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terça-feira, 31 de março de 2015

Análise de Mídia - 31 de março de 2015

Destaque do dia está no EDITORIAL ECONÔMICO de O ESTADO DE S.PAULO, que analisa a performance da construção civil.

Segundo o veículo, empresários “demonstram preocupação crescente com o ritmo da atividade e as perspectivas futuras do setor” – texto menciona o índice de Confiança da Construção (ICST) da FGV e a Sondagem da Construção da CNI.

“Com indicadores ruins, as empresas adiam decisões de investimento e se concentram na geração de caixa ou na renegociação dos débitos bancários”, resume o texto do ESTADÃO, que completa: “os efeitos da operação Lava Jato sobre as grandes construtoras são de tal ordem que os indicadores da CNI só são menos ruins nas pequenas construtoras”.

Já o VALOR ECONÔMICO, em reportagem diferenciada, informa que “mudanças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) foram defendidas por duas autoridades do órgão”.

Com base em informações de bastidores – e não identificando as supostas fontes – VALOR adverte que “há anos os conselheiros já debatiam como aprimorar o Carf”.

VALOR detalha de que maneira o Carf trabalha atualmente, quais suas obrigações, prazos e principais discussões. E resume: “os escolhidos pela Receita têm que ser auditores fiscais com mais de cinco anos na função. Os eleitos pela parte dos contribuintes têm que ter conhecimento técnico de direito tributário e, há pelo menos cinco anos, registro em órgão de classe que pode fazer a escolha, como as confederações da indústria (CNI), do comércio (CNC) ou da área sindical - CUT e UGT, por exemplo”.


FOLHA DE S. PAULO
Em crise, Petrobras pede alta de 13% em salários de diretores

O ESTADO DE S. PAULO
Ação da Petrobras reduz lucro do BNDES

O GLOBO
Crise da Petrobras afeta resultado do BNDES

VALOR ECONÔMICO
Governo espera antecipar volta do crescimento

CORREIO BRAZILIENSE
Levy pede ajuste. PMDB propõe autonomia do BC

BRASIL ECONÔMICO
BNDES perde R$ 2 bi com Petrobras, mas lucro cresce 5,4%



Macroeconomia é referência importante no contexto da pauta com foco na indústria. A cena doméstica, decisões de governo e dados setoriais diversificam a cobertura do dia.

Editorial da FOLHA DE S.PAULO critica o fato de a presidente Dilma Rousseff atribuir os males do Brasil à economia internacional e afirma: “enquanto a indústria estiver empenhada em se tomar mais competitiva, a receita cambial brasileira continuará dependendo principalmente das vendas de commodities”.

Uma parte do noticiário volta a centrar forças no setor automotivo. Incertezas quanto ao ritmo das vendas e dúvidas ligadas ao mercado de trabalho, motivam alguns jornais a publicarem reportagens em tom de alerta.

O GLOBO revela que, desde ontem, 4.200 empregados da fábrica da Volkswagen de Taubaté (SP) estão em férias coletivas e só voltarão ao trabalho em 18 de abril.

FOLHA DE S.PAULO, também sobre o mesmo assunto, completa que a decisão ocorreu diante da suspensão do terceiro turno, que emprega 970 funcionários que serão remanejados para os dois outros turnos.

Como ponto de atenção, VALOR ECONÔMICO devolve ao debate sobre o ajuste fiscal peso e maior amplitude. Segundo o jornal, “empresários presentes ontem no evento com o ministro Levy disseram apoiar o ajuste fiscal, ‘mesmo que seja dolorido’, mas exigem uma contrapartida do setor público, que também tem que cortar gastos ‘para dar exemplo’".

Ainda no VALOR, outra reportagem informa que “a trajetória positiva da indústria observada no começo do ano teve vida curta”. Consultadas pelo jornal especializado, 16 instituições financeiras e consultorias estimam que, após ter subido 2% em janeiro, a produção industrial caiu 1,5% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, feitos os ajustes sazonais.

No texto, VALOR reforça que as previsões para a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física, que será divulgada amanhã pelo IBGE, vão de retração de 2,5% até alta de 0,4%.

Outro ponto de atenção no VALOR ECONÔMICO refere-se à notícia de que a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil) vai reduzir sua participação nos contratos de apoio a projetos de exportação e investimentos assinados com entidades setoriais.

De acordo com o VALOR, “antes esses contratos contavam com 85% de recursos da Apex com contrapartida de 15% das entidades de classe. Os contratos assinados a partir de agora terão 70% de participação da Apex com 30% das entidades”.

O presidente da Apex-Brasil, David Barioni, diz ao VALOR que a ideia é otimizar os recursos existentes.

Complementando a pauta do dia, VALOR ECONÔMICO informa ainda que “empresas de todos os portes no estado de São Paulo foram atacadas no ano passado por hackers, sendo que 35% das invasões foram bem-sucedidas”.

Do total das invasões, 59% tinham motivação financeira, inclusive com transferências em dinheiro. Em 46,2% das grandes companhias, os hackers buscavam informações sigilosas. Os dados são de uma pesquisa que a Fiesp fez entre janeiro e fevereiro com 435 empresas industriais.

FOLHA DE S. PAULO reserva espaço para os efeitos da Operação Zelotes, deflagrada recentemente pela Polícia Federal, que investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no Brasil e abre discussão sobre o papel do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

O GLOBO também aborda o tema e afirma que existem hoje no Brasil “exemplos bem-acabados de assaltos ao Erário”. Texto cita o “petrolão”, no qual desviam-se recursos do Tesouro, e agora a Operação Zelotes, esquema “construído nada menos do que no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf)”.

Analisa o que chama de “a mais recente derrapada verbal do ministro Joaquim Levy”, O ESTADO DE S. PAULO sustenta que a declaração feita pelo chefe da Fazenda é irrelevante, “mas as repercussões que teve sugerem algumas conclusões a respeito do caótico impasse político em que o governo está mergulhado”.

Em outro editorial, ESTADÃO assinala que a presidente Dilma Rousseff erra ao justificar “os males do Brasil à economia internacional, recusando teimosamente reconhecer os erros de seu governo”. Texto apresenta uma análise sobre a competitividade da indústria e a dependência das vendas de commodities.

Com enfoque econômico, VALOR ECONÔMICO pontua que a “inflação poderá despencar pelo peso da gravidade da atividade econômica, em franco declínio”. Conforme o veículo, estimativa do Banco Central (BC), em seu cenário de referência, “aponta que se os juros não se moverem e o dólar estacionar em R$ 3,15, o IPCA fechará em 7,9%”.


VINICIUS TORRES FREIRE, na FOLHA DE S.PAULO, analisa as perspectivas de crescimento do PIB neste ano e faz um histórico sobre as medições do IBGE. “(...) temos problemas profundos antigos e novos. Em vez de pensar no -1% de 2015, no +1% de 2016, a gente tem de se preocupar no que fazer daqui a uma década a fim de evitar que a média de crescimento caia de 3% para 2%”.

MIRIAM LEITÃO, em O GLOBO, afirma ser “difícil missão de pôr no lugar a bagunça feita na economia” e reforça que o ministro da Fazenda Joaquim Levy propôs ao Congresso que a regulamentação da lei da mudança na indexação da dívida dos estados e municípios seja adiada por um ano.

NIZAN GUANAES, publicitário e presidente do Grupo ABC, escreve na FOLHA DE S.PAULO sobre a atual conjuntura política e econômica do Brasil e afirma: “As crises trazem confusão, mas trazem também clareza. Que ela exerça sua função suprema de depurar defeitos e fortalecer acertos. O apoio ao empreendedor já se provou seminal aqui e em todo o mundo”.


O ESTADO DE S.PAULO informa que “o Ministério da Educação (MEC) liberou somente na semana passada dinheiro para quitar pagamentos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) referentes a 2014”. Segundo a pasta, foram liberados R$ 200 milhões para repasses a instituições privadas que oferecem vagas do programa. “Por causa dos atrasos, algumas instituições adiaram a volta às aulas para alunos que estão com cursos em andamento”, resume o texto.



A presidente Dilma Rousseff assume boa parte do protagonismo do noticiário, tendo ao fundo novos desdobramentos do que a mídia convencionou chamar de “crise política”.

Jornais repercutem de forma ampla, embora semelhante, a suposta polêmica criada em torno de uma declaração do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na semana passada, em que mencionou Dilma.

Em viagem oficial ontem, a presidente manifestou-se pela primeira vez sobre o episódio e afirmou ter "clareza" de que o ministro foi "mal interpretado". Textos relatam que Dilma chegou a agradecer o que classificou de elogio do ministro ao esforço do governo em fazer o ajuste fiscal.

O ESTADO DE S.PAULO informa que o gesto de Dilma coincide com a véspera de um dia decisivo para o futuro do ajuste fiscal no Congresso. Hoje, Levy estará no Senado para audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Jornais registram que, em sua defesa, Levy negou ontem novamente que tenha feito qualquer tipo de crítica à presidente Dilma. Segundo ele, existe uma grande afinidade entre os dois. Para Levy, criou-se um "banzé" em relação ao assunto.

A agenda legislativa também volta a ocupar espaços na cobertura. Destaque para a informação de que o PMDB indicou que pode adiar a votação no Senado do projeto de lei que fixa prazo de 30 dias para o governo regulamentar a troca dos indexadores das dívidas dos estados e municípios.

No contexto voltado para os desdobramentos da operação Lava Jato, FOLHA DE S. PAULO registra que “depoimentos de um funcionário do doleiro Alberto Youssef que entregou dinheiro a beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras, Rafael Angulo Lopez, reforçam suspeitas de que as empresas Odebrecht, Braskem e OAS tenham feito repasses de propina ligada a contratos da estatal para contas no exterior”.

Em reportagem coordenada, FOLHA informa que as empresas citadas negaram o repasse de propinas em contratos da Petrobras.

Jornais também destacam a informação que o presidente da construtora Camargo Corrêa, Dalton Avancini, deixou a ontem após ter seu acordo de delação premiada homologado pela Justiça Federal do Paraná. O executivo cumprirá prisão domiciliar e terá de usar tornozeleira eletrônica.


A informação de que os investimentos nas ações da Petrobras derrubaram o lucro do BNDES no ano passado é assunto obrigatório nas primeiras páginas dos jornais.

Reportagens informam que o balanço do banco, que detém 17% do capital da estatal, apontou que o banco teve uma perda de R$ 2,6 bilhões, ao corrigir para baixo valor de sua participação na empresa.

O ESTADO DE S. PAULO registra que “o estrago só não foi maior porque uma norma do Conselho Monetário Nacional (CMN), do fim de 2012, abre uma brecha nas regras do Banco Central (BC) e permitiu deduzir dos resultados apenas R$ 1 bilhão dos R$ 2,6 bilhões calculados como ‘perdas não recuperáveis’ com ações da petroleira”.

Ainda com foco na Petrobras, manchete da FOLHA DE S. PAULO destaca em reportagem diferenciada que, mesmo em meio à crise enfrentada, a estatal está pedindo para que seus acionistas aprovem, na assembleia do próximo dia 29, um teto de remuneração 13% acima do que foi pago em 2014 para executivos que dirigem a empresa.

Também merece atenção a notícia de que o grupo OAS vai entrar hoje com o pedido de recuperação judiciai de pelo menos cinco de suas empresas.

No contexto da operação Zelotes, FOLHA DE S. PAULO revela que a Polícia Federal vê fortes indícios de que ao menos 12 empresas negociaram ou pagaram propina para reduzir e, em alguns casos, zerar débitos com a Receita Federal.

Em outra frente da cobertura, registram-se ainda expectativas sobre novas projeções associadas ao crescimento do PIB e ao ritmo da produção.


Alguns veículos registram que o Boletim Focus do Banco Central voltou a baixar as expectativas para o desempenho da economia neste ano e agora prevê retração de 1% no PIB. Na semana passada, a previsão era de queda de 0,83%. Para 2016, a estimativa caiu de 1,20% para 1,05%.

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