Em linha com o que aconteceu
ontem – quando detalharam a nova metodologia do IBGE para recalcular o PIB –,
jornais voltam a associar a pauta da indústria a um grande tema.
Nesta sexta-feira (13), item
de maior apelo setorial guarda relação indireta com os registros concentrados
no mercado de trabalho. Em foco, os números da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.
Informação é de que a taxa
média de desemprego do país no trimestre encerrado em janeiro ficou em 6,8%,
ante 6,5% dos três meses findos em dezembro.
Todos os veículos advertem
que o salto interrompe a tendência (iniciada no período de maio a junho) de
estabilidade ou recuo da taxa. Em tom de alerta, reportagens concluem: o
resultado sugere a deterioração do mercado de trabalho.
De forma ainda mais
analítica, alguns jornais reforçam que o clima de pessimismo que ronda a
economia estimula mais pessoas retornam ao mercado de trabalho, o que pressiona
a taxa de desemprego, conforme resume a FOLHA DE S.PAULO.
CORREIO BRAZILIENSE informa
que, com a atividade econômica em declínio, a previsão de analistas é que as
demissões continuem superando as contratações nos próximos meses.
Como ponto de atenção,
registra-se o EDITORIAL ECONÔMICO de O ESTADO DE S.PAULO. Texto analisa o ritmo
da taxa de investimento e menciona com preocupação dados da última pesquisa
Sondagem de Investimentos, do Instituto Brasileiro de Economia (IbreFGV).
EDITORIAL ECONÔMICO alerta
que, pelo segundo trimestre consecutivo, piorou a tendência de realização de
investimentos. “O desânimo dos industriais já seria explicável pela conjuntura,
apontando para a estagnação da economia e para níveis elevados de capacidade ociosa.
A indústria, em particular, declinou 3,2% em 2014 e deverá apresentar nova
queda neste ano”, resume.
Em O GLOBO, destaque para a
notícia de que “a crise política obrigou a equipe econômica a negociar com o
Congresso mudanças na proposta que elevou as alíquotas da contribuição
previdenciária sobre o faturamento das empresas em até 150%”.
Na reportagem, O GLOBO prevê
que, entre as possibilidades, estão a exclusão de alguns setores do aumento das
alíquotas ou uma calibragem mais suave dos percentuais. Também está na mesa uma
elevação dos créditos do programa Reintegra, adverte.
Já o VALOR ECONÔMICO reforça
que “o governo pretende repetir a estratégia de negociação feita em relação à
correção da tabela do Imposto de Renda na tramitação do projeto que reduz os
benefícios de desoneração da folha de pagamento”.
Na interpretação do VALOR, o
Palácio do Planalto “está disposto a negociar antes de encaminhar a proposta ao
Congresso Nacional e, se for necessário, fazer algumas concessões para derrubar
resistências”.
Pedro Luiz Passos,
presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e
conselheiro da Natura, escreve em sua coluna na FOLHA DE S.PAULO opina: “os
graves e frequentes erros de concepção de nossas políticas econômicas resultam
em novos erros e são aprofundados por medidas subsequentes que tentam em vão
corrigi-los”.
Passos avalia a desoneração
da folha de salários, segundo ele, “uma decisão cujas premissas originais
acabaram prejudicadas por equívocos tão graves que medidas pontuais não são
capazes de superá-los.
Entre os itens ainda mais
específicos com foco na indústria, registra-se no VALOR ECONÔMICO o balanço de
que a indústria paulista fechou 9,5 mil postos de trabalho em fevereiro –
retração de 0,74% no emprego em relação a janeiro, na série com ajuste sazonal
da Pesquisa de Nível de Emprego, da Fiesp, 15 reduziram vagas e 4 contrataram.
Também na pauta centrada em
questões da indústria, destaque para a revista EXAME – que circula uma nova
edição hoje.
EXAME publica breve
entrevista com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
Armando Monteiro.
Revista especializada
apresenta Monteiro como ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) e afirma que sua defesa se concentra “em políticas que beneficiem
igualmente todos os setores e mais foco nos grandes mercados globais”. Com
alerta, o ministro diz que é preciso recuperar a competitividade do setor
fabril e resume: “A idade média dos equipamentos no Brasil é de 20 anos. Isso
tira a produtividade da indústria”.
Cresce na cobertura nacional
a expectativa com relação aos protestos marcados para esta sexta-feira, que
envolvem movimentos sociais ligados ao governo, e aqueles previstos para
ocorrer no domingo (15), que contam com apoio de partidos de oposição.
Reportagens informam que as
centrais sindicais vão hoje às ruas de 27 capitais contra a "ruptura
democrática" e pela garantia dos direitos trabalhistas, e que a Central
Única dos Trabalhadores (CUT), organizadora dos atos, refuta a ideia de que os
protestos sejam em defesa do governo e também cobra maior interlocução com o
Planalto.
Dentro desse cenário, mídia
nacional mostra como o governo se prepara para enfrentar essa nova agenda de
manifestações e as preocupações sobre como eles devem refletir na imagem do
governo Dilma Rousseff.
FOLHA DE S. PAULO informa
que o governo federal teme que haja confronto nos atos de hoje entre ativistas
de grupos como o Revoltados Online, contrário ao governo, e manifestantes de
sindicatos e movimentos sociais alinhados ao PT, o que poderia gerar
combustível extra para as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no
domingo.
Em outra reportagem, FOLHA
registra que a presidente Dilma Rousseff afirmou ontem, em cerimônia no porto do
Rio, não temer o acirramento dos ânimos nas manifestações previstas para o
próximo domingo. Segundo Dilma, o que não se pode permitir é violência.
CORREIO BRAZILIENSE expõe
que o governo federal montou um esquema de prontidão neste fim de semana, a começar
por hoje, para evitar que as manifestações terminem em violência. Segundo o
jornal, a presidente ordenou aos ministros do conselho político a permanecerem
em Brasília no fim de semana, caso haja necessidade de uma reunião de
emergência.
Jornal do DF afirma ter
apurado que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também foi acionado
para evitar que pessoas infiltradas atrapalhem as manifestações, tanto de hoje
quanto de domingo.
A operação Lava-Jato
permanece em destaque na pauta do dia, com a informação que ministro do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luis Felipe Salomão, acatou ontem um pedido
do Ministério Público e abriu investigações contra governadores.
Jornais relatam que, em
depoimento, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, disse que atuou
para formar "caixa dois" da campanha de Cabral ao governo em 2010.
Mídia nacional registra que o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão
(PMDB), afirmou, por meio de nota, que são "mentirosas" as declarações
de Costa.
Também está em evidência o
depoimento prestado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à CPI
da Petrobras.
Veículos relatam que os
deputados transformaram a reunião da comissão em um "ato de
desagravo" ao parlamentar, alvo de investigação no Supremo Tribunal
Federal por suposta participação no esquema de corrupção da Estatal.
FOLHA DE S. PAULO publica
que o peemedebista "atacou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
e afirmou que seu nome foi incluído na lista de investigados por uma opção
política 'sem critério' do procurador".

Mídia nacional destaca que o
Banco Central adotou um tom mais pessimista ao tratar da inflação esperada
neste ano, indicando que a inflação só vai ceder em 2016.
O ESTADO DE S. PAULO afirma
que, traçando um cenário mais realista, o colegiado da instituição informou que
a projeção para o IPCA de 2015 subiu e continua acima do centro da meta de 4,5%.
"Para 2016, espera-se um refresco, apesar de o cálculo também estar mais
alto que o objetivo da autarquia. A ata é até mais amena ao se referir ao
caminho que a inflação percorrerá para atingir a meta no ano que vem".
Ainda em O ESTADO DE S.
PAULO reportagem registra que a presidente Dilma Rousseff admitiu ontem que o
modelo econômico adotado em seu primeiro mandato, com políticas de desoneração
fiscal e crédito subsidiado, se esgotou.
"Ao lado do ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, a petista partiu em defesa do ajuste fiscal e reconheceu
que as iniciativas do passado sobrecarregaram as contas públicas do País. Para
a presidente, é preciso buscar novos instrumentos para evitar a desaceleração
econômica e o aumento do desemprego", resume o ESTADÃO.
A pauta associada a
infraestrutura também ganha força. Nesse contexto, merece atenção manchete do
VALOR ECONÔMICO sobre a nova fase do programa de concessões do governo.
VALOR adianta que o “governo
apressou a definição do cronograma para as concessões de infraestrutura que
serão realizadas neste ano” e até abril “serão divulgados os estudos para
avaliar o interesse em concessões de aeroportos, hidrovias e dragagem em
Santos, Paranaguá e Rio Grande”.
MERCADO ABERTO, na FOLHA DE
S.PAULO, informa que “o Brasil tem a segunda expectativa líquida de emprego
mais baixa entre 42 nações pesquisadas pelo grupo de recrutamento de
profissionais Manpower. Apenas a Itália perde para o país”.
Sobre o mesmo tema, MERCADO
ABERTO completa: “O índice (percentual das empresas que pretendem aumentar o
seu quadro de funcionários menos a parcela dos que devem diminuir) para o
segundo trimestre deste ano ficou em -1%. Essa é a primeira vez desde que a
empresa começou a fazer o levantamento no Brasil, no fim de 2009, que o país registra
um número negativo”.
“Os segmentos da construção
e da indústria são os mais pessimistas, com -12% e -9%, respectivamente. Quando
a análise considera o porte das empresas, as pequenas (de 10 a 49 funcionários)
e as médias (de 50 a 249) apresentam os piores resultados: -8%. Entre as
grandes (com mais de 250), o indicador é de 12%. Foram entrevistadas 65 mil
pessoas”, resume MERCADO ABERTO.

EXAME menciona na reportagem
a I.Systems, do setor de automação industrial, com sede em Campinas (SP), “que
começou a receber aportes em 2013” e a startup argentina Satellogic, que
constrói satélites de observação terrestre. Texto adverte que “por décadas, os
investimentos na área espacial foram quase todos feitos por governos.

Abordando o caso Petrobras,
O ESTADO DE S. PAULO assinala que os “presidentes da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB- BAL), deveriam se afastar de
seus cargos enquanto durar a investigação sobre a suposta participação desses
parlamentares no escândalo”. Texto avalia que, nesse contexto, as decisões de
Cunha e Renan “serão consideradas tendo em vista que a intenção é dar o troco a
Dilma”.
Ainda no editorial, ESTADÃO
adverte que “essa atitude pode resultar em vitórias pontuais desses dois
parlamentares no seu embate com o governo e com a presidente, mas é quase certo
que dificilmente atenderá aos interesses nacionais. As consequências disso
serão ruins para o conjunto do País - justamente em um momento de aguda crise,
em que se espera que os líderes políticos demonstrem um pouco mais de espírito
público”.
O GLOBO aborda a crise
política e econômica enfrentada pelo Planalto, sob a ótica dos protestos, de
apoio e contrários ao governo. “O momento é delicado porque nunca o lulopetismo
esteve tão acuado”, observa o texto opinativo, para mais adiante acrescentar:
“As ruas, portanto, tenderão a estar agitadas, o que é natural numa
democracia”.
Com foco no cenário
econômico, VALOR ECONÔMICO expõe que “o ciclo de aperto monetário continua uma
questão em aberto para o Banco Central”. Citando a mais recente ata da reunião
do Comitê de Política Monetária permite, jornal indica o documento conclui que
“haverá pelo menos mais um aumento de juros, mas não sua intensidade”.
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