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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

BNDES vai lançar dois fundos para capitalizar empresas inovadoras

A internet das coisas invadiu a rotina de trabalho do BNDES, coordenador dos estudos técnicos que darão suporte ao Plano Nacional de IoT. “Todas as áreas do banco estão envolvidas com a nova agenda. O objetivo é tornar o Brasil apto a se beneficiar dessa onda tecnológica, com aumento na competitividade da economia brasileira e melhorias na qualidade de vida da população”, afirma a diretora de indústrias e serviços do BNDES, Cláudia Prates.

Atuante no financiamento à inovação, com desembolsos de R$ 1,6 bilhão nos primeiros nove meses deste ano, o banco de fomento tem um conjunto de linhas de crédito voltadas para a produção e comercialização de tecnologias. O banco, porém, vai ampliar o leque de opções, com novos instrumentos de apoio e adaptando mecanismos para atender as demandas de IoT em diferentes frentes: cidades, saúde, agronegócio, indústria e demais ambientes.

Entre as medidas a serem lançadas, estão dois novos fundos de investimento para capitalização de empresas inovadoras, os fundos “venture debt” e “investidores-anjo”. Eles engrossarão a lista de nove fundos já existentes no banco, como o Criatec, para empresas semente, e o Funtec, com apoio não reembolsável a projetos de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico e inovação executados por instituições tecnológicas.

O “venture debt”, com capital de R$ 200 milhões, vai comprar títulos de dívida de empresas de inovação com faturamento máximo de R$ 90 milhões por ano, viabilizando operações de até R$ 10 milhões em IoT. Também o fundo de “investidores-anjos”, em fase de seleção de gestor, vai atuar em empresas nascentes de base tecnológica. O BNDES estuda ainda chamada pública para programa conjunto de seleção de planos de investimentos em IoT, diz Cláudia.

Também o cartão BNDES, para micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), vem se adequando à realidade de IoT, ampliando o volume de fornecedores, produtos e serviços. Com taxas de juros de 1,35% em outubro, o cartão incluiu na lista veículos aéreos não tripulados, sistemas de agricultura de precisão, sensores de presença e alarme, softwares, informática, telecom e automação (hardware), além de treinamentos para certificações de TI e serviços de avaliação e certificação de TI.

“Prioridade do BNDES, financiamentos à inovação têm as melhores condições financeiras do banco, sobretudo às MPMEs, com maior participação em TJLP (a taxa de juros de longo prazo do banco, atualmente 7% ao ano)”, acrescenta a gerente de inovação do banco de fomento, Isabela Brod.

Entre as linhas de financiamento direto, destacam-se o Finem Inovação (para investimentos), com TJLP mais 1,7% ao ano, além da taxa de risco de crédito, que varia de acordo com o cliente. A participação é de até 80% e o prazo de amortização até 12 anos.
Nas operações via agentes financeiros, a linha MPME Inovadora, com até R$ 20 milhões, tem custo em TLJP, mais 1,1% ao ano, além da taxa do agente financeiro. A participação é de até 90% e o prazo de pagamento em até 10 anos.

(Valor Econômico)


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