Na Conferência de Segurança,
em Munique, o fundador da Microsoft considerou "perigoso" continuar a
ignorar a ligação entre o controle de pandemias na saúde e a segurança
internacional.
Bill Gates deixou um aviso este sábado, na Conferência de
Segurança de Munique, de que um ataque de bioterrorismo poderia matar “mais
de 30 milhões de pessoas em menos ano“.
O homem mais rico do mundo —
que tem dedicado o trabalho da sua fundação nos últimos 20 anos a uma campanha
global de saúde — alerta que “é perigoso” continuar a ignorar “a ligação entre
a segurança na saúde e a segurança internacional”.
O fundador da Microsoft,
citado pelo The Guardian, alerta que “uma versão sintética [alterada
por terroristas em laboratório] de um vírus como a varíola” poderia matar
dezenas de milhões de pessoas em pouco tempo. Bill Gates acrescentou ainda que
há uma “probabilidade razoável” de um ataque desse género ser operado “nos
próximos 10 a 15 anos.” O norte-americano alertou ainda que o mesmo pode
acontece por “capricho da natureza” e que teria o mesmo grau de mortalidade.
Bill Gates considera que as
precauções que o mundo deve tomar para se “proteger contra uma pandemia de
origem natural são as mesmas de um ataque biológico intencional.” Para o
multimilionário, é tão importante o mundo preparar-se para “uma pandemia
global” como para uma “dissuasão nuclear ou evitar uma catástrofe climática.”
Na sua intervenção em Munique,
Gates lembrou que as agências de inteligência norte-americanas e britânicas
alertaram que o Estado Islâmico tem tentado desenvolver armas biológicas na
Síria e no Iraque.
Veladamente acabam por
desvalorizar a ameaça apenas porque consideram que os terroristas precisariam
de pessoas com capacidades técnicas evoluídas, bons laboratórios e um ambiente
calmo, o que não é possível nas zonas de conflito em que opera o Daesh.
No entanto, o fundador da
Microsoft adverte que especialistas em segurança já alertaram que as
modificações na biologia molecular das últimas décadas tornou mais acessível o
desenvolvimento de armas biológicas.
Rui Pedro Antunes
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