Terminou nesta quinta-feira
(17) o workshop de capacitação de laboratórios farmacêuticos e empresas de
dispositivos médicos e equipamentos hospitalares brasileiros para a
inclusão de seus produtos nos catálogos de insumos de saúde adquiridos por meio
de agências das Nações Unidas para os países que solicitam apoio.
O evento, que teve início em
15 de agosto, é uma parceria entre Organização Pan-Americana da
Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo de População das Nações
Unidas (UNFPA) e Ministério da Saúde do Brasil.
Segundo Maria Dolores
Perez-Rosales, representante adjunta da OPAS/OMS no Brasil, fortalecer os
fornecedores brasileiros significa ter mais empresas qualificadas para
prover, principalmente, produtos órfãos (que pararam de ser produzidos,
deixando o mercado desabastecido) e produtos destinados ao tratamento de
doenças negligenciadas. “Acreditamos que os laboratórios do Brasil podem
ampliar sua atuação, atendendo a um mercado extremamente importante do ponto de
vista sanitário e carente de oferta de produtos e de novas soluções
tecnológicas”, disse.
Dolores afirmou ainda que o
objetivo desta etapa do workshop é permitir que os laboratórios que produzem
produtos de interesse tanto da OPAS/OMS quanto do UNFPA estejam aptos para
providenciar tudo o que precisam para ingressar no mercado internacional.
Um dos temas abordados foi o
processo de compras da OPAS/OMS por meio dos Fundos Estratégico e Rotatório. O
Fundo Estratégico foi criado em 2000 e tem facilitado cada vez mais a compra, a
preços mais baixos, de insumos de alta qualidade para o Brasil e outros países
e territórios das Américas. O Fundo Rotatório, por sua vez, existe desde 1977 e
tem transformado a região em referência mundial de programas de imunização e
introdução de novas vacinas, ajudando a proteger a população de algumas das
mais graves doenças do mundo, como poliomielite, sarampo, febre amarela e
rotavírus.
Jaime Nadal Roig,
representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil,
explicou que em 2016 os insumos contraceptivos, equipamentos, insumos médicos e
produtos farmacêuticos alcançaram 214 fornecedores de 59 países desenvolvidos e
em desenvolvimento. “Apenas quatro dessas empresas eram de países da região da
América Latina e do Caribe. No entanto, são os países da América do Sul e do
Caribe que ficam entre nossos principais demandantes”. Ele revelou ainda que
seus principais fornecedores concentram-se no Sudeste Asiático, o que torna os
custos e os tempos de transporte muito elevados.
O caminho para ampliar a
participação das instituições e empresas brasileiras no cenário mundial, de
acordo com Rodrigo Silvestre, diretor do Departamento do Complexo
Industrial e Inovação em Saúde do Ministério da Saúde, é nivelar os
requisitos e aspectos regulatórios de acordo com os padrões mundiais. “Quando
aportamos nossa demanda e nosso poder de negociação, desempenhamos também um
papel transformador em outros países da região”.
Foto: Shutterstock.com/Dmitry
Kalinovsky
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