“Temos muitos problemas na
área de saúde, mas todos se resumem a uma única questão: gestão”. Com esta
afirmação, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, iniciou sua fala, na última
sexta-feira (27/10), em Curitiba, na aula inaugural proferida por ele no MBA em
Gestão de Excelência em Serviços de Saúde, curso desenvolvido pelo Sescoop/PR –
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, Unimed Curitiba e
Universidade Positivo. Realizada no Expo Unimed, Campus Ecoville da
Universidade Positivo, a aula inaugural reuniu alunos, estudantes de medicina
da Universidade Positivo e representantes das entidades promotoras do MBA,
entre as quais, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o diretor
vice-presidente da Unimed Curitiba, Rached Hajar Traya, e o diretor de Relações
Institucionais da Universidade Positivo, Rogério Mainardes.
Excelência na gestão -
Focado nos médicos e colaboradores da Unimed, o curso visa trazer uma
experiência e uma visão sistêmica e organizada de todos os fatores que
influenciam o sistema de saúde no Brasil. São 40 alunos, os quais terão aulas
mensais e por um período de 24 meses. “Vim para a aula inaugural porque
acredito que esse curso é uma iniciativa relevante para quem atua na área de
saúde, tendo em vista a carência de gestão de excelência que enfrentamos no
país. Dinheiro não falta para a saúde, pois nosso orçamento é de R$ 250
bilhões/ano, mas encontramos uma série de dificuldades para que esses recursos
produzam resultados eficientes, daí a necessidade de apoiarmos todas as
iniciativas que busquem excelência na gestão”, disse o ministro.
Planos populares - Ao
tratar sobre o tema “A saúde pública brasileira e a importância dos planos
privados”, Ricardo Barros lembrou que 70% da população utiliza o sistema
público de saúde e que boa parte dessas pessoas, cerca de 47 milhões de
brasileiros, migrou há cerca de 3 anos do sistema suplementar para o SUS
(Sistema Único de Saúde) porque perdeu o emprego ou por necessidade de reduzir
os gastos do orçamento doméstico. Além de citar números e falar dos desafios
que é gerir o sistema público de saúde, Barros disse que uma das estratégias do
governo para melhorar o serviço prestado à população é incentivar que essas
pessoas que um dia puderam pagar um plano de saúde migrem novamente para o
sistema suplementar, aderindo a planos de saúde populares. “Estamos
incentivando a criação desses planos, através do Projeto de Plano de Saúde
Acessível. Isto não quer dizer que, em determinado momento esse paciente não
venha para o SUS, porém, até chegar a esse momento, evita-se uma série de
gastos para o sistema público”, comenta.
Melhorias - De acordo com
o ministro, o início da comercialização dos planos populares depende da
conclusão de análise técnica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
sobre a flexibilização da regulamentação de planos de saúde no país. Segundo
Barros, com o aumento do acesso privado, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
oferecer melhor atendimento a quem não pode pagar por um plano, um contingente
de 150 milhões de brasileiros. “Ao Ministério de Saúde compete dar saúde a
todos os brasileiros, a que tem ou não tem plano de saúde. É isso que determina
a Constituição. Evidentemente, quanto mais brasileiros tiverem cobertura de
planos pagos por seus patrões, patrocinadores ou pagos individualmente, esses
brasileiros diminuem a pressão sobre a fila do SUS, que atende aqueles que só
dependem do SUS, não tem capacidade financeira ou a sua empresa não pode
ofertar um plano de saúde para aqueles trabalhadores”, disse.
Divisão - O ministro
explicou que o objetivo do Projeto de Plano de Saúde Acessível é ampliar ao
máximo a cobertura de planos de saúde à população “para que esta
responsabilidade de financiamento da saúde seja dividida”. “Já é hoje 55% do
investimento em saúde do setor privado e 45% do setor público. Então, quanto
mais nós tivermos a cooperação de empresários financiando a saúde de seus
funcionários, de planos individuais, mais qualidade nós podemos oferecer a quem
depende do SUS”. Para tanto, Barros informa que estão sendo analisadas
alternativas como flexibilizar o rol mínimo de atendimento, regionalizar a
cobertura para os procedimentos e a co-participação do beneficiário no
pagamento dos serviços utilizados.
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