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sábado, 14 de março de 2015

Análise Diária de Mídia - 13 de março de 2015

Em linha com o que aconteceu ontem – quando detalharam a nova metodologia do IBGE para recalcular o PIB –, jornais voltam a associar a pauta da indústria a um grande tema.

Nesta sexta-feira (13), item de maior apelo setorial guarda relação indireta com os registros concentrados no mercado de trabalho. Em foco, os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

Informação é de que a taxa média de desemprego do país no trimestre encerrado em janeiro ficou em 6,8%, ante 6,5% dos três meses findos em dezembro.

Todos os veículos advertem que o salto interrompe a tendência (iniciada no período de maio a junho) de estabilidade ou recuo da taxa. Em tom de alerta, reportagens concluem: o resultado sugere a deterioração do mercado de trabalho.

De forma ainda mais analítica, alguns jornais reforçam que o clima de pessimismo que ronda a economia estimula mais pessoas retornam ao mercado de trabalho, o que pressiona a taxa de desemprego, conforme resume a FOLHA DE S.PAULO.

CORREIO BRAZILIENSE informa que, com a atividade econômica em declínio, a previsão de analistas é que as demissões continuem superando as contratações nos próximos meses.

Como ponto de atenção, registra-se o EDITORIAL ECONÔMICO de O ESTADO DE S.PAULO. Texto analisa o ritmo da taxa de investimento e menciona com preocupação dados da última pesquisa Sondagem de Investimentos, do Instituto Brasileiro de Economia (IbreFGV).

EDITORIAL ECONÔMICO alerta que, pelo segundo trimestre consecutivo, piorou a tendência de realização de investimentos. “O desânimo dos industriais já seria explicável pela conjuntura, apontando para a estagnação da economia e para níveis elevados de capacidade ociosa. A indústria, em particular, declinou 3,2% em 2014 e deverá apresentar nova queda neste ano”, resume.

Em O GLOBO, destaque para a notícia de que “a crise política obrigou a equipe econômica a negociar com o Congresso mudanças na proposta que elevou as alíquotas da contribuição previdenciária sobre o faturamento das empresas em até 150%”.

Na reportagem, O GLOBO prevê que, entre as possibilidades, estão a exclusão de alguns setores do aumento das alíquotas ou uma calibragem mais suave dos percentuais. Também está na mesa uma elevação dos créditos do programa Reintegra, adverte.

Já o VALOR ECONÔMICO reforça que “o governo pretende repetir a estratégia de negociação feita em relação à correção da tabela do Imposto de Renda na tramitação do projeto que reduz os benefícios de desoneração da folha de pagamento”.

Na interpretação do VALOR, o Palácio do Planalto “está disposto a negociar antes de encaminhar a proposta ao Congresso Nacional e, se for necessário, fazer algumas concessões para derrubar resistências”.

Pedro Luiz Passos, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e conselheiro da Natura, escreve em sua coluna na FOLHA DE S.PAULO opina: “os graves e frequentes erros de concepção de nossas políticas econômicas resultam em novos erros e são aprofundados por medidas subsequentes que tentam em vão corrigi-los”.

Passos avalia a desoneração da folha de salários, segundo ele, “uma decisão cujas premissas originais acabaram prejudicadas por equívocos tão graves que medidas pontuais não são capazes de superá-los.

Entre os itens ainda mais específicos com foco na indústria, registra-se no VALOR ECONÔMICO o balanço de que a indústria paulista fechou 9,5 mil postos de trabalho em fevereiro – retração de 0,74% no emprego em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal da Pesquisa de Nível de Emprego, da Fiesp, 15 reduziram vagas e 4 contrataram.

Também na pauta centrada em questões da indústria, destaque para a revista EXAME – que circula uma nova edição hoje.

EXAME publica breve entrevista com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.

Revista especializada apresenta Monteiro como ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e afirma que sua defesa se concentra “em políticas que beneficiem igualmente todos os setores e mais foco nos grandes mercados globais”. Com alerta, o ministro diz que é preciso recuperar a competitividade do setor fabril e resume: “A idade média dos equipamentos no Brasil é de 20 anos. Isso tira a produtividade da indústria”.



Cresce na cobertura nacional a expectativa com relação aos protestos marcados para esta sexta-feira, que envolvem movimentos sociais ligados ao governo, e aqueles previstos para ocorrer no domingo (15), que contam com apoio de partidos de oposição.

Reportagens informam que as centrais sindicais vão hoje às ruas de 27 capitais contra a "ruptura democrática" e pela garantia dos direitos trabalhistas, e que a Central Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora dos atos, refuta a ideia de que os protestos sejam em defesa do governo e também cobra maior interlocução com o Planalto.

Dentro desse cenário, mídia nacional mostra como o governo se prepara para enfrentar essa nova agenda de manifestações e as preocupações sobre como eles devem refletir na imagem do governo Dilma Rousseff.

FOLHA DE S. PAULO informa que o governo federal teme que haja confronto nos atos de hoje entre ativistas de grupos como o Revoltados Online, contrário ao governo, e manifestantes de sindicatos e movimentos sociais alinhados ao PT, o que poderia gerar combustível extra para as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo.

Em outra reportagem, FOLHA registra que a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, em cerimônia no porto do Rio, não temer o acirramento dos ânimos nas manifestações previstas para o próximo domingo. Segundo Dilma, o que não se pode permitir é violência.

CORREIO BRAZILIENSE expõe que o governo federal montou um esquema de prontidão neste fim de semana, a começar por hoje, para evitar que as manifestações terminem em violência. Segundo o jornal, a presidente ordenou aos ministros do conselho político a permanecerem em Brasília no fim de semana, caso haja necessidade de uma reunião de emergência.

Jornal do DF afirma ter apurado que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também foi acionado para evitar que pessoas infiltradas atrapalhem as manifestações, tanto de hoje quanto de domingo.

A operação Lava-Jato permanece em destaque na pauta do dia, com a informação que ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luis Felipe Salomão, acatou ontem um pedido do Ministério Público e abriu investigações contra governadores.

Jornais relatam que, em depoimento, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que atuou para formar "caixa dois" da campanha de Cabral ao governo em 2010. Mídia nacional registra que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou, por meio de nota, que são "mentirosas" as declarações de Costa.

Também está em evidência o depoimento prestado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à CPI da Petrobras.

Veículos relatam que os deputados transformaram a reunião da comissão em um "ato de desagravo" ao parlamentar, alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal por suposta participação no esquema de corrupção da Estatal.

FOLHA DE S. PAULO publica que o peemedebista "atacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e afirmou que seu nome foi incluído na lista de investigados por uma opção política 'sem critério' do procurador".

O cenário econômico ganha força no noticiário do dia, com análises sobre ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que ocorreu semana passada e elevou a taxa Selic para 12,75% ao ano.

Mídia nacional destaca que o Banco Central adotou um tom mais pessimista ao tratar da inflação esperada neste ano, indicando que a inflação só vai ceder em 2016.

O ESTADO DE S. PAULO afirma que, traçando um cenário mais realista, o colegiado da instituição informou que a projeção para o IPCA de 2015 subiu e continua acima do centro da meta de 4,5%. "Para 2016, espera-se um refresco, apesar de o cálculo também estar mais alto que o objetivo da autarquia. A ata é até mais amena ao se referir ao caminho que a inflação percorrerá para atingir a meta no ano que vem".

Ainda em O ESTADO DE S. PAULO reportagem registra que a presidente Dilma Rousseff admitiu ontem que o modelo econômico adotado em seu primeiro mandato, com políticas de desoneração fiscal e crédito subsidiado, se esgotou.

"Ao lado do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a petista partiu em defesa do ajuste fiscal e reconheceu que as iniciativas do passado sobrecarregaram as contas públicas do País. Para a presidente, é preciso buscar novos instrumentos para evitar a desaceleração econômica e o aumento do desemprego", resume o ESTADÃO.

A pauta associada a infraestrutura também ganha força. Nesse contexto, merece atenção manchete do VALOR ECONÔMICO sobre a nova fase do programa de concessões do governo.

VALOR adianta que o “governo apressou a definição do cronograma para as concessões de infraestrutura que serão realizadas neste ano” e até abril “serão divulgados os estudos para avaliar o interesse em concessões de aeroportos, hidrovias e dragagem em Santos, Paranaguá e Rio Grande”.



MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S.PAULO, informa que “o Brasil tem a segunda expectativa líquida de emprego mais baixa entre 42 nações pesquisadas pelo grupo de recrutamento de profissionais Manpower. Apenas a Itália perde para o país”.

Sobre o mesmo tema, MERCADO ABERTO completa: “O índice (percentual das empresas que pretendem aumentar o seu quadro de funcionários menos a parcela dos que devem diminuir) para o segundo trimestre deste ano ficou em -1%. Essa é a primeira vez desde que a empresa começou a fazer o levantamento no Brasil, no fim de 2009, que o país registra um número negativo”.

“Os segmentos da construção e da indústria são os mais pessimistas, com -12% e -9%, respectivamente. Quando a análise considera o porte das empresas, as pequenas (de 10 a 49 funcionários) e as médias (de 50 a 249) apresentam os piores resultados: -8%. Entre as grandes (com mais de 250), o indicador é de 12%. Foram entrevistadas 65 mil pessoas”, resume MERCADO ABERTO.

Destaque para reportagem especial da revista EXAME sobre fundos de investimentos que buscam apoiar empreendedores dedicados a tecnologias revolucionárias, com potencial de criar grandes companhias.

EXAME menciona na reportagem a I.Systems, do setor de automação industrial, com sede em Campinas (SP), “que começou a receber aportes em 2013” e a startup argentina Satellogic, que constrói satélites de observação terrestre. Texto adverte que “por décadas, os investimentos na área espacial foram quase todos feitos por governos.

FOLHA DE S. PAULO analisa que a negociação entre governo e Congresso sobre correção da tabela do Imposto de Renda “mostra que há espaço para debater ajuste da economia”, mas indica que esse movimento do Planalto é “mais uma evidência, sem dúvida, da fragilidade política da presidente Dilma Rousseff (PT)”.

Abordando o caso Petrobras, O ESTADO DE S. PAULO assinala que os “presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB- BAL), deveriam se afastar de seus cargos enquanto durar a investigação sobre a suposta participação desses parlamentares no escândalo”. Texto avalia que, nesse contexto, as decisões de Cunha e Renan “serão consideradas tendo em vista que a intenção é dar o troco a Dilma”.

Ainda no editorial, ESTADÃO adverte que “essa atitude pode resultar em vitórias pontuais desses dois parlamentares no seu embate com o governo e com a presidente, mas é quase certo que dificilmente atenderá aos interesses nacionais. As consequências disso serão ruins para o conjunto do País - justamente em um momento de aguda crise, em que se espera que os líderes políticos demonstrem um pouco mais de espírito público”.

O GLOBO aborda a crise política e econômica enfrentada pelo Planalto, sob a ótica dos protestos, de apoio e contrários ao governo. “O momento é delicado porque nunca o lulopetismo esteve tão acuado”, observa o texto opinativo, para mais adiante acrescentar: “As ruas, portanto, tenderão a estar agitadas, o que é natural numa democracia”.

Com foco no cenário econômico, VALOR ECONÔMICO expõe que “o ciclo de aperto monetário continua uma questão em aberto para o Banco Central”. Citando a mais recente ata da reunião do Comitê de Política Monetária permite, jornal indica o documento conclui que “haverá pelo menos mais um aumento de juros, mas não sua intensidade”.

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