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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Edição 2019 do METROSAÚDE debate de gestão de risco à segurança do paciente


A nona edição do METROSAÚDE (Simpósio de Metrologia na área da Saúde) foi promovida pela Remesp (Rede Metrológica do Estado de São Paulo) entre 14 e 15 de agosto. Sob o tema “Metrologia e Sustentabilidade na Saúde”, o evento reuniu profissionais de engenharia clínica e hospitalar, biomédicos, enfermeiros e diversos outros atuantes no segmento. Neste ano, a palestra magna foi ministrada pelo doutor Daniel Coudry, CEO da Amil, que abordou empoderamento do paciente no seu atendimento e desospitalização.

Moderada por Joffre Moraes, gerente de estratégia regulatória da ABIMO, a mesa-redonda iniciada às 13h30 do dia 14 de agosto ampliou o debate sobre gestão de risco. Com Sérgio Madeira, da Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde), e Daniel Juliano, da Acttive, a discussão tratou de abordar desde a importância da gestão de risco nas atividades relacionadas ao setor de saúde até as tecnologias que promovem melhorias no gerenciamento.

“No levantamento de riscos, a primeira atitude é prever em que área o produto vai atuar e quais suas indicações”, disse Madeira ao apresentar, aos participantes, um modelo de relatório de avaliação de risco.

Para o especialista, um dos principais pontos a serem analisados está na utilização off-label dos dispositivos. “Sou médico e vejo que, por criatividade, desespero ou especulação, vemos produtos utilizados de forma divergente de sua indicação inicial. Isso pode vir a ser um risco, mas como controlamos a criatividade humana?”, questionou.

Quanto à indicação de uso, Joffre Moraes trouxe uma visão mais prática do atual cenário de saúde. Segundo ele, é perceptível que, assim como manuais de instruções de equipamentos domésticos, as indicações de uso não são lidas pelos usuários até que surja alguma intercorrência. “As indicações de uso funcionam prioritariamente como uma autodefesa da empresa”, pontuou.

Outro ponto abordado por Madeira dizia respeito especificamente ao treinamento. Na visão do especialista, o treinamento deveria ser uma função diferenciada do distribuidor, sempre apoiada em sistemas eletrônicos.

Trazendo uma visão mais direcionada às ferramentas para a gestão de risco, Juliano incentivou os presentes a analisarem se suas empresas estão na fase de organização interna ou se já podem dar um passo à frente colocando a tecnologia para trabalhar a favor da gestão. “É preciso dispender tempo no planejamento. Percebo que muitas pessoas que nos consultam buscam soluções que nem sempre serão utilizadas. Falta essa análise criteriosa”, relatou.

Como foco de sua apresentação, o especialista também mencionou a imensa quantidade de dados que está sendo gerada por softwares de business intelligence. “Podemos, inclusive, utilizar a inteligência artificial para trabalhar essa massa de dados trazendo, para a empresa, informações sobre resoluções da área da saúde”, disse.

Além de gestão de risco, o METROSAÚDE 2019 também abordou a importância da metrologia para segurança do paciente no centro cirúrgico e na gestão da qualidade do paciente intra-hospitalar, além de tratar de rastreabilidade e metrologia em equipamentos médicos; do papel do usuário na calibração de equipamentos médicos; e da educação normativa e regulatória na metrologia em saúde, entre outros assuntos.




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