A leishmaniose não é
considerada uma doença que mata, mas deve ser tratada o mais rápido possível
para evitar complicações e facilitar a cura do paciente. O Sistema
Único de Saúde (SUS) oferece diagnóstico e tratamento gratuitos para a
população contra os dois tipos da doença: tegumentar e visceral.
Ao primeiro sintomas, o
paciente deve procurar a unidade básica de saúde mais próxima para avaliação
médica. Confirmado o diagnóstico, o tratamento é feito com uso de medicamentos
específicos e eficazes.
No caso da leishmaniose
tegumentar, que é caracterizada por úlceras na pele e mucosas, a medicação
usada hoje em dia no Brasil é o antimoniato de meglumina.
Desde 2014, o Ministério da
Saúde adota o tratamento intralesional, desenvolvido pelo Instituto Nacional de
Infectologia Evandro Chagas (INI). Ele consiste na aplicação de injeções do
medicamento, em menores doses, de forma subcutânea, diretamente nas feridas.
Segundo o pesquisador e chefe
do Laboratório de Pesquisa Clínica e Vigilância em Leishmanioses
(LaPClinVigiLeish) do INI, Armando Schubach, essa forma de se administrar a
medicação trouxe benefícios ao tratamento.
“Ao analisarmos a notificação
de óbitos por leishmaniose, percebemos que mais de uma centena de pessoas
perdem a vida por uma doença que não mata. Ou seja, provavelmente o tipo de
tratamento está envolvido. Por isso, resolvemos priorizar um tratamento menos
tóxico e menos agressivo, sempre resguardando a segurança do paciente e, após
mais de 30 anos de estudo, percebemos que estamos no caminho certo”, diz.
Leishmaniose visceral
Para o tratamento da
leishmaniose visceral (LV), que causa febre e atinge áreas como o fígado e o
baço, são utilizados três fármacos, a depender da indicação médica: o
antimoniato de N-metil glucamina, a anfotericina B lipossomal e o desoxicolato
de anfotericina B.
Os medicamentos utilizados
atualmente para tratar a LV não eliminam por completo o parasita nas pessoas e
nos cães. Por esse motivo, o tratamento da leishmaniose visceral canina (LVC)
traz riscos para a saúde pública por contribuir com a disseminação da doença.
Os cães não são curados parasitologicamente, permanecendo como reservatórios do
parasita, além de haver o risco de desenvolvimento e disseminação de cepas de
parasitas resistentes às poucas medicações disponíveis para o tratamento da
leishmaniose visceral humana.
No entanto, no Brasil o homem
não tem importância como reservatório, ao contrário do cão. Dessa forma, nos
cães, o tratamento pode até resultar no desaparecimento dos sinais clínicos,
porém esses animais ainda continuarão como fontes de infecção para o vetor e,
portanto, um risco para saúde da população humana e canina.
A recomendação para cães
infectados com a Leishmania infantum chagasi é a eutanásia, que deve ser
realizada de forma integrada com as demais orientações do Ministério da Saúde.
Fonte: Portal Brasil, com
informações do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas e do
Ministério da Saúde
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