Em Salvador, agências da ONU participaram na
segunda-feira (7) do 6º encontro da Sala de Situação, Ação e Articulação sobre
Direitos das Mulheres no contexto da epidemia de zika. Reunião contou com a
participação de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz e de representantes da
sociedade civil. Iniciativa das Nações Unidas visa criar canais de comunicação
entre gestores e população, fortalecendo o debate sobre as respostas ao vírus.
A Sala de Situação é “um espaço de discussão,
compartilhamento de informações sobre saúde e definição de ações em parceria
que tem sido fundamental para o engajamento da sociedade civil e para a
construção de posicionamentos conjuntos com a ONU”, defendeu o representante do
Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (UNFPA), Jaime Nadal.
O dirigente acrescentou que as discussões
também têm “servido para articular as políticas públicas relacionadas ao zika
às questões de gênero e saúde reprodutiva, colocando-as como elementos centrais
para a consolidação dos avanços sociais do país”.
O UNFPA, a ONU Mulheres e a Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) são os três organismos das Nações Unidas
responsáveis pela criação do programa, que promove encontro regulares. Além de
Nadal, também participaram da reunião da segunda-feira especialistas das outras
duas agências da ONU.
Em março desse ano, a Sala de Situação
completou um ano. O projeto começou com a mobilização de 25 entidades e
organizações. Atualmente, 40 instituições participam da iniciativa.
Feira científica busca estratégias inovadoras
na luta contra o zika
O encontro da Sala de Situação aconteceu na
véspera da Feira de Soluções para a Saúde — Zika, que teve início nesta
terça-feira (8), também na capital baiana. Evento promoverá amplo debate sobre
o atual estado da epidemia, reunindo até a próxima quinta (10) pesquisadores,
estudantes, empresas, profissionais de saúde, movimentos sociais e famílias com
crianças que nasceram com a síndrome congênita associada ao vírus.
A proposta da Feira é fomentar as discussões
sobre estratégias inovadoras de enfrentamento à doença, bem como a outras
arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti — dengue e chikungunya. Um
dos objetivos do encontro é discutir as implicações do zika para as decisões
reprodutivas de mulheres e casais, uma vez que a patologia pode provocar
transtornos neurológicos em bebês e pode ser transmitida em relações sexuais.
Ao longo do evento, o UNFPA apresentará a
campanha de comunicação “Mais Direitos, Menos Zika”, um projeto que promove
acesso a informação e a métodos contraceptivos. A iniciativa nasceu da
necessidade, identificada na Sala de Situação, de se complementar a linha
oficial de comunicação adotada no combate da epidemia, muito centrada no controle
do vetor — o Aedes aegypti — e pouco voltada para os direitos reprodutivos das
populações afetadas.
A campanha é liderada pelo UNFPA e realizada
em parceria com a OPAS, a ONU Mulheres, o Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (CONASS), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(CONASEMS), a Fundação Oswaldo Cruz e a Coordenadoria Ecumênica de Serviço
(CESE). Projeto conta com o apoio financeiro dos governos britânico, canadense
e japonês.
Aedes aegypti, mosquito transmissor do zika.
Foto: FotosPúblicas / Rafael Neddermeyer
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