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domingo, 20 de agosto de 2017

Transmissão sexual do vírus zika nas Américas e os custos para os Países

Opas acaba de publicar um caderno, em português, enfocando a transmissão sexual do vírus da Zika em 5 Países; Argentina, Chile, Canadá, USA e Peru, dos 48 que notificaram transmissão autóctone (dentro do território nacional) por mosquitos, desde 2015.

O tema foi abordado no lançamento do relatório “Avaliação do Impacto Socioeconômico do Vírus Zika na América Latina e Caribe: Brasil, Colômbia e Suriname como estudos de caso”, realizado na semana passada pela OPAS/OMS no Brasil

Disponibilizamos o documento, em anexo, elaborado PNUD e a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), com a colaboração do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), da Universidade Johns Hopkins (JHU) e do Ministério da Saúde do Brasil.
A agenda de 2030  para o Desenvolvimento Sustentável, deixa claro que se a epidemia de Zika for abordada de forma inadequada, colocara a prova as capacidades dos sistemas de saúde já sobrecarregados e impedira o progresso em relação a outros objetivos de desenvolvimento.

Por exemplo, cuidar de uma criança com microcefalia ou distúrbios de desenvolvimento muitas vezes obriga os membros da família, especialmente mulheres, adolescentes e jovens, a deixar o mercado de trabalho ou desistir da educação formal, contribuindo para a perda de produtividade, perda de oportunidades e aumento da dificuldade econômica nas populações já marginalizadas.

Mas o maior reconhecimento de que o Zika e uma questão transversal, assim como outros desafios de saúde e de desenvolvimento complexos, são perceptíveis nos esforços multilaterais coordenados em torno de vários objetivos e metas da Agenda 2030 que se propõem a ajudar a evitar a propagação da epidemia de Zika (e outras doenças transmitidas por mosquitos), fortalecendo ao mesmo tempo a prevenção e a resiliência.

Exemplos incluem, entre outros: cumprir a promessa de acesso universal a saúde de qualidade e outros serviços básicos; fornecer agua potável e saneamento equitativa e universalmente ; tratar das desigualdades em termos de oportunidades e resultados; urbanizar as favelas e fornecer moradia adequada, segura e acessível; tomar medidas urgentes sobre a mudança global do clima e seus impactos; e construir instituições eficazes, transparentes e responsáveis.

De fato, a epidemia de Zika serve de exemplo de como os objetivos de saúde e desenvolvimento devem ser abordados em conjunto, para garantir que ninguém seja deixado para trás. As respostas nacionais devem aproveitar essa oportunidade ímpar para a análise e planejamento de cobenefícios que os ODS
Proporcionam.

ODS 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

Objetivo 3.3 Até 2030, acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela agua, e outras transmissíveis.

Objetivo 3.7 Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais.

Objetivo 3.8 Atingir a cobertura universal de saúde, incluindo a proteção do risco financeiro, o acesso a serviços de saúde essenciais de qualidade e o acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguros, eficazes, de qualidade e a preços acessíveis para todos.

Objetivo 3.d Reforçar a capacidade de todos os países, particularmente os em desenvolvimento, para o alerta precoce, redução de riscos e gerenciamento de riscos nacionais e globais de saúde.

Embora há uma tendência de redução nos casos de zika nas Américas do final de 2016 a meados de 2017. “Há várias possíveis explicações para isso. Mas dois motivos principais, são:
  • Primeiro, é que à medida que a população é infectada pelo zika passamos a ter menos pessoas suscetíveis ao vírus,
  • A segunda são os fatores sazonais e as medidas de controle vetorial adotadas”.
De maio de 2015 a dezembro de 2016, foram relatados mais de 710 mil casos de zika nas Américas, dos quais 177,5 mil (25%) confirmados, embora se saiba que a quantidade é maior, uma vez que há casos assintomáticos e subnotificação (seja porque as pessoas não chegam a procurar um serviço de saúde ou porque o diagnóstico não tenha sido preciso).

Dos 29 países e territórios que notificaram até maio deste ano, 2.656 casos de síndrome congênita do vírus zika, 2.366 foram registrados no território brasileiro.

A microcefalia é apenas uma das possíveis complicações causadas por esse vírus. Evidências científicas têm apontado para uma ampla gama de efeitos sobre bebês nascidos de mulheres infectadas. Por isso, a OPAS/OMS lidera um processo de recolhimento e avaliação de mais provas para definir claramente o espectro dos efeitos, entre eles a desproporção craniofacial (defeitos estruturais da cabeça devido ao desenvolvimento anormal do feto), a espasticidade (rigidez dos músculos que afetam o movimento), convulsões, irritabilidade, dificuldades de alimentação e problemas de visão e audição. 

Estratégia
A estratégia para prevenção e controle das doenças arbovirais (CD55/16) tem como foco:
·         Fortalecer os serviços de saúde em relação as suas capacidades de diagnóstico diferencial e manejo clínico de arboviroses;
·         Promover um enfoque integrado para prevenção e controle das arboviroses;
·         Avaliar e fortalecer a capacidade nos países para vigilância e controle integrados dos vetores
·         Estabelecer e fortalecer a capacidade técnica da Rede de Laboratórios de Diagnóstico de Arbovírus na Região das Américas (RELDA)

Anexo:


Com base no artigo da Opas


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