que, “diante do aviso de Eduardo Cunha de que colocará as medidas provisórias 664 e 665, que retiram direitos dos trabalhadores, para serem votadas antes do feriado da Páscoa, a Força Sindical convocou dois mil sindicatos associados para estarem em Brasília, a partir desta segunda-feira 30. Cada dirigente está escalado para fazer pressão sobre os parlamentares do seu Estado”. 
·  Com foco nos impactos da crise hídrica e elétrica, CARTA CAPITAL adverte que as chuvas não foram suficientes para encher os reservatórios e que a expectativa é de meses críticos para o abastecimento de água e de energia no Brasil. 
·  De acordo com Cristopher Vlavianos, presidente da comercializadora de energia Comerc, entrevistado por CARTA CAPITAL, a atividade industrial baixa e o aumento do preço da energia devem contribuir para reduzir o consumo e diminuir a pressão por um racionamento de energia. 
·  CARTA CAPITAL adverte que 94,9% das empresas, indústrias, hospitais e hotéis do Estado de São Paulo não contam com um plano para enfrentar a atual crise hídrica. 
·  De volta a VEJA, reportagem diferenciada complementa a pauta e destaca que “o agronegócio, que livrou o Brasil da recessão em 2014, deverá crescer neste ano 1,2%”. Como ponto de atenção, texto afirma que a indústria deve sofrer um encolhimento de 4,5%, segundo um estudo da Fiesp. 


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