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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Ministro Ricardo Barros fala sobre os desafios da saúde pública no Brasil em aula inaugural no MBA em Gestão de Excelência em Serviços de Saúde

“Temos muitos problemas na área de saúde, mas todos se resumem a uma única questão: gestão”. Com esta afirmação, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, iniciou sua fala, na última sexta-feira (27/10), em Curitiba, na aula inaugural proferida por ele no MBA em Gestão de Excelência em Serviços de Saúde, curso desenvolvido pelo Sescoop/PR – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, Unimed Curitiba e Universidade Positivo. Realizada no Expo Unimed, Campus Ecoville da Universidade Positivo, a aula inaugural reuniu alunos, estudantes de medicina da Universidade Positivo e representantes das entidades promotoras do MBA, entre as quais, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o diretor vice-presidente da Unimed Curitiba, Rached Hajar Traya, e o diretor de Relações Institucionais da Universidade Positivo, Rogério Mainardes.

Excelência na gestão - Focado nos médicos e colaboradores da Unimed, o curso visa trazer uma experiência e uma visão sistêmica e organizada de todos os fatores que influenciam o sistema de saúde no Brasil. São 40 alunos, os quais terão aulas mensais e por um período de 24 meses. “Vim para a aula inaugural porque acredito que esse curso é uma iniciativa relevante para quem atua na área de saúde, tendo em vista a carência de gestão de excelência que enfrentamos no país. Dinheiro não falta para a saúde, pois nosso orçamento é de R$ 250 bilhões/ano, mas encontramos uma série de dificuldades para que esses recursos produzam resultados eficientes, daí a necessidade de apoiarmos todas as iniciativas que busquem excelência na gestão”, disse o ministro.

Planos populares - Ao tratar sobre o tema “A saúde pública brasileira e a importância dos planos privados”, Ricardo Barros lembrou que 70% da população utiliza o sistema público de saúde e que boa parte dessas pessoas, cerca de 47 milhões de brasileiros, migrou há cerca de 3 anos do sistema suplementar para o SUS (Sistema Único de Saúde) porque perdeu o emprego ou por necessidade de reduzir os gastos do orçamento doméstico. Além de citar números e falar dos desafios que é gerir o sistema público de saúde, Barros disse que uma das estratégias do governo para melhorar o serviço prestado à população é incentivar que essas pessoas que um dia puderam pagar um plano de saúde migrem novamente para o sistema suplementar, aderindo a planos de saúde populares. “Estamos incentivando a criação desses planos, através do Projeto de Plano de Saúde Acessível. Isto não quer dizer que, em determinado momento esse paciente não venha para o SUS, porém, até chegar a esse momento, evita-se uma série de gastos para o sistema público”, comenta.

Melhorias - De acordo com o ministro, o início da comercialização dos planos populares depende da conclusão de análise técnica da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre a flexibilização da regulamentação de planos de saúde no país. Segundo Barros, com o aumento do acesso privado, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá oferecer melhor atendimento a quem não pode pagar por um plano, um contingente de 150 milhões de brasileiros. “Ao Ministério de Saúde compete dar saúde a todos os brasileiros, a que tem ou não tem plano de saúde. É isso que determina a Constituição. Evidentemente, quanto mais brasileiros tiverem cobertura de planos pagos por seus patrões, patrocinadores ou pagos individualmente, esses brasileiros diminuem a pressão sobre a fila do SUS, que atende aqueles que só dependem do SUS, não tem capacidade financeira ou a sua empresa não pode ofertar um plano de saúde para aqueles trabalhadores”, disse.

Divisão - O ministro explicou que o objetivo do Projeto de Plano de Saúde Acessível é ampliar ao máximo a cobertura de planos de saúde à população “para que esta responsabilidade de financiamento da saúde seja dividida”. “Já é hoje 55% do investimento em saúde do setor privado e 45% do setor público. Então, quanto mais nós tivermos a cooperação de empresários financiando a saúde de seus funcionários, de planos individuais, mais qualidade nós podemos oferecer a quem depende do SUS”. Para tanto, Barros informa que estão sendo analisadas alternativas como flexibilizar o rol mínimo de atendimento, regionalizar a cobertura para os procedimentos e a co-participação do beneficiário no pagamento dos serviços utilizados. 


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