A nona edição do METROSAÚDE
(Simpósio de Metrologia na área da Saúde) foi promovida pela Remesp (Rede
Metrológica do Estado de São Paulo) entre 14 e 15 de agosto. Sob o tema
“Metrologia e Sustentabilidade na Saúde”, o evento reuniu profissionais de
engenharia clínica e hospitalar, biomédicos, enfermeiros e diversos outros
atuantes no segmento. Neste ano, a palestra magna foi
ministrada pelo doutor Daniel Coudry, CEO da Amil, que abordou empoderamento do
paciente no seu atendimento e desospitalização.
Moderada por Joffre Moraes,
gerente de estratégia regulatória da ABIMO, a mesa-redonda iniciada às 13h30 do
dia 14 de agosto ampliou o debate sobre gestão de risco. Com Sérgio Madeira, da
Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos
para Saúde), e Daniel Juliano, da Acttive, a discussão tratou de abordar desde
a importância da gestão de risco nas atividades relacionadas ao setor de saúde
até as tecnologias que promovem melhorias no gerenciamento.
“No levantamento de riscos, a
primeira atitude é prever em que área o produto vai atuar e quais suas
indicações”, disse Madeira ao apresentar, aos participantes, um modelo de
relatório de avaliação de risco.
Para o especialista, um dos
principais pontos a serem analisados está na utilização off-label dos
dispositivos. “Sou médico e vejo que, por criatividade, desespero ou
especulação, vemos produtos utilizados de forma divergente de sua indicação
inicial. Isso pode vir a ser um risco, mas como controlamos a criatividade
humana?”, questionou.
Quanto à indicação de uso,
Joffre Moraes trouxe uma visão mais prática do atual cenário de saúde. Segundo
ele, é perceptível que, assim como manuais de instruções de equipamentos
domésticos, as indicações de uso não são lidas pelos usuários até que surja
alguma intercorrência. “As indicações de uso funcionam prioritariamente como
uma autodefesa da empresa”, pontuou.
Outro ponto abordado por
Madeira dizia respeito especificamente ao treinamento. Na visão do
especialista, o treinamento deveria ser uma função diferenciada do
distribuidor, sempre apoiada em sistemas eletrônicos.
Trazendo uma visão mais
direcionada às ferramentas para a gestão de risco, Juliano incentivou os
presentes a analisarem se suas empresas estão na fase de organização interna ou
se já podem dar um passo à frente colocando a tecnologia para trabalhar a favor
da gestão. “É preciso dispender tempo no planejamento. Percebo que muitas
pessoas que nos consultam buscam soluções que nem sempre serão utilizadas.
Falta essa análise criteriosa”, relatou.
Como foco de sua apresentação,
o especialista também mencionou a imensa quantidade de dados que está sendo
gerada por softwares de business intelligence.
“Podemos, inclusive, utilizar a inteligência artificial para trabalhar essa
massa de dados trazendo, para a empresa, informações sobre resoluções da área
da saúde”, disse.
Além de gestão de risco, o
METROSAÚDE 2019 também abordou a importância da metrologia para segurança do
paciente no centro cirúrgico e na gestão da qualidade do paciente
intra-hospitalar, além de tratar de rastreabilidade e metrologia em
equipamentos médicos; do papel do usuário na calibração de equipamentos
médicos; e da educação normativa e regulatória na metrologia em saúde, entre
outros assuntos.
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