Uma equipe de profissionais do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) viaja à Europa nesta semana para conhecer a fábrica de três empresas com as quais o instituto tem projetos para produção conjunta de medicamentos e equipamentos da saúde por Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).
A visita tem o nome técnico de technical due diligence, procedimento no qual a equipe do instituto realiza um processo de avaliação para que possa confirmar in loco os dados disponibilizados pela companhia. A comitiva é liderada pelo diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix.
A viagem começa pela Suíça, onde a equipe conhece a matriz e a fábrica da empresa Sonova, com a qual o instituto tem um projeto para produção conjunta de um aparelho auditivo retroauricular e intra-aural, utilizado para auxiliar pessoas com surdez. Hoje, o Ministério da Saúde gasta R$ 75 milhões por ano com a importação do produto.
Em seguida, na Espanha, a equipe do Tecpar conhece a fábrica da empresa britânica GSK, que produz o Salbutamol, medicamento utilizado no controle da asma. Por ano, o Ministério da Saúde compra R$ 85 milhões deste medicamento para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda na Espanha, a comitiva conhece a linha de produção da Somatropina, um hormônio de crescimento produzido pela alemã Merck Serono. O Ministério da Saúde gasta anualmente R$ 176 milhões com a compra do hormônio.
O Tecpar firmou parcerias com as três empresas para se tornar o fornecedor oficial dos três produtos ao Ministério da Saúde, que até o final do ano deve divulgar os vencedores da concorrência.
O diretor-presidente do Tecpar explica que caso as parcerias com as empresas europeias forem aprovadas, a produção da indústria farmacêutica do instituto vai ser revolucionada. “Temos muita confiança que as propostas protocoladas pelo Tecpar vão mostrar ao ministério os diferenciais do instituto para produzir esses medicamentos e dispositivos no Paraná. Esses produtos têm alto valor agregado e ampliam o leque de medicamentos e equipamentos produzidos pelo instituto, produção essa que atende a vocação do Tecpar como Parque Tecnológico da Saúde”, salienta Felix.
PDP
Hoje o Tecpar atua em três PDP: a cola de fibrina, primeiro selante de fibrina obtido por rota biotecnológica com produção 100% nacional, em desenvolvimento pelo Tecpar em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) e a empresa privada brasileira Cristalia; o projeto da Rede Cegonha, que desenvolve kits diagnóstico para monitoramento da mortalidade materna e neonatal, em parceria com a Fiocruz e a empresa privada brasileira Lifemed; e o Bevacizumabe, oncológico usado no tratamento do câncer e degeneração macular, em parceria com a empresa Biocad, da Rússia.
O Tecpar concorre ainda para se tornar o fornecedor oficial do Ministério da Saúde do Adalimumabe e Infliximabe, medicamentos biológicos usados para tratamento de artrite reumatoide, psoríase e outras doenças crônicas, em parceria com a Biocad Monoclonal, formado pela Biocad Brasil e a indústria farmacêutica Daudt.
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