Ministério da Saúde atua para
qualificar e ampliar o acesso de pessoas com deficiência auditiva às ações e
serviços de saúde
Por todo o mundo, mais de 278
milhões de pessoas têm perdas auditivas de grau moderado a profundo. Desse número,
pelo menos 80% dessa população são de países em desenvolvimento como o Brasil.
Esses são dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e apontam para uma
medida que pode reduzir pela metade os casos de deficiência auditiva e
minimizaria seus efeitos: a detecção precoce.
Atualmente, o Ministério da
Saúde atua de maneira mais ostensiva para qualificar e ampliar o acesso de
pessoas com deficiência às ações e serviços de saúde. De acordo com Diogo
Aguiar, técnico da Coordenação-Geral da Pessoa com Deficiência do Ministério da
Saúde, o órgão “vem adotando medidas como o investimento na qualificação de
profissionais por todo o país e a estruturação de unidades de saúde”.
Para saber mais sobre a
qualificação dos profissionais de saúde para o atendimento de pessoas com
deficiência, ouça aqui a reportagem da Rádio Saúde.
Em 2011, o Governo Federal instituiu o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – o Plano Viver Sem Limite; com o objetivo de articular políticas intersetoriais para garantir a inclusão social, a acessibilidade, o acesso à educação e a atenção à saúde das pessoas com deficiência.
“Nos últimos anos tivemos
avanços em relação ao acesso das pessoas com deficiência auditiva aos serviços
de saúde, mas ainda precisamos melhorar. Por exemplo, ainda temos carência de
intérprete de libras para acompanhar gestantes surdas durante o atendimento
pré-natal ou mesmo durante o parto” afirma a gerente de Inclusão e
Acessibilidade da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, Bárbara Barbosa.
O intérprete de Libras é a
pessoa que domina a língua de sinais e a língua falada do país. Sua função é
traduzir a língua oral para a língua de sinais, que o Brasil adotou como a
segunda língua oficial. É importante destacar que, ao detectar a surdez na
criança, os pais podem recorrer a um tratamento para estimular a fala ou optar
pelo ensino da língua brasileira de sinais.
Já o Plano Viver Sem Limite
induziu a instituição da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS), que tem entre seus objetivos o desenvolvimento de
ações de prevenção e identificação precoce de deficiências na fase pré, peri e
pós-natal, infância, adolescência e vida adulta, entre outros serviços para a
promoção dos cuidados em saúde.
Com isso, foram introduzidos
avanços nas ações de identificação precoce de deficiência a partir da ampliação
e qualificação da Triagem Neonatal Biológica, Auditiva e Ocular – que são os
famosos testes do pezinho, da orelhinha e do olhinho.
Joaquim Emanuel, presidente da
Associação Brasileira de Surdos Oralizados, é surdo desde que nasceu, mas
apenas aos quatro anos foi diagnosticado corretamente e, com ajuda da família,
pode receber o tratamento adequado. “Chegaram a afirmar que eu tinha
deficiência intelectual antes de descobrir que eu era surdo. Depois disso, tive
acompanhamento até os 14 anos com fonoaudiólogo para poder falar. Além disso,
usei aparelho auditivo até pouco tempo atrás, quando fiz a cirurgia para
implante coclear” desabafa.
Sobre a importância do teste
da orelhinha na detecção precoce da surdez, assista a reportagem da TV Saúde.
Entre 2012 e 2013, o
Ministério da Saúde financiou a qualificação de 75 maternidades por meio da
aquisição de equipamentos para a realização da TAN (BERA e Emissões
Otoacústicas).
Janary Damacena para o Blog da
Saúde
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