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quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Presidente da Merck (MSD) sai do conselho industrial de Trump após Charlottesville

O “conselho de administração” que aconselha o presidente dos EUA acabou de ter mais uma baixa, após a Tesla, a Disney e a Uber. O CEO da farmacêutica Merck, Kenneth Frazier, vai deixar mais um lugar vazio.
Donal Trump perdeu o apoio de Kenneth Frazier (na foto, numa sessão na Casa Branca em Julho passado) LUSA/MICHAEL REYNOLDS

Kenneth Frazier, presidente do conselho executivo (CEO, na sigla inglesa) da farmacêutica norte-americana Merck & Co (MSD), demitiu-se esta segunda-feira do Conselho Industrial Americano de Donald Trump, noticiou a agência Reuters, citando a comunicação, via conta oficial da companhia (que é distinta da alemã Merck KGaA), na rede social Twitter.

“Estou me demitindo do Conselho Industrial Americano do Presidente” [dos EUA], começa a mensagem de Frazier. Que termina a afirmar: “Como CEO da Merck e por uma questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de tomar uma posição contra a intolerância e o racismo”.


Entretanto, não há nem uma menção direta à manifestação de extremistas, de propaganda racista, que na sexta-feira passada provocou a morte de uma pessoa e ferimentos em outras 15, na cidade de Charlottesville, no Estado de Virgínia, e que está desde este fim-de-semana em estado de emergência.

Mas o recado não deixa muitas dúvidas pela coincidência temporal do CEO da Merck: “Os líderes da América devem honrar os nossos valores fundamentais, rejeitando claramente expressões de ódio, intolerância e supremacia de um grupo, que vai contra o ideal americano de que todas as pessoas nascem iguais”, escreve Kenneth Frazier, na mensagem.

Como habitual, Donald Trump não demorou a responder, na mesma rede social. Agora que “Ken Frazier da farmacêutica Merck se demitiu do Conselho Industrial do Presidente, terá mais tempo para baixar os preços exploradores dos medicamentos”.

Donald Trump está sendo criticado sobretudo por duas razões na reação às consequências da manifestação de extrema-direita na sexta-feira: o tempo que demorou, enquanto Presidente do país em reagir, e pelo fato de, pessoalmente, ter defendido que “muitas partes” estão envolvidas nos acontecimentos deste fim-de-semana.


Só uma posterior “interpretação”, emitida um dia depois, através de comunicado oficial da Casa Branca – e não pessoal de Donald Trump – veio enumerar “as partes” a que o Presidente queria se referir, aparentemente. A saber: o “Presidente condena todas as formas de violência, intolerância e ódio, e, claro que isso inclui os supremacistas brancos, o KKK [de Ku Klux Klan], neonazi e todos os grupos extremistas”.

Trump criou vários comités de conselheiros em aéreas específicas, com alguns nomes sonantes da área empresarial norte-americana, mas desde Novembro (quando foi eleito) têm aumentado os lugares vagos nestas espécies de conselhos de administração setoriais.

Elon Musk, líder da Tesla, e Robert Iger, CEO da Walt Disney, já deixaram Donald Trump falando sozinho no Fórum Estratégico do Presidente, em Junho, após o anúncio presidencial da saída dos EUA do Acordo de Paris sobre alterações climáticas. A saída de Tusk, aliás, foi dupla: do Fórum Estratégico e do Conselho Industrial Americano.

Em Fevereiro, tinha sido o então CEO da Uber, Travis Kalanick, a abandonar o mesmo conselho empresarial, sob pressão dos empregados e ativistas opositores à política de imigração da Presidência de Donald Trump

Com informações do Público - PT


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