Destaques

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Rio e SP criam consórcio para área de saúde

Rio de Janeiro. As prefeituras do Rio de Janeiro e de São Paulo vão criar uma espécie de consórcio que permitirá a compra de insumos para as redes de saúde das duas cidades. Inicialmente, o projeto vai se concentrar na aquisição de medicamentos, mas poderá ser estendido para adquirir equipamentos e material para exames. Por ano, os dois municípios gastam cerca de R$ 300 milhões em remédios. A parceria será formalizada nesta terça-feira (31), em reunião de Marcelo Crivella (PRB) e João Doria (PSDB), no Rio.

“A melhor forma de comprar insumos mais baratos para a saúde é aumentando o volume, para permitir negociar os preços”, disse Crivella. No caso do Rio, a ideia inicial para quando o primeiro edital de compras for lançado é adquirir insumos que hoje já são de responsabilidade da prefeitura. Mas, num segundo momento, a Secretaria Municipal de Saúde assumiria o controle total dos estoques da rede. Hoje, em aproximadamente metade das unidades, a compra é feita por Organizações Sociais (OSs) que também recebem verba da prefeitura para manutenção e pagamento de pessoa.

Opiniões divididas. O secretário municipal de Saúde do Rio, Marco Antônio de Mattos, prevê que o primeiro edital para compras conjuntas sairá até março. No caso do Rio, a ideia é se concentrar inicialmente na aquisição de medicamentos mais caros. Eles abasteceriam a rede da prefeitura e algumas unidades dirigidas por OSs, que, desde o início dos contratos, não têm autonomia para adquirir esse tipo de material. No caso das demais OSs, ainda não há prazo para o município assumir as compras.

A mudança nas regras, no entanto, divide opiniões. O presidente do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), Renilson Rehem de Souza, acredita que pode haver um descompasso entre a demanda e a oferta de remédios nas unidades gerenciadas por OSs: “Elas precisam manter a autonomia nas compras porque têm mais agilidade para adquirir insumos e para atender a eventuais aumentos de demanda na rede”.

Especializada em políticas públicas e gestão em saúde, a professora Cristina Maria Meira de Melo, da Universidade Federal da Bahia, tem outra avaliação. Para ela, os governos devem centralizar todas as compras de insumos. “O poder público é quem mais emprega profissionais de saúde no país. E também é responsável pelo maior volume de compras de medicamentos. Concentrando a aquisição, o poder público pode conseguir preços mais vantajosos e usar o que for economizado na melhoria da rede”, diz.

Prefeitos querem mais parcerias entre as capitais
Rio de Janeiro. Segundo Crivella, a parceria com Doria surgiu quando os dois conversavam sobre problemas comuns nas cidades. Os cariocas já cederam para São Paulo a tecnologia do aplicativo público para taxistas. Por sua vez, o acordo que será firmado na terça também prevê o suporte de técnicos paulistas para o Rio implantar o programa Corujão da Saúde. Lançado em março por Doria, o projeto conseguiu reduzir a fila de pacientes à espera de exames. Em São Paulo, ele é feito por instituições privadas, que atendem pacientes do SUS das 20h à 0h.

“Estamos conversando com o prefeito João Doria sobre outras áreas. Uma das ideias é desenvolver campanhas conjuntas com agências de turismo, tendo Rio e São Paulo como destinos que se complementam”, disse Crivella




0 comentários:

Postar um comentário

Calendário Agenda