Especialistas da área de saúde
divergiram nesta terça-feira (14) quanto à eficácia do método de citologia em
meio líquido para diagnosticar o câncer uterino, em detrimento do exame
Papanicolau (convencional). A citologia em meio líquido é considerada por
ginecologistas uma metodologia mais sensível que a tradicional e 100%
automotiva – o que significaria uma incidência menor de testes falso-negativos,
ou seja, aqueles com diagnósticos errôneos.
Roberval Martins/ Gabinete Conceição
Sampaio
Em audiência pública presidida pela
deputada Conceição Sampaio (PP-AM), contudo, o técnico da coordenação-geral de
Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Marcelo
Pellizzaro, afirmou que a pasta não considera o exame mais eficiente que o
convencional Papanicolau, utilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O
Ministério se baseia em pesquisas estrangeiras que comprovam a mesma
sensibilidade entre os métodos. A afirmativa foi contestada pela médica
ginecologista e obstetra da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado
do Amazonas, Mônica de Melo.
Mônica reforçou o pensamento dos
profissionais de saúde da área de que, além de identificar com mais precisão os
casos de câncer uterino, o método de Citologia em meio líquido traz mais
clareza na análise das amostras. Para a médica, as realidades diferentes dos
países desenvolvidos e o Brasil pode ser um ponto relevante ao pensar no
investimento do método mais avançado. “Enquanto pensamos que este método pode
salvar mais mulheres, mesmo que em uma menor porcentagem, vale a pena
investir”, disse.
É recomendável pelo Ministério da
Saúde que o exame seja realizado trienalmente por mulheres entre 25 e 65 anos.
Considerando que o período médico traçado entre a existência de uma lesão
precursora e o desenvolvimento de um câncer seja de dez anos, Pelizzaro
redarguiu que a possibilidade do diagnóstico não ser solucionado neste período
é mínima. “Temos que ser realistas e pensar que, investindo em um procedimento
mais caro, estamos tirando dinheiro de outro lugar. O Brasil tem recursos
escassos para a saúde, ainda mais neste tempo de vacas magras”, justificou o
técnico.
Amazonas em alerta
O Amazonas é o estado mais afetado
pelo câncer de colo de útero no Brasil, em devidas proporções. De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (Inca), este é tipo de câncer que mais atinge as
mulheres amazonenses. Enquanto a média brasileira, em 2014, foi de 19,20
mulheres com diagnóstico de câncer de útero para 100 mil habitantes, o índice
equivale a 35,33 no estado do norte. A proliferação da doença é bastante
relacionada às carências na gestão da saúde.
Representante do Amazonas, Conceição
Sampaio convidou para a mesa a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da
Mulher do Estado do Amazonas, Isis Neves, e o secretário executivo adjunto de
Atenção Especializada da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, Wagner
William. O secretário argumentou que é necessário aprofundar a discussão quanto
à utilização do método de citologia em meio líquido, pois isso significa em um
ônus a mais para o estado
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