Duas das regiões com o maior número de casos de dengue no Paraná, Paranaguá e Maringá foram escolhidas para receber projetos-piloto de um programa inédito desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a empresa Forrest Innovations, para produzir e soltar na natureza machos estéreis do mosquito transmissor do Aedes aegypti. Com o projeto, a tendência é que haja a queda da incidência do mosquito em até 90%.
O Tecpar é o responsável pelo suporte tecnológico e logístico ao projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). De acordo com o diretor de Biotecnologia Industrial do Tecpar, Julio Salomão, o projeto consiste no Controle Natural de Vetores (CNV), baseado na criação de machos estéreis que serão soltos na natureza.
“Os mosquitos estéreis competirão na natureza com os mosquitos selvagens, o que acarreta na consequente redução da proliferação do mosquito, inclusive das fêmeas, que são as transmissoras das doenças. Conforme os resultados nas duas cidades sejam positivos, a aplicação desta tecnologia será estendida a outros municípios paranaenses que sofrem com a presença da dengue, do Zika e do Chikungunya”, ressalta.
No início do projeto é realizada a coleta de ovos do mosquito que não estejam contaminados. Depois, os mosquitos são levados para o laboratório, onde recebem uma alimentação com produtos que garantem 100% da sua esterilidade. Estéreis, os mosquitos são soltos nos municípios em um voo rasante em um avião que vem dos EUA somente para o projeto-piloto.
Em Paranaguá, o laboratório está sendo instalado no Aeroparque. A unidade do projeto-piloto de Maringá está sendo implantada no Aeroporto Regional da cidade. Os espaços funcionarão até novembro de 2017. Nos primeiros quatro meses serão utilizados 160 milhões de mosquitos estéreis, com divulgação de estatística da efetividade para a sociedade, salienta Salomão.


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