Opas acaba de publicar um
caderno, em português, enfocando a transmissão sexual do vírus da Zika em 5
Países; Argentina, Chile, Canadá, USA e Peru, dos 48 que notificaram
transmissão autóctone (dentro do território nacional) por mosquitos, desde
2015.
O tema foi abordado no
lançamento do relatório “Avaliação do Impacto Socioeconômico do Vírus Zika
na América Latina e Caribe: Brasil, Colômbia e Suriname como estudos de caso”,
realizado na semana passada pela OPAS/OMS no Brasil
Disponibilizamos o documento,
em anexo, elaborado PNUD e a Federação Internacional das Sociedades da
Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), com a colaboração do Instituto de
Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), da Universidade Johns Hopkins (JHU) e do
Ministério da Saúde do Brasil.
A agenda de 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, deixa claro que se a epidemia de Zika for abordada de forma
inadequada, colocara a prova as capacidades dos sistemas de saúde já
sobrecarregados e impedira o progresso em relação a outros objetivos de
desenvolvimento.
Por exemplo, cuidar de uma
criança com microcefalia ou distúrbios de desenvolvimento muitas vezes obriga
os membros da família, especialmente mulheres, adolescentes e jovens, a deixar
o mercado de trabalho ou desistir da educação formal, contribuindo para a perda
de produtividade, perda de oportunidades e aumento da dificuldade econômica nas
populações já marginalizadas.
Mas o maior reconhecimento de
que o Zika e uma questão transversal, assim como outros desafios de saúde e de
desenvolvimento complexos, são perceptíveis nos esforços multilaterais
coordenados em torno de vários objetivos e metas da Agenda 2030 que se propõem
a ajudar a evitar a propagação da epidemia de Zika (e outras doenças
transmitidas por mosquitos), fortalecendo ao mesmo tempo a prevenção e a
resiliência.
Exemplos incluem, entre
outros: cumprir a promessa de acesso universal a saúde de qualidade e outros
serviços básicos; fornecer agua potável e saneamento equitativa e
universalmente ; tratar das desigualdades em termos de oportunidades e resultados;
urbanizar as favelas e fornecer moradia adequada, segura e acessível; tomar
medidas urgentes sobre a mudança global do clima e seus impactos; e construir
instituições eficazes, transparentes e responsáveis.
De fato, a epidemia de Zika
serve de exemplo de como os objetivos de saúde e desenvolvimento devem ser
abordados em conjunto, para garantir que ninguém seja deixado para trás. As
respostas nacionais devem aproveitar essa oportunidade ímpar para a análise e
planejamento de cobenefícios que os ODS
Proporcionam.
ODS 3: Assegurar uma vida
saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
Objetivo 3.3 Até 2030, acabar
com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais
negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela agua, e outras
transmissíveis.
Objetivo 3.7 Até 2030,
assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva,
incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração
da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais.
Objetivo 3.8 Atingir a
cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o
acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e
vacinas essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para
todos.
Objetivo 3.d Reforçar a
capacidade de todos os países, particularmente os em desenvolvimento, para o
alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e globais
de saúde.
Embora há uma tendência de redução nos casos de zika nas Américas do final de 2016 a meados de 2017. “Há várias possíveis explicações para isso. Mas dois motivos principais, são:
- Primeiro, é que à medida que a população é
infectada pelo zika passamos a ter menos pessoas suscetíveis ao vírus,
- A segunda são os fatores sazonais e as medidas de controle vetorial adotadas”.
De maio de 2015 a dezembro de
2016, foram relatados mais de 710 mil casos de zika nas Américas, dos quais
177,5 mil (25%) confirmados, embora se saiba que a quantidade é maior, uma vez
que há casos assintomáticos e subnotificação (seja porque as pessoas não chegam
a procurar um serviço de saúde ou porque o diagnóstico não tenha sido preciso).
Dos 29 países e territórios que notificaram até maio deste ano, 2.656 casos de síndrome congênita do vírus zika, 2.366 foram registrados no território brasileiro.
A microcefalia é apenas uma
das possíveis complicações causadas por esse vírus. Evidências científicas têm
apontado para uma ampla gama de efeitos sobre bebês nascidos de mulheres
infectadas. Por isso, a OPAS/OMS lidera um processo de recolhimento e avaliação
de mais provas para definir claramente o espectro dos efeitos, entre eles a
desproporção craniofacial (defeitos estruturais da cabeça devido ao
desenvolvimento anormal do feto), a espasticidade (rigidez dos músculos que
afetam o movimento), convulsões, irritabilidade, dificuldades de alimentação e
problemas de visão e audição.
Estratégia
A estratégia para prevenção e controle das doenças arbovirais (CD55/16) tem como foco:
A estratégia para prevenção e controle das doenças arbovirais (CD55/16) tem como foco:
· Fortalecer
os serviços de saúde em relação as suas capacidades de diagnóstico diferencial
e manejo clínico de arboviroses;
· Promover
um enfoque integrado para prevenção e controle das arboviroses;
· Avaliar
e fortalecer a capacidade nos países para vigilância e controle integrados dos
vetores
· Estabelecer
e fortalecer a capacidade técnica da Rede de Laboratórios de Diagnóstico de
Arbovírus na Região das Américas (RELDA)
Anexo:
Anexo:
Com base no artigo da Opas
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