A internet das coisas invadiu
a rotina de trabalho do BNDES, coordenador dos estudos técnicos que darão
suporte ao Plano Nacional de IoT. “Todas as áreas do banco estão envolvidas com
a nova agenda. O objetivo é tornar o Brasil apto a se beneficiar dessa onda
tecnológica, com aumento na competitividade da economia brasileira e melhorias
na qualidade de vida da população”, afirma a diretora de indústrias e serviços
do BNDES, Cláudia Prates.
Atuante no financiamento à
inovação, com desembolsos de R$ 1,6 bilhão nos primeiros nove meses deste ano,
o banco de fomento tem um conjunto de linhas de crédito voltadas para a
produção e comercialização de tecnologias. O banco, porém, vai ampliar o leque
de opções, com novos instrumentos de apoio e adaptando mecanismos para atender
as demandas de IoT em diferentes frentes: cidades, saúde, agronegócio,
indústria e demais ambientes.
Entre as medidas a serem
lançadas, estão dois novos fundos de investimento para capitalização de
empresas inovadoras, os fundos “venture debt” e “investidores-anjo”. Eles
engrossarão a lista de nove fundos já existentes no banco, como o Criatec, para
empresas semente, e o Funtec, com apoio não reembolsável a projetos de pesquisa
aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação executados por instituições
tecnológicas.
O “venture debt”, com capital
de R$ 200 milhões, vai comprar títulos de dívida de empresas de inovação com
faturamento máximo de R$ 90 milhões por ano, viabilizando operações de até R$
10 milhões em IoT. Também o fundo de “investidores-anjos”, em fase de seleção
de gestor, vai atuar em empresas nascentes de base tecnológica. O BNDES estuda
ainda chamada pública para programa conjunto de seleção de planos de investimentos
em IoT, diz Cláudia.
Também o cartão BNDES, para
micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), vem se adequando à realidade de IoT,
ampliando o volume de fornecedores, produtos e serviços. Com taxas de juros de
1,35% em outubro, o cartão incluiu na lista veículos aéreos não tripulados,
sistemas de agricultura de precisão, sensores de presença e alarme, softwares,
informática, telecom e automação (hardware), além de treinamentos para
certificações de TI e serviços de avaliação e certificação de TI.
“Prioridade do BNDES,
financiamentos à inovação têm as melhores condições financeiras do banco,
sobretudo às MPMEs, com maior participação em TJLP (a taxa de juros de longo
prazo do banco, atualmente 7% ao ano)”, acrescenta a gerente de inovação do
banco de fomento, Isabela Brod.
Entre as linhas de
financiamento direto, destacam-se o Finem Inovação (para investimentos), com
TJLP mais 1,7% ao ano, além da taxa de risco de crédito, que varia de acordo
com o cliente. A participação é de até 80% e o prazo de amortização até 12
anos.
Nas operações via agentes
financeiros, a linha MPME Inovadora, com até R$ 20 milhões, tem custo em TLJP,
mais 1,1% ao ano, além da taxa do agente financeiro. A participação é de até
90% e o prazo de pagamento em até 10 anos.
(Valor Econômico)
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