Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Em alusão a campanha do
Outubro Rosa, durante todo o mês, a Esplanada dos Ministérios e o prédio sede
do Ministério da Saúde, em Brasília, ficarão iluminados de rosa. O objetivo é
reforçar a importância das ações de controle do câncer de mama e desmistificar conceitos
em relação à doença. O tema da campanha escolhido pelo Instituto Nacional de
Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) é “Câncer de mama: vamos falar sobre
isso?”.
Atualmente, este tipo de
câncer é o mais incidente entre as mulheres depois do de pele não melanoma.
Segundo o INCA, só em 2016 são esperados 57.960 casos em todo o país e, por
ano, o câncer de mama corresponde a cerca de 25% de todos os tipos de câncer
diagnosticados nas mulheres neste período. Entretanto, se for descoberto no
começo, o tratamento é mais eficaz, podendo evitar terapias mais agressivas.
A psicanalista Maria
José Miguel, de 70 anos, descobriu o câncer de mama em 2005, há 11 anos, logo
após ler uma reportagem de uma mulher que havia diagnosticado a doença. “Ela
contava que descobriu um nódulo no mamilo depois de se examinar. Por coincidência,
quando fui tomar banho, encontrei um nódulo na mesma região que eu nunca tinha
percebido”, lembra. Mesmo em férias, a psicanalista procurou um médico e
realizou a mamografia para fazer a investigação diagnóstica. Logo em seguida,
já realizou a cirurgia.
Para as mulheres que estão
passando pela mesma situação, Maria José fala em esperança. “Tendo uma vida
saudável, com tratamento, é possível sobreviver. Ter força de vida, projetos,
viver cada dia um dia, é muito importante. Eu nasci duas vezes”, celebra.
A grande maioria das mulheres
não tem mutação genética e não são consideradas de alto risco para a doença,
além do risco normal por ser mulher e possuir mamas. Mesmo que a maior
incidência de câncer seja entre mulheres com mais de 50 anos, não são apenas elas
que devem se cuidar. “A recomendação é que todas as mulheres conheçam o seu
corpo, fiquem atentas a mudanças nas mamas e procurem um médico ao sinal de
qualquer alteração, independente da idade”, reforça o mastologista do INCA,
Marcelo Bello.
Algumas mulheres possuem maior
chance de desenvolver a doença. São aquelas que têm mutações genéticas
conhecidas que aumentem o risco para câncer de mama, histórico familiar de
câncer de mama ou de alguns outros tipos de câncer. “Nesses casos há a necessidade
de uma abordagem mais individualizada até intervenções profiláticas para
reduzir o risco da doença aparecer, mas são grupos que não superam 10% dos
casos”, explica Bello.
Além de estar atenta ao
próprio corpo, também é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e
pelo Ministério da Saúde que mulheres de 50 a 69 anos façam mamografia de
rastreamento (quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. O exame pode
ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.
Em 2015, o Brasil realizou
4.121.128 mamografias de rastreamento, das quais 2.492.603 foram realizadas na
faixa etária prioritária, entre 50 e 69 anos. “O ideal é encontrarmos o tumor
antes que ele seja palpável, por isso é tão importante fazer a mamografia de
rastreamento”, defende.
O médico Marcelo Bello também
defende que o mês de o #OutubroRosa ajude a mudar o olhar para o câncer de
mama. “É importante desmistificar a doença e não ter medo, porque é plenamente
tratável e curável. O importante é descobrir precocemente. Em outubro, as
pessoas ficam muito atentas a isso, e cada ano que passa, a cultura de cuidado
aumenta”, finaliza.
Aline Czezacki, para o Blog da
Saúde


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