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domingo, 5 de julho de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

Revistas que circulam neste fim de semana mantém o alinhamento com os jornais diários dos últimos dias e se concentram nas questões políticas.

Ao centro, mais uma vez, a Operação Lava Jato e os novos desdobramentos do escândalo. Assunto está nas reportagens que estampam as capas de VEJA, ÉPOCA e CARTA CAPITAL.

Revistas apostam em novidades do caso e são unânimes na avaliação de desgaste cada vez maior do governo. Apesar disso, abordagens se diversificam nos detalhes. Tom predominante é de pessimismo.

Principal destaque está em VEJA, que em tom de denúncia, detalha em uma série de reportagens as anotações e as planilhas de Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC. Segundo a revista, elas “revelam como funcionava o esquema de corrupção que unia governo, políticos e empreiteiros no saque ao caixa da Petrobras”.

Já CARTA CAPITAL destaca a nova delação na Lava Jato e as consequentes complicações para o ex-ministro José Dirceu. Em seus depoimentos, o empreiteiro Ricardo Pessoa colocou em dúvida as doações efetuadas à campanha de Dilma Rousseff e arrastou nomes próximos à presidenta para o centro do escândalo. A situação de Dirceu, segundo os investigadores, “parece mais complicada”.

ÉPOCA coloca o juiz Sergio Moro mais uma vez no papel de protagonista e afirma que ele “empareda políticos e empresários poderosos” e “lidera uma revolução que tem tudo para pôr fim à impunidade crônica dos corruptos brasileiros”.

Apostando em outra frente do noticiário político, ISTOÉ relata um cenário de desgaste e instabilidade da presidente Dilma Rousseff. Na capa, revista adverte que, desde o início da crise política, este é o primeiro momento no qual o governo admite que a situação da presidente Dilma Rousseff beira o “insustentável”.  “Pedaladas fiscais, contribuições ilegais para a campanha e pressões indevidas ao Judiciário podem levar ao processo de afastamento da presidente da República”, aponta a revista.

Passando à ISTOÉ DINHEIRO, reportagem de capa mostra projetos que estão reescrevendo a história do setor energético. Texto aponta que, a julgar pelo ritmo de investimentos das empresas no desenvolvimento de novas fontes de energia para eletricidade ou mobilidade, “um mundo sem fumaça e sem petróleo chegará ao dia a dia de todos” muito em breve.
Com a cena política ao centro, há um recuo na pauta específica da CNI nas revistas deste fim de semana.

Para além da Lava Jato, também há destaque para a visita de estado da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos. Textos destacam a retomada da relação entre os dois países, interrompida em 2013, após denúncias de espionagem pelos serviços secretos comandados pelo líder americano Barack Obama.

É nesse contexto, que se encontra a única menção à CNI. Artigo assinado por LUIZ FERNANDO SÁ, na ISTOÉ, aponta que poderia ter sido “uma viagem de sonhos”, mas a presidente Dilma Rousseff levou para os Estados Unidos os “fantasmas que a assombram no Brasil”.

Texto situa que, com a aprovação de apenas 9% da população, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na quarta-feira (1º), “Dilma revela-se frágil e envolvida num enredo que não combina com o que sempre pregou”.



O noticiário econômico nas edições semanais está voltado para questões macro, com menções à agenda de concessões do governo e dados da indústria.
 
·  Nesse sentido, principal destaque está na entrevista à ÉPOCA de Paulo Leme, presidente do banco de investimento Goldman Sachs no pais. O executivo afirma que a percepção dos estrangeiros em relação ao Brasil deixou de piorar, mas está longe de ser otimista.

·  Leme opina ainda que, com a mudança da equipe econômica no segundo mandato de Dilma, os investidores externos "estão nos dando o benefício da dúvida" e poderão participar do programa brasileiro de concessões se o governo deixar o mercado precificar a taxa de retorno dos projetos.

·  Para ele, “o ajuste macroeconômico é uma condição necessária, mas está longe de ser suficiente”. “Temos de melhorar o ambiente de negócios, confiar mais no setor privado, soltar os preços relativos e começar a fazer as reformas que foram abandonadas, como as relacionadas ao custo de mão de obra e a tributária, para nos tornarmos mais competitivos”, aponta o presidente.

·  Conforme já registrado nos jornais diários, OITO NOTAS, na ÉPOCA, registra que “a produção industrial brasileira teve alta de 0,6% em junho, a primeira alta em dois meses. Entretanto, o número positivo ainda não cobre os seguidos meses de redução do setor. Em comparação com junho do ano passado, por exemplo, houve uma queda de 8,8%”.

·  Em outra frente do noticiário associado, CARTA CAPITAL destaca que a Petrobras reduziu as previsões de investimento e estuda vender parte da BR Distribuidora. Segundo a reportagem, o Senado discute a partilha. Texto explica que uma emenda apresentada pelo peemedebista Ricardo Ferraço mantém a empresa no controle da situação: propõe que todos os poços licitados sejam antes oferecidos à estatal.

·  “Isso permitiria à petroleira escolher as áreas de seu interesse e descartar poços menos rentáveis. A emenda reflete uma insatisfação de vários senadores com o regime de urgência de votação do projeto Serra, bancado pelo presidente da Casa, Renan Calheiros”, situa.

·  Por enquanto, a política é salvar a Petrobras, o que já é muito importante, mas devemos pensar no conjunto de empresas e segmentos que hoje dependem do setor de petróleo e gás no Brasil. É preciso estruturar uma política industrial específica para o setor”, propõe o diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo, Eloi Fernández y Fernández.

BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, encerra agenda de interesse e registra que “o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, prometeu às grandes empreiteiras que não haverá mais atrasos nos repasses de obras contratadas e que acertará neste mês a dívida de quase R$ 10 bilhões com o setor. Levy pediu levantamento dos valores às pastas de Planejamento, Minas e Energia, Cidades e Transportes. Os adiamentos eram ‘pedaladas’ nos empresários”.



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