Os países das Américas estão
implementando ações para alcançar a eliminação dos vírus das hepatites, ainda
que persistam os desafios na detecção e diagnóstico dessa doença que, se não
tratada a tempo, pode causar cirrose, câncer hepático e até levar à morte. Nas
Américas, estima-se que 2,8 milhões de pessoas apresentem infecção crônica pelo
vírus da hepatite B e 7,2 milhões, pela hepatite C.
No caso da hepatite C, três em
cada quatro pessoas desconhecem ter a infecção. Calcula-se que ambas as
hepatites causam cerca de 125 mil mortes a cada ano, tirando mais vidas que a
tuberculose e a infecção por HIV como um todo.
No Dia Mundial da Hepatite,
celebrado na sexta-feira (28), a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde (OPAS/OMS) destaca o compromisso dos países em avançar rumo à
eliminação dessa doença e continua advogando por uma resposta organizada para
prevenir, detectar e tratar as pessoas que precisam.
“Os países das Américas estão
fazendo um esforço muito grande para implementar ações e políticas que levem à
eliminação das hepatites”, disse Massimo Ghidinelli, chefe da Unidade de HIV,
Hepatite, Tuberculose e Infecções Sexualmente Transmissíveis da OPAS/OMS. “No
entanto, é uma epidemia silenciosa, pois muitas pessoas que tem a doença não
apresentam sintomas até que o fígado esteja danificado. Por isso, deve-se
redobrar esforços para alcançar a meta de eliminar as hepatites como problema
de saúde pública até 2030 na região”, apontou.
Segundo pesquisa da OPAS/OMS
realizada em maio deste ano, ao menos 21 dos 25 países pesquisados na região
das Américas criaram estruturas dentro dos Ministérios da Saúde que abordam a
implementação de medidas de resposta à hepatite.
A região também tem feito
grandes esforços em termos de vacinação contra a hepatite B: todos os países
vacinam crianças menores de um ano contra a doença e já são 22 os que aplicam
essa vacina nas primeiras 24 horas após o nascimento, como recomendado pela
OMS.
Além disso, em 24 dos 31
países pesquisados nas Américas, faz-se um monitoramento sistemático para
hepatites em mulheres grávidas. A hepatite B pode ser transmitida de mãe para
filho no momento do parto, bem como de outras formas. No entanto, a vacinação
em todos os recém-nascidos pode prevenir a infecção em 95% dos casos, além de
proteger as futuras gerações de contraírem essa infecção durante o curso de
suas vidas.
Por outro lado, das 7,2
milhões de pessoas que vivem com hepatite C crônica na região, apenas 300 mil
recebem tratamento, ou seja, 4%. Apesar dos novos tratamentos disponíveis terem
o potencial de curar mais de 90% das pessoas infectadas com hepatite C e
reduzirem o risco de morte por câncer de fígado ou cirrose, eles ainda não são
acessíveis a todos devido ao seu alto custo. Apenas 18 países os financiam,
mostra o relatório da OPAS “La hepatitis B y C bajo la lupa”, publicado em
janeiro de 2017.
Em fevereiro de 2017, o Fundo
Estratégico da OPAS incorporou medicamentos de alto custo para o tratamento da
hepatite C com preços acessíveis. Desta forma, os países das Américas podem ter
acesso às alternativas terapêuticas mais eficazes para o tratamento desse tipo
de hepatite. O Fundo Estratégico é um mecanismo solidário de compras conjuntas
de medicamentos essenciais e suprimentos de saúde estratégicos para os países da
região.
Em 2015, os ministros de saúde
das Américas definiram uma série de medidas para prevenir e controlar a
infecção por hepatite viral, incluída no Plano Regional da OPAS para as
Hepatites Virais 2015-2019 com destaque para as hepatites B e C. Entre outras
ações, o plano propõe que os países desenvolvam planos nacionais, estendam a
vacinação contra a hepatite B para todas as crianças menores de um ano e grupos
populacionais de alto risco e vulneráveis; realizem campanhas de informação; e
busquem opções para ampliar o acesso aos medicamentos.
O Dia Mundial da Hepatite
deste ano é celebrado sob o tema "Eliminar a hepatite" e pretende
intensificar as medidas para alcançar as metas de saúde dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável para 2030. A OPAS lançou uma campanha com materiais
gráficos, vídeos e mensagens para redes sociais, entre outros, para informar
sobre formas de prevenção e tratamento das hepatites.
Cúpula Mundial de Hepatites
2017
A Cúpula Mundial de Hepatites será celebrada de 1 a 3 de novembro, em São Paulo, para avançar em uma resposta na luta contra as hepatites. O tema do evento é “A aplicação da estratégia mundial do setor de saúde contra as hepatites virais: em direção à eliminação das hepatites como ameaça à saúde pública”. Essa é uma oportunidade para demonstrar a liderança da região das Américas em saúde pública.
A Cúpula Mundial de Hepatites será celebrada de 1 a 3 de novembro, em São Paulo, para avançar em uma resposta na luta contra as hepatites. O tema do evento é “A aplicação da estratégia mundial do setor de saúde contra as hepatites virais: em direção à eliminação das hepatites como ameaça à saúde pública”. Essa é uma oportunidade para demonstrar a liderança da região das Américas em saúde pública.
A Cúpula é organizada
conjuntamente entre OMS, Aliança Mundial contra a Hepatite e governo do Brasil
e reunirá as principais partes interessadas, reunidas para impulsionar a resposta
mundial.
Fonte: OPAS/OMS
0 comentários:
Postar um comentário