Estagnado comercialmente e com
diversas tensões regionais como plano de fundo, o Mercosul realizará uma nova
cúpula semestral em Brasília nesta quinta (16) e sexta-feira (17).
Devem comparecer à cúpula os governantes de Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Suriname e Guiana, que têm status de Estados associados ao bloco, o que significa que o âmbito da reunião será a Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
No encontro, o Brasil passará a presidência rotativa ao Paraguai, que a assumirá pela primeira vez desde que foi suspenso em 2012 por causa da cassação do então presidente Fernando Lugo, vista pelo bloco como uma "ruptura" da ordem democrática.
Também está prevista a continuidade das tratativas para a adesão da Bolívia, já aprovada pelos parlamentos de Venezuela, Uruguai e Argentina, assim como o acordo comercial que o Mercosul negocia com a UE (União Europeia), ao qual se opõe o líder boliviano, Evo Morales.
"Se o Mercosul quiser forjar um acordo de livre-comércio com a União Europeia, a Bolívia terá que se retirar", declarou Morales em julho, antecipando um novo obstáculo ao dilatado processo de adesão de seu país ao bloco.
As negociações com a UE começaram em 1999, mas permanecem estagnadas por diferenças nas áreas industrial e agrícola, embora também pela reticência da Argentina a estabelecer um acordo que representaria uma maior abertura comercial.
No entanto, agora o Brasil está decidido a avançar com a UE, e a presidente Dilma Rousseff pediu uma flexibilização da norma diz que que todo acordo comercial deve ser negociado de forma conjunta, para facilitar o processo com o bloco europeu e uma ampliação dos limitados horizontes comerciais do Mercosul.
Esta é uma velha reivindicação de Uruguai e Paraguai que tradicionalmente encontrou a rejeição de Argentina e Brasil, os outros dois membros do bloco ao qual a Venezuela se uniu em 2011, embora ainda não participe de negociações comerciais.
A Venezuela será outro foco de atenção da cúpula devido à crise política que atravessa o país, o que levou alguns membros do Mercosul, como o Brasil, a elevar o tom contra o governo de Nicolás Maduro.
Dilma, que tem relações de "amizade" com Maduro, chegou a classificar como "inaceitáveis" os incidentes ocorridos durante a viagem de senadores brasileiros à Venezuela, que ao chegarem ao país para visitar líderes opositores presos, se depararam com protestos de militantes chavistas.
No entanto, o Mercosul expressou satisfação pela decisão das autoridades eleitorais venezuelanas de convocar as eleições parlamentares para o dia 6 de dezembro, um anúncio que era exigido tanto pela oposição a Maduro como pela comunidade internacional.
Outro assunto que pode ser abordado na cúpula é o conflito da Venezuela com a Guiana pela região conhecida como Essequibo, que Maduro pretende denunciar à União de Nações Sul-americanas (Unasul).
As relações entre Maduro e o presidente da Guiana, David Granger, estão congeladas desde maio, quando o líder venezuelano emitiu um decreto estabelecendo como de seu país todas as águas marítimas em frente à costa do Essequibo, onde a petroleira Exxon Mobil confirmou a descoberta de grandes reservas de petróleo.
No litoral do Oceano Pacífico, um processo marítimo também mantém em confronto Chile e Bolívia, cujos presidentes, Michelle Bachelet e Evo Morales, respectivamente, são aguardados em Brasília.
A Bolívia mantém sua exigência de uma saída soberana ao mar e desde 2013 recorre à Corte Internacional de Justiça em busca de um decisão que "obrigue" o Chile a negociar uma solução.
Isento de conflitos regionais, o Brasil será anfitrião em horas difíceis, com uma economia debilitada, uma crise política e em meio às investigações da Operação Lava-Jato sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.
A economia brasileira, que há muitos anos é o motor da América Latina, cresceu apenas 0,1% em 2014 e, segundo as projeções oficiais, se contrairá 1,2% em 2015, o pior resultado desde 1990.
A realidade brasileira contrasta com as de Uruguai e Paraguai, cujas economias lideraram o crescimento do bloco em 2014 e devem fazer o mesmo neste ano, de acordo com as previsões.
A Argentina está às vésperas das eleições presidenciais, por isso esta deve ser a última cúpula da presidente Cristina Kirchner, que não poderá se reeleger, de acordo com a Constituição.
O novo líder argentino assumirá o cargo no dia 10 de dezembro e, a menos que o Paraguai convoque a próxima cúpula antes dessa data, a reunião de Brasília marcará a despedida de Kirchner do Mercosul.
Devem comparecer à cúpula os governantes de Chile, Peru, Equador, Bolívia, Colômbia, Suriname e Guiana, que têm status de Estados associados ao bloco, o que significa que o âmbito da reunião será a Unasul (União de Nações Sul-Americanas).
No encontro, o Brasil passará a presidência rotativa ao Paraguai, que a assumirá pela primeira vez desde que foi suspenso em 2012 por causa da cassação do então presidente Fernando Lugo, vista pelo bloco como uma "ruptura" da ordem democrática.
Também está prevista a continuidade das tratativas para a adesão da Bolívia, já aprovada pelos parlamentos de Venezuela, Uruguai e Argentina, assim como o acordo comercial que o Mercosul negocia com a UE (União Europeia), ao qual se opõe o líder boliviano, Evo Morales.
"Se o Mercosul quiser forjar um acordo de livre-comércio com a União Europeia, a Bolívia terá que se retirar", declarou Morales em julho, antecipando um novo obstáculo ao dilatado processo de adesão de seu país ao bloco.
As negociações com a UE começaram em 1999, mas permanecem estagnadas por diferenças nas áreas industrial e agrícola, embora também pela reticência da Argentina a estabelecer um acordo que representaria uma maior abertura comercial.
No entanto, agora o Brasil está decidido a avançar com a UE, e a presidente Dilma Rousseff pediu uma flexibilização da norma diz que que todo acordo comercial deve ser negociado de forma conjunta, para facilitar o processo com o bloco europeu e uma ampliação dos limitados horizontes comerciais do Mercosul.
Esta é uma velha reivindicação de Uruguai e Paraguai que tradicionalmente encontrou a rejeição de Argentina e Brasil, os outros dois membros do bloco ao qual a Venezuela se uniu em 2011, embora ainda não participe de negociações comerciais.
A Venezuela será outro foco de atenção da cúpula devido à crise política que atravessa o país, o que levou alguns membros do Mercosul, como o Brasil, a elevar o tom contra o governo de Nicolás Maduro.
Dilma, que tem relações de "amizade" com Maduro, chegou a classificar como "inaceitáveis" os incidentes ocorridos durante a viagem de senadores brasileiros à Venezuela, que ao chegarem ao país para visitar líderes opositores presos, se depararam com protestos de militantes chavistas.
No entanto, o Mercosul expressou satisfação pela decisão das autoridades eleitorais venezuelanas de convocar as eleições parlamentares para o dia 6 de dezembro, um anúncio que era exigido tanto pela oposição a Maduro como pela comunidade internacional.
Outro assunto que pode ser abordado na cúpula é o conflito da Venezuela com a Guiana pela região conhecida como Essequibo, que Maduro pretende denunciar à União de Nações Sul-americanas (Unasul).
As relações entre Maduro e o presidente da Guiana, David Granger, estão congeladas desde maio, quando o líder venezuelano emitiu um decreto estabelecendo como de seu país todas as águas marítimas em frente à costa do Essequibo, onde a petroleira Exxon Mobil confirmou a descoberta de grandes reservas de petróleo.
No litoral do Oceano Pacífico, um processo marítimo também mantém em confronto Chile e Bolívia, cujos presidentes, Michelle Bachelet e Evo Morales, respectivamente, são aguardados em Brasília.
A Bolívia mantém sua exigência de uma saída soberana ao mar e desde 2013 recorre à Corte Internacional de Justiça em busca de um decisão que "obrigue" o Chile a negociar uma solução.
Isento de conflitos regionais, o Brasil será anfitrião em horas difíceis, com uma economia debilitada, uma crise política e em meio às investigações da Operação Lava-Jato sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.
A economia brasileira, que há muitos anos é o motor da América Latina, cresceu apenas 0,1% em 2014 e, segundo as projeções oficiais, se contrairá 1,2% em 2015, o pior resultado desde 1990.
A realidade brasileira contrasta com as de Uruguai e Paraguai, cujas economias lideraram o crescimento do bloco em 2014 e devem fazer o mesmo neste ano, de acordo com as previsões.
A Argentina está às vésperas das eleições presidenciais, por isso esta deve ser a última cúpula da presidente Cristina Kirchner, que não poderá se reeleger, de acordo com a Constituição.
O novo líder argentino assumirá o cargo no dia 10 de dezembro e, a menos que o Paraguai convoque a próxima cúpula antes dessa data, a reunião de Brasília marcará a despedida de Kirchner do Mercosul.
Alba Santandreu - Brasília
· Telam/Xinhua
0 comentários:
Postar um comentário