O décimo primeiro fascículo da
série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e
nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica” foi lançado nesta quinta-feira
(7) pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS) no Brasil em conjunto com a pesquisadora Lenita Wannmacher. O tema
da nova publicação, escrita pela pediatra e professora associada à Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Elza Daniel de Mello, é “Tratamentoda doença do refluxo gastrintestinal em crianças”.
Mello explica a diferença
entre refluxo gastroesofágico (RGE) e regurgitação, condições comuns durante a
infância e que costumam desaparecer espontaneamente, e a doença do refluxo
gastroesofágico (DRGE), que requer algumas medidas após diagnóstico clínico. O
RGE nada mais é que a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago,
constituindo um processo fisiológico normal, com episódios breves que
geralmente não causam sintomas ou lesões. Já o DRGE é caracterizado por
complicações associadas, como esofagite e problemas pulmonares, e nesses casos
a criança deve seguir tratamento medicamentoso.
“Mais de 50 por cento das
crianças demonstram melhora ou resolução dos sintomas com medidas conservadoras
que incluem alimentos espessados, adequado volume de ingestão e fracionamento
de refeições; não exposição à fumaça do tabaco; posição vertical após
alimentação e decúbito dorsal para lactentes; elevação do ângulo da cama para
crianças. Tratamento medicamentoso tem por base a supressão ácida, exercida por
antissecretores do ácido (antagonistas H2 e inibidores da bomba de prótons)”,
revela a pediatra.
De acordo com a publicação,
crianças com menos de um ano que manifestam sinais e sintomas de RGE devem ser
tratadas, inicialmente, com medidas alimentares e orientações posturais – com
avaliação da possibilidade de alergia à proteína do leite de vaca. Já para as
crianças com DRGE que não respondem às medidas conservadores, a recomendação é
o tratamento com ranitidina por 8 semanas, caso haja melhora significativa.
Crianças maiores com sintomas
de DRGE que não respondem às medidas conservadoras (mudanças alimentares e
posturais) podem fazer teste terapêutico com omeprazol; aquelas que não
responderem ao tratamento com a droga devem ser encaminhadas a consulta
especializada para nova avaliação. No caso de aparecimento de esofagite, o
omeprazol também pode ser administrado, mas em casos graves é preciso investir
em mudanças de estilo de vida.
Sobre a série “Uso Racional de
Medicamentos”
O projeto busca fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Nos próximos meses, serão lançados mais 9 fascículos em português e com linguagem acessível. A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causasde morte apontadas pela Organização Mundial da Saúde em maio de 2014.
O projeto busca fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis. Nos próximos meses, serão lançados mais 9 fascículos em português e com linguagem acessível. A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causasde morte apontadas pela Organização Mundial da Saúde em maio de 2014.
Todos os 11 capítulos da série
estarão disponíveis gratuitamente para download e poderão ser acessados na áreade publicações da página da OPAS/OMS Brasil na internet.
Fonte: Portal PAHO
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