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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Ministérios da Saúde e dos Direitos Humanos discutem estratégias para combate às doenças prevalente à população negra

Oficina técnica aconteceu nos dias 23 e 24 de agosto em Brasília e discutiu pela primeira vez uma agenda prioritária de políticas públicas de saúde para a área nos próximos anos

Nos dias 23 e 24 de agosto os Ministérios da Saúde e dos Direitos Humanos discutiram em uma oficina técnica estratégias para o atendimento das doenças mais prevalentes na população negra. A atividade é resultado do trabalho conjunto entre a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa e ao Controle Social do Ministério da Saúde (SGEP/MS) e da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Ministério dos Direitos Humanos (SEPPIR/MDH) e tem como objetivo principal a construção de um mapeamento e uma agenda prioritária de estudos para a gestão e execução de políticas públicas de saúde.

O trabalho faz parte do avanço da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que desde 2009, orienta a execução de ações específicas de atenção e cuidado, em procedimentos de saúde, para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para o ministro substituto do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, a oficina é mais uma oportunidade para aperfeiçoar o funcionamento do SUS, levando em consideração que a Atenção Básica é a primeira entrada dos usuários ao Sistema e deve primar pela qualificação do atendimento, respeitando as especificidades de demandas de saúde da população negra. “As políticas devem continuar a evoluir para que possamos melhorar o acesso da população aos serviços de saúde. Com a atualização da Política Nacional da Atenção Básica, em curso, poderemos otimizar os processos e assim favorecer a prevenção de doenças para todos os brasileiros, sem segregação”, disse.

Já a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, ressalta que o desconhecimento é gerador de processos de violência e negação ao atendimento humanizado e qualificado das especificidades de saúde da população negra no Brasil. “Muitas vezes o racismo se manifesta pela negligência de que as pessoas negras são mais resistentes, mais fortes, enfrentam a dor e aguentam mais o sofrimento. Temos que mudar a forma de atender e garantir uma assistência qualificada”.

Um dos destaques da oficina foi à apresentação de novos estudos sobre a incidência de casos de glaucoma na população negra. Segundo os dados, as pessoas negras estão quatro vezes mais suscetíveis ao desenvolvimento de glaucoma do que as populações não negras. A constatação pode ajudar no diagnóstico da doença que muitas vezes é assintomática.

Por Gabriela Rocha da Agência Saúde


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