A controvertida e polêmica
história entre a indústria do tabaco e as organizações brasileiras ligadas à
saúde pública ao longo do século XX fazem parte do memorial da exposição
itinerante “O Controle do Tabaco no Brasil: uma trajetória”, que estará em
Belém para visitação pública entre os dias 13 e 17 de fevereiro, na galeria de
arte Graça Landeira, do campus Alcindo Cacela da Universidade da Amazônia
(Unama).
Iniciativa da Casa de Oswaldo
Cruz (COC/Fiocruz), em parceria com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva (Inca), a mostra chegará à capital paraense por conta da articulação
feita pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da
Coordenação de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (CDCNT), responsável pelo
Programa do Tabagismo no Estado.
Aberta ao público durante três
turnos, a exposição é uma das iniciativas do projeto “História do Câncer:
atores, cenários e políticas públicas”, realizado em conjunto pelo Inca e a
Fiocruz, por intermédio do Departamento de Pesquisas em História das Ciências e
da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O objetivo é produzir
conhecimento histórico sobre a trajetória do controle do câncer no Brasil e
medidas para a divulgação de ações de prevenção da doença.
A exposição revela que o
tabaco começou a ser utilizado por volta do ano 1000 a.C., nas sociedades
indígenas da América Central. Os nativos a usavam em rituais mágico-religiosos,
visando purificar, contemplar, proteger e fortalecer os ímpetos guerreiros. Por
iniciativa de navegadores europeus, ainda no século 16, alcançou outras partes
do mundo. Chegou ao Brasil provavelmente pela migração de tribos tupi-guaranis.
Com o tempo, o desenvolvimento
industrial e o surgimento de novos estilos de vida acarretaram o aumento do
consumo de cigarros e, por tabela, fez crescer o número de doenças e mortes
relacionadas ao tabagismo (doença causada pela dependência à nicotina, presente
no cigarro), transformando-o em importante problema de saúde pública.
Dividida em 22 painéis
fotográficos, a exposição apresenta o esforço dos sanitaristas brasileiros
frente ao estímulo do consumo de cigarros e seus derivados. Os painéis trazem
cartazes de cinema e campanhas publicitárias com o objetivo de seduzir as
pessoas a consumirem cigarros e também os grandes esforços dos órgãos
governamentais utilizando campanhas, cartazes, dentre outros veículos
midiáticos, para mostrarem os malefícios do cigarro, para que o Brasil avance
no controle do tabaco e proteja gerações presentes e futuras.
A exposição também destaca as
campanhas criadas por órgãos governamentais mostrando os malefícios do uso do
cigarro. Nesse sentido, a organização da exposição considera “fundamental
informar principalmente aos jovens os danos que o tabagismo causa à população
de fumantes e não fumantes, e que existem também tratamentos pela rede pública
de saúde para os dependentes”.
No Pará, esse tratamento pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) para deixar de fumar é oferecido de forma
descentralizada. Em Belém, é disponível pela Sespa, por meio do Centro de
Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante; pela Secretaria de Saúde de Belém,
nas Unidades de Básicas de Saúde do Telégrafo, do Tapanã, da Marambaia, do
Jurunas e Benguí II, e também no interior do Estado, por meio de
encaminhamentos emitidos pelas Secretarias de Saúde dos municípios.
Segundo dados da última
pesquisa sobre Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas
por Inquérito Telefônico (VIGITEL) realizada no ano de 2015, em Belém, 7,1% da
população adulta são fumantes. A capital é a 21° no ranking das 27
capitais brasileiras. As estimativas apontam que em Belém existam cerca de
76.800 fumantes e, no Pará, contenham 380.000 dependentes do cigarro. Outros
quantitativos apontam algumas categorias, como as de ex-fumantes (22,8 %);
fumantes passivos no domicílio (8,8%) e fumantes passivos no trabalho (9%). Os
dados são referentes à população adulta de Belém, com representatividade para
todo o Estado.
Serviço: Exposição “O Controle
do Tabaco no Brasil: uma trajetória”, de 13 a 17 de fevereiro, no horário de 08
às 12 horas e de 15 às 22 horas, na galeria de arte Graça Landeira, da
Universidade da Amazônia (Unama), no campus situado na avenida Alcindo Cacela,
287, bairro do Umarizal, entre travessa Oliveira Belo e avenida Pedro Miranda.
Fonte: Secretaria de Estado de
Saúde Pública do Pará
0 comentários:
Postar um comentário