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terça-feira, 8 de agosto de 2017

Agências da ONU discutem consequências da epidemia de zika para as mulheres brasileiras

Em Salvador, agências da ONU participaram na segunda-feira (7) do 6º encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre Direitos das Mulheres no contexto da epidemia de zika. Reunião contou com a participação de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz e de representantes da sociedade civil. Iniciativa das Nações Unidas visa criar canais de comunicação entre gestores e população, fortalecendo o debate sobre as respostas ao vírus.

A Sala de Situação é “um espaço de discussão, compartilhamento de informações sobre saúde e definição de ações em parceria que tem sido fundamental para o engajamento da sociedade civil e para a construção de posicionamentos conjuntos com a ONU”, defendeu o representante do Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA), Jaime Nadal.

O dirigente acrescentou que as discussões também têm “servido para articular as políticas públicas relacionadas ao zika às questões de gênero e saúde reprodutiva, colocando-as como elementos centrais para a consolidação dos avanços sociais do país”.

O UNFPA, a ONU Mulheres e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) são os três organismos das Nações Unidas responsáveis pela criação do programa, que promove encontro regulares. Além de Nadal, também participaram da reunião da segunda-feira especialistas das outras duas agências da ONU.

Em março desse ano, a Sala de Situação completou um ano. O projeto começou com a mobilização de 25 entidades e organizações. Atualmente, 40 instituições participam da iniciativa.

Feira científica busca estratégias inovadoras na luta contra o zika
O encontro da Sala de Situação aconteceu na véspera da Feira de Soluções para a Saúde — Zika, que teve início nesta terça-feira (8), também na capital baiana. Evento promoverá amplo debate sobre o atual estado da epidemia, reunindo até a próxima quinta (10) pesquisadores, estudantes, empresas, profissionais de saúde, movimentos sociais e famílias com crianças que nasceram com a síndrome congênita associada ao vírus.

A proposta da Feira é fomentar as discussões sobre estratégias inovadoras de enfrentamento à doença, bem como a outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti — dengue e chikungunya. Um dos objetivos do encontro é discutir as implicações do zika para as decisões reprodutivas de mulheres e casais, uma vez que a patologia pode provocar transtornos neurológicos em bebês e pode ser transmitida em relações sexuais.

Ao longo do evento, o UNFPA apresentará a campanha de comunicação “Mais Direitos, Menos Zika”, um projeto que promove acesso a informação e a métodos contraceptivos. A iniciativa nasceu da necessidade, identificada na Sala de Situação, de se complementar a linha oficial de comunicação adotada no combate da epidemia, muito centrada no controle do vetor — o Aedes aegypti — e pouco voltada para os direitos reprodutivos das populações afetadas.

A campanha é liderada pelo UNFPA e realizada em parceria com a OPAS, a ONU Mulheres, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), a Fundação Oswaldo Cruz e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Projeto conta com o apoio financeiro dos governos britânico, canadense e japonês.

Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika. Foto: FotosPúblicas / Rafael Neddermeyer


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