O laboratório União Química,
do empresário Fernando de Castro Marques, está entrando na etapa final para
iniciar a produção de seu primeiro medicamento biológico para uso humano, um
hormônio de crescimento (hGH).
Neste momento, a fábrica de
Brasília, que recebeu investimentos de R$ 100 milhões para essa finalidade,
está em fase pré-operacional, aguardando a validação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com Marques, a
expectativa é a de que o aval da agência saia até outubro. Com isso, a
farmacêutica poderá dar entrada no pedido de registro do medicamento, que pode
chegar a mercado – doméstico e internacional – no segundo semestre do ano que
vem.
Medicamentos biológicos,
obtidos a partir de organismos vivos, aparecem hoje entre as principais apostas
da medicina e surgem como alternativa aos tratamentos tradicionais, apesar de
envolverem processos de produção caros e sofisticados.
A nova linha da União Química
também vai produzir o interferon Alfa 2A, usado no tratamento de hepatite B e C
e alguns tipos de leucemia, e o Amblyomin-X, primeiro medicamento biológico com
desenvolvimento 100% nacional em parceria com o Instituto Butantan, para
tratamento do câncer.
No segmento veterinário, a
União Química já produz na fábrica de Brasília um biofármaco para uso
veterinário, a somatotropina bovina (bST), hormônio que estimula a produção de
leite em mais de 20%. Hoje, o Brasil importa esse produto e o desenvolvimento
do bST brasileiro levou cerca de cinco anos.
“Vamos oferecer a alternativa
nacional”, afirma Marques. Nos Estados Unidos, segundo o presidente da
farmacêutica, o uso do hormônio para gado leiteiro bastante disseminado, mas no
Brasil ainda está em 3% do total, também por causa do custo de importação. A
produção local teve início em julho e alcançará escala industrial no início do
ano que vem, após registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa). O laboratório também aposta na produção de gonadotrofina
coriônica animal (eCG), que estimula o crescimento folicular.
Segundo Marques, a partir de
agora os investimentos do laboratório estão voltados aos projetos de
medicamentos biológicos, concentrados na área humana. Os aportes na fábrica de
Brasília foram iniciados entre o fim de 2013 e início de 2014, com apoio da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que entrou com R$ 30 milhões do
valor total do projeto.
Fonte: Jornal Valor
Econômico
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