Parlamentar é acusado de ter
recebido mais de 40 milhões de reais de propina por favorecer empreiteiras na
Refinaria Abreu e Lima
Senador Fernando Bezerra
Coelho (Elza Fiúza/ABr/VEJA)
O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, denunciou na tarde desta segunda-feira o senador
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) pelos crimes de lavagem de dinheiro e
corrupção passiva no âmbito da Operação Lava Jato.
Segundo a denúncia
apresentada ao Supremo Tribunal Federal, o senador e o ex-governador de
Pernambuco Eduardo Campos, falecido em 2014, receberam 41,5 milhões
de reais de propina das empreiteiras OAS, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa por
favores políticos em obras da Refinaria de Abreu em Lima. Os
pagamentos teriam ocorrido entre 2010 e 2011, quando o parlamentar era
secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo
Industrial Portuário de Suape, onde foi erguida a refinaria; e Campos era governador
do Estado.
Fernando Bezerra foi ministro
da Integração Nacional do governo Dilma Rousseff(de 2011 a 2013) e um dos
61 parlamentares que votaram pelo impeachment da ex-presidente no Senado.
Atualmente, o seu filho de mesmo nome é ministro de Minas e Energia do governo
Temer.
Parte dos valores ilícitos
pagos pelas construtoras foi feita por meio de doações legais à
campanha de reeleição de Eduardo Campos ao governo de Pernambuco, em 2010. A
outra parceria teria sido quitada por meio de contratos superfaturados e
fraudulentos com a empresa Câmara & Vasconcelos. A procuradoria diz
que, em troca da propina, os dois políticos garantiam contratos de
obras de infraestrutura e incentivos tributários na construção da refinaria.
Segundo as investigações, quem
pediu os pagamentos às empreiteiras foi o ex-diretor de Abastecimento da
Petrobras, Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da Lava Jato. Já a
operacionalização do esquema ficou a cargo dos empresários Aldo
Guedes Álvaro, então presidente da Companhia Pernambucana de Gás, e João Carlos
Lyra Pessoa de Mello Filho, que também foram denunciados hoje pelo Ministério
Público Federal.
Como provas, o PGR anexou
trechos dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef,
agendas de reuniões de ex-dirigentes da Petrobras com o senador e
declarações prestadas à Justiça Eleitoral de doação das construtoras à campanha
de Eduardo Campos.
Por Eduardo Gonçalves,
Veja.com
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