Oficina técnica aconteceu nos
dias 23 e 24 de agosto em Brasília e discutiu pela primeira vez uma agenda
prioritária de políticas públicas de saúde para a área nos próximos anos
Nos dias 23 e 24 de agosto os
Ministérios da Saúde e dos Direitos Humanos discutiram em uma oficina técnica
estratégias para o atendimento das doenças mais prevalentes na população negra.
A atividade é resultado do trabalho conjunto entre a Secretaria de Gestão
Estratégica e Participativa e ao Controle Social do Ministério da Saúde
(SGEP/MS) e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
do Ministério dos Direitos Humanos (SEPPIR/MDH) e tem como objetivo principal a
construção de um mapeamento e uma agenda prioritária de estudos para a gestão e
execução de políticas públicas de saúde.
O trabalho faz parte do avanço
da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que desde 2009,
orienta a execução de ações específicas de atenção e cuidado, em procedimentos
de saúde, para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para o ministro substituto do
Ministério da Saúde, Antônio Nardi, a oficina é mais uma oportunidade para
aperfeiçoar o funcionamento do SUS, levando em consideração que a Atenção
Básica é a primeira entrada dos usuários ao Sistema e deve primar pela
qualificação do atendimento, respeitando as especificidades de demandas de
saúde da população negra. “As políticas devem continuar a evoluir para que
possamos melhorar o acesso da população aos serviços de saúde. Com a
atualização da Política Nacional da Atenção Básica, em curso, poderemos
otimizar os processos e assim favorecer a prevenção de doenças para todos os
brasileiros, sem segregação”, disse.
Já a ministra dos Direitos
Humanos, Luislinda Valois, ressalta que o desconhecimento é gerador de
processos de violência e negação ao atendimento humanizado e qualificado das
especificidades de saúde da população negra no Brasil. “Muitas vezes o racismo
se manifesta pela negligência de que as pessoas negras são mais resistentes,
mais fortes, enfrentam a dor e aguentam mais o sofrimento. Temos que mudar a
forma de atender e garantir uma assistência qualificada”.
Um dos destaques da oficina
foi à apresentação de novos estudos sobre a incidência de casos de glaucoma na
população negra. Segundo os dados, as pessoas negras estão quatro vezes mais
suscetíveis ao desenvolvimento de glaucoma do que as populações não negras. A
constatação pode ajudar no diagnóstico da doença que muitas vezes é
assintomática.
Por Gabriela Rocha da Agência
Saúde
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