Ribeirão tem pesquisa que pode beneficiar combate a
leucemia e linfoma
Análises no exterior apontam sucesso de até 83%;
expectativa é que tratamento esteja disponível pelo SUS no futuro
Efeitos colaterais e alto custo da nova terapia
ainda são analisados
Pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto
estudam o combate de leucemias e linfomas com células geneticamente
modificadas. A expectativa é de que o tratamento esteja disponível no Sistema
Único de Saúde (SUS) no futuro. Até o fim de 2017, o estudo clínico
experimental passará por avaliação pelo Comitê Nacional de Ética em
Pesquisa e será submetido a agências reguladoras de saúde.
O tratamento se baseia na modificação genética das
células T, que são responsáveis pela defesa do organismo. As células são
coletadas do próprio paciente que sofre com um desses tipos de
câncer e passam por uma modificação para atacar as células cancerígenas
com mais capacidade de reconhecê-las e destruí-las. Depois, são novamente
aplicadas na corrente sanguínea do paciente.
Porém, o método esbarra nos custos elevados, já que
cada dose é customizada para o paciente. Além disso, apesar de promissora, a
nova terapia pode ter efeitos colaterais graves. O mais frequente é a febre
muito alta e queda súbita de pressão arterial.
Esse tipo de imunoterapia foi desenvolvida por
pesquisadores pioneiros da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e é
conhecida como CAR-T cell therapy. O estudo
americano mostrou que uma dose única de células T fazem desaparecer as
células cancerígenas em 83% dos pacientes com leucemia linfoide aguda tratados.
No Brasil, o projeto é liderado pelo professor
Dimas Tadeu Covas, atual diretor do Instituto Butantã, e Rodrigo Calado, ambos
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo.
A equipe é composta pelas pesquisadoras Virginia Picanço-Castro, Kamilla Swiech
e Kelen Malmegrim de Farias, também da USP de Ribeirão Preto.
Foto:
Divulgação, REVIDE
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