O
“conselho de administração” que aconselha o presidente dos EUA acabou de ter
mais uma baixa, após a Tesla, a Disney e a Uber. O CEO da farmacêutica Merck,
Kenneth Frazier, vai deixar mais um lugar vazio.
Donal
Trump perdeu o apoio de Kenneth Frazier (na foto, numa sessão na Casa Branca em
Julho passado) LUSA/MICHAEL REYNOLDS
Kenneth
Frazier, presidente do conselho executivo (CEO, na sigla inglesa) da
farmacêutica norte-americana Merck & Co (MSD), demitiu-se esta
segunda-feira do Conselho Industrial Americano de Donald Trump, noticiou a
agência Reuters, citando a comunicação, via conta oficial da
companhia (que é distinta da alemã Merck KGaA), na rede social
Twitter.
“Estou
me demitindo do Conselho Industrial Americano do Presidente” [dos EUA], começa
a mensagem de Frazier. Que termina a afirmar: “Como CEO da Merck e por uma
questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de tomar uma posição
contra a intolerância e o racismo”.
Entretanto, não há
nem uma menção direta à manifestação de extremistas, de propaganda racista, que
na sexta-feira passada provocou a morte de uma pessoa e ferimentos em outras
15, na cidade de Charlottesville, no Estado de Virgínia, e que está desde este
fim-de-semana em estado de emergência.
Mas
o recado não deixa muitas dúvidas pela coincidência temporal do CEO da Merck:
“Os líderes da América devem honrar os nossos valores fundamentais, rejeitando
claramente expressões de ódio, intolerância e supremacia de um grupo, que vai
contra o ideal americano de que todas as pessoas nascem iguais”, escreve
Kenneth Frazier, na mensagem.
Como
habitual, Donald Trump não demorou a responder, na mesma rede social. Agora que
“Ken Frazier da farmacêutica Merck se demitiu do Conselho Industrial do
Presidente, terá mais tempo para baixar os preços exploradores dos
medicamentos”.
Donald Trump está sendo criticado sobretudo por duas
razões na reação às consequências da manifestação de extrema-direita na
sexta-feira: o tempo que demorou, enquanto Presidente do país em reagir, e pelo
fato de, pessoalmente, ter defendido que “muitas partes” estão envolvidas nos
acontecimentos deste fim-de-semana.
Só
uma posterior “interpretação”, emitida um dia depois, através de comunicado oficial da Casa Branca – e não pessoal de
Donald Trump – veio enumerar “as partes” a que o Presidente queria se referir,
aparentemente. A saber: o “Presidente condena todas as formas de violência,
intolerância e ódio, e, claro que isso inclui os supremacistas brancos, o KKK
[de Ku Klux Klan], neonazi e todos os grupos extremistas”.
Trump
criou vários comités de conselheiros em aéreas específicas, com alguns nomes
sonantes da área empresarial norte-americana, mas desde Novembro (quando foi
eleito) têm aumentado os lugares vagos nestas espécies de conselhos de
administração setoriais.
Elon
Musk, líder da Tesla, e Robert Iger, CEO da Walt Disney, já deixaram Donald
Trump falando sozinho no Fórum Estratégico do Presidente, em Junho, após o
anúncio presidencial da saída dos EUA do Acordo de Paris sobre alterações
climáticas. A saída de Tusk, aliás, foi dupla: do Fórum Estratégico e do
Conselho Industrial Americano.
Em
Fevereiro, tinha sido o então CEO da Uber, Travis Kalanick, a abandonar o mesmo
conselho empresarial, sob pressão dos empregados e ativistas opositores à
política de imigração da Presidência de Donald Trump
Com
informações do Público - PT
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