O Brasil já trata todas as
pessoas diagnosticadas desde dezembro de 2014. OMS elogia o país por seu
pioneirismo
Novo protocolo da Organização
Mundial da Saúde (OMS) vai recomendar o tratamento com antirretrovirais para
todas as pessoas com HIV no mundo, assim que forem diagnosticadas,
independentemente da carga viral. A
medida já é praticada desde dezembro de 2013 pelo Brasil, quando foi lançado o
Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para adultos. O protocolo adotou o
“Testar e Tratar” como política de tratamento. O anúncio foi neste domingo
(19), em Vancouver, Canadá, durante Congresso Internacional de Aids (IAS)
No anúncio, a OMS menciona o
exemplo do Brasil, enfatizando que a adoção do novo protocolo melhorou a saúde
das pessoas vivendo com HIV. O acesso precoce ao tratamento não só melhora a
qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e aids, mas também reduz a
transmissão do vírus.
Para o diretor do Departamento
de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita, que
participa do evento, a evidência mostra
“que essa é, realmente, a direção que deve ser tomada por todo o mundo”.
O secretário-executivo da
Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS), Luiz Loures,
destacou a importância da iniciativa da OMS, lembrando que a organização lidera
globalmente a resposta à aids no setor de saúde com decisões baseadas em evidência
científica.
O novo protocolo da OMS prevê,
ainda, que a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) seja recomendada como uma opção de
terapia adicional para todas as pessoas que integrem populações com risco
substancial de serem infectadas pelo HIV (prevalência superior a 3%).
TESTAGEM - Na mesma sessão em
que antecipou alguns pontos do protocolo de HIV, a OMS lançou seu novo guia
sobre testagem de HIV. O novo guia estimula a capacitação de membros da
comunidade para que possam aplicar o teste de aids e a testagem em organizações
comunitárias que tenham acesso mais amplo às populações vulneráveis ao HIV. O
Brasil adota as duas medidas no projeto Viva Melhor Sabendo.
Durante a sua participação no
evento, Fábio Mesquita, apresentou, como experiência, o trabalho colaborativo
entre o Ministério da Saúde, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, o
USCDC, o Unaids, o Grupo Dignidade e outros parceiros no projeto piloto "A
Hora é Agora". O projeto promove o
autoteste, focado na população jovem de homens que fazem sexo com
homens, na cidade de Curitiba/PR.
O congresso é um dos maiores
fóruns científicos no campo de HIV e aids de todo o mundo, e acontece no Canadá
até 22 de julho.
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