Destaques

domingo, 1 de março de 2015

Análise de Mídia - CNI - REVISTAS

A crise na Petrobras, a situação econômica das empreiteiras e as políticas de ajuste fiscal anunciadas essa semana pelo governo, bem como suas consequências, dividem espaço nas revistas em circulação neste fim de semana. Abordagens são unânimes ao sinalizar uma “crise” no país. 
 
Nesse contexto, questões relacionadas à discussão sobre a legislação trabalhista, desemprego e os reflexos da atual conjuntura econômica sobre a indústria ganham destaque nas publicações.  

  • Como ponto de atenção, RADAR, em VEJA, destaca: “Menina dos olhos de Dilma Rousseff na campanha, o célebre Pronatec é motivo de dor de cabeça para Robson Andrade, o presidente da CNIAndrade anda reclamando pelos cantos do governo – e motivos não lhe faltam: o Ministério da Educação está inadimplente em 250 milhões de reais com o Senai, que é parceiro do governo no programa. Andrade tem circulado em alguns gabinetes de ministros cobrando a fatura. O máximo que conseguiu foi ouvir que neste mês seria pago o vermelho de 2014. Em relação aos meses de janeiro e fevereiro – um total de mais 140 milhões de reais nem um real lhe foi prometido”. 
  • PODER, na ISTOÉ DINHEIRO, destaca que o índice de desemprego de 5,3% para janeiro “é o maior para o mês de janeiro dos últimos dois anos, mas ainda é inferior a janeiro de 2013”. Coluna adverte que “no momento, a curva aponta para cima de forma suave, mas essa tendência deve se acentuar nos próximos meses”. 
  • “A maior retração na ocupação ocorreu na indústria, com queda de 6%, setor que também vem registrando queda de produção e faturamento. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria mostra que a utilização da capacidade instalada ficou em 67% em janeiro, três pontos menor do que em janeiro do ano passado. Outro indicador preocupante é o da intenção de investimento, que caiu 10 pontos nos últimos 12 meses”, registra PODER
  • Nesse contexto trabalhista, BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, registra que “cinco ministros foram escalados pela presidente Dilma Rousseff para convencer as bancadas governistas a apoiar as mudanças na legislação trabalhistas e previdenciária. São eles: Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência), Carlos Gabas (Previdência), Manoel Dias (Trabalho), Nelson Barbosa (Planejamento) e Pepe Vargas (Relações Institucionais)”.
  • Coluna pontua também que “a bancada do PCdoB se surpreendeu ao ser recepcionada, no Planalto, pela tropa de Dilma. Os ministros fizeram até exibição em datashow. Apesar de todo o esforço, os deputados comunistas se negaram a apoiar as mudanças no seguro-desemprego”.
Também merece destaque na agenda da indústria entrevista do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) à ÉPOCA. 
  • Monteiro explica que está preparando um pacote de medidas de estímulo à exportação, que deverá ser anunciado em meados de março. 
  • Indagado sobre medidas protecionistas do governo, Monteiro Neto afirma: “A política industrial que eu defendo não é um pacto com a proteção da ineficiência. Não deve ter viés protecionista a qualquer custo. O conceito dela é uma aliança que o setor privado tem de fazer com o setor público em prol da competitividade, que depende em grande medida do governo. Há questões de infraestrutura, de custos sistêmicos que não é o empresário que resolve”.
Abordagens retratam uma conjuntura social e econômica negativa.  Em foco, a greve dos caminhoneiros que paralisaram rodovias por todo o país ao longo da semana e se mantiveram no radar da imprensa diária. Greve ganha abordagens nas revistas que repercutem, principalmente, os reflexos para a indústria alimentícia. 
  • Reportagem de capa da ISTOÉ noticia a briga entre ativistas - em favor e contra o governo - em um ato público na sede Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio. Conforme a reportagem, a confusão “simboliza o ambiente conturbado e perigoso vivido pelo Brasil, dois meses depois de iniciado o segundo mandato da presidente Dilma. O caldeirão social fervilha em meio a paralisações de rodovias por caminhoneiros, greves de professores e metalúrgicos em Estados importantes do País e uma população cada vez mais insatisfeita com o aumento do desemprego e do custo de vida”. 
  • ISTOÉ DINHEIRO destaca que as filas de caminhões que bloquearam as estradas em 13 Estados provocaram falta de mercadorias nas cidades a centenas de quilômetros de distância dos centros produtores. Reportagem detalha como a paralisação afetou produtores da indústria alimentícia. “A cadeia da avicultura vai demorar ao menos 90 dias até se ajustar novamente”, diz Heitor José Müller, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs)
  • Texto aponta que uma das reivindicações dos caminhoneiros, a redução imediata do preço do diesel, não foi atendida pelo governo “e não será”. A presidente Dilma Rousseff lembrou que o preço do combustível não foi alterado. “Não mexemos (no valor do litro). O que fizemos foi recompor a Cide”, afirmou, segundo a reportagem. 
  • MÁRCIO KROEHN, na ISTOÉ DINHEIRO, lembra que o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, queria promover a anistia fiscal em 2003 e sugere que ele deveria tentar novamente. Segundo o colunista, “a lição dos países que promoveram a anistia fiscal é que o dinheiro limpo não quer ficar ao lado do sujo, que permanece na clandestinidade. O Brasil resiste a entrar nesse jogo”. 
  • “Provavelmente Mercadante deixe de acenar com essa proposta com receio de ser vinculada ao Petrolão. O que é uma pena. Num ano em que o governo corre atrás de novas receitas, a anistia fiscal poderia beneficiar as contas internas”, afirmaKROEHN.
Revistas também destacam, em tom crítico, o rebaixamento da nota da Petrobras pela agência de classificação de risco Moody’s.
 

  • Reportagem de capa da VEJA adverte para uma crise de confiança. Segundo a abordagem, o rebaixamento “é sintoma de que o Brasil está realizando uma perigosa inflexão para o pior dos caminhos. Hoje, aos olhos do mundo, a maior companhia brasileira deixou de ser considerada um investimento seguro para se tomar uma aposta especulativa. A tendência é que um em breve outras casas de avaliação de risco anunciem a mesma conclusão”. 
  • Mesma reportagem adverte que, se isso ocorrer, “os efeitos para a Petrobras serão nefastos. Mas, se a queda na confiança alastrar-se por toda a economia, os problemas do Brasil poderão atingir dimensões calamitosas”. 
  • Nesse contexto, em entrevista à VEJA, o economista e ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirma que reverter a crise de confiança pela qual o Brasil passa depende de uma mudança completa nas atitudes e prioridades da política econômica. Para Fraga, trazer Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda foi "positivo, mas ele está muito isolado. Seu trabalho está concentrado na questão fiscal. Isso é um remendo. É necessário muito mais". 
  • "Precisamos mudar o rumo em quase tudo o que importa. É uma agenda extensa. Estou falando de fazer a reforma tributária, de destravar o investimento em infraestrutura e de modificar o funcionamento do mercado de crédito, atacando a presença maciça dos bancos públicos", opina Fraga à VEJA
  • ISTOÉ posiciona que o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras ameaça contaminar toda a economia. “O mercado começa a considerar arriscado demais aplicar dinheiro na petroleira. Não é difícil imaginar o impacto que a avaliação pode gerar nas finanças da empresa”, sugere a reportagem. 
  • Ainda sobre a nota da Petrobras, OITO NOTAS, na ÉPOCA, afirma que a mudança “reflete as investigações de corrupção, o aumento da dívida e a incapacidade da Petrobras de publicar um balanço auditado. A Moody's não foi a primeira agência a rebaixar a nota da estatal. E informou que pode elevar a nota se a empresa administrar bem seus riscos de liquidez no curto prazo”. 
  • De volta a PODER, em DINHEIRO: “A perspectiva de recessão e o rebaixamento na nota de avaliação de risco da Petrobras devem piorar a entrada de investimento estrangeiro no País, uma das poucas contas que mantiveram os bons resultados nos últimos anos. A queda de 22% em janeiro deve levar o Banco Central a revisar para baixo a previsão de crescimento neste ano”. 
  • DINHEIRO NA SEMANA, também na ISTOÉ DINHEIRO, registra: “Termômetro do setor industrial, a produção de embalagens está em queda no Brasil. A projeção da Associação Brasileira de Embalagens é de um recuo de 1,5% em 2015, o que seria uma repetição da retração registrada no ano passado. O resultado pode ser pior caso o racionamento de energia e de água aconteça nos próximos meses”. 
  • ANTONIO DELFIM NETO, na CARTA CAPITAL, posiciona que o sucesso da presidente Dilma Rousseff e o do Brasil dependem “da nossa inteligência, tolerância e paciência para discutir, aperfeiçoar e apoiar o seu novo programa e os competentes executores que ela escolheu”.
Os reflexos da Operação Lava Jato sobre obras de infraestrutura no País também estão em evidência. 
  • Reportagem de capa da CARTA CAPITAL adverte para os efeitos da Operação Lava Jato sobre a saúde financeira das maiores empreiteiras do Brasil. “A situação é preocupante”, afirma a revista. “Os desafios da retomada do crescimento não são poucos e estão diretamente ligados aos serviços prestados pelas construtoras. Para crescer, o País necessita de vultosos investimentos em infraestrutura”, posiciona. 
  • Segundo a mesma reportagem, levantamento do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social calcula que até 2018 serão necessários R$ 509 bilhões na área de petróleo e gás e R$ 598 bilhões em infraestrutura de logística, “os impulsionadores dos investimentos”.
Dentro de uma série de abordagens especiais sobre os 450 anos do Rio de Janeiro e que encerram a cobertura de interesse neste fim de semana, destaque está na reportagem da ÉPOCA, segundo a qual a cidade desponta como o maior polo da economia criativa do Brasil. 
  • “O Rio de Janeiro é o Estado brasileiro campeão da indústria criativa, quando se leva em consideração a percentagem do PIB que vem dessa área da economia - 3,8%, gerando R$ 20,6 bilhões por ano”, situa. Reportagem explica a indústria criativa é formada por atividades profissionais e econômicas que têm as ideias como “a principal matéria-prima para a geração de valor - como publicidade, moda, música, cinema, pesquisa, software e robótica”. 
  • “O Rio tem vocação histórica para a indústria criativa por ter sido capital do Brasil, sede do pensamento, uma cidade portuária, sempre aberta a estrangeiros”, afirma Gabriel Pinto, coordenador da área de Indústria Criativa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda