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quinta-feira, 2 de julho de 2015

Deputados pedem prorrogação dos trabalhos da CPI da Máfia das Próteses

Deputados pedem prorrogação dos trabalhos da CPI da Máfia das Próteses
O término das atividades do colegiado está previsto para o próximo dia 17
Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia das Órteses e Próteses defenderam, nesta quarta-feira (1º), a prorrogação dos trabalhos para que sejam abertas outras frentes de investigação. Na reunião desta tarde, a CPI ouviu empresários e representantes do setor de implantes.
    Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Segundo Geraldo Resende, presidente da CPI, prorrogação poderá levar à elaboração de um relatório mais substancial
Segundo o presidente do colegiado, deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), o pedido de continuidade das atividades já foi feito para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e terá de passar pelo Plenário. O término dos trabalhos está previsto para 17 de julho. "Se tivermos a prorrogação por no mínimo 30 dias, poderemos construir um relatório mais substancial, levando em conta depoimentos de representantes de empresas médicas e promotores”, afirmou Resende.
O relatório final da comissão será apresentado pelo deputado André Fufuca (PEN-MA) na próxima quarta feira (8), nove dias antes do prazo de encerramento da CPI. Esse fato preocupou Geraldo Resende e, em especial, o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que criticou o adiamento da convocação de Miguel Iskin, sócio-gerente da Oscar Iskin – empresa acusada de participar de esquema fraudulento de próteses. O empresário deveria ter sido ouvido na reunião de hoje.
Por decisão de Eduardo Cunha, que aceitou uma solicitação do advogado de Iskin, Marcos Gonçalves Alves, foi definida uma nova data (23 de junho) para o início da contagem do prazo de 15 dias para comparecimento na CPI. Durante a reunião do colegiado, Costa afirmou que a manobra política do presidente da Câmara destina-se a preservar interesses pessoais na questão.
A companhia Oscar Iskin, que atua no Rio de Janeiro, foi citada em reportagem exibida no início do ano pelo programa Fantástico, da Rede Globo, sobre a existência de máfia das próteses em cinco estados do País – a denúncia televisiva motivou a abertura da CPI. Na matéria, durante um Congresso Internacional de Ortopedia, um funcionário admitiu ao repórter Giovani Grizotti que a empresa paga 20% em “dinheiro vivo” a médicos pela indicação de produtos, ainda que desnecessários.
Costa repetiu suas críticas em Plenário nesta tarde, quando acusou o presidente da Câmara de “proteger um bandido” (Miguel Iskin). Eduardo Cunha, em seguida, esclareceu que sua decisão não impede a convocação de Iskin, que, ressaltou ele, ainda pode ser ouvido na próxima semana. “Sou instância recursora de decisões proferidas pelos presidentes de comissões. Como tal, simplesmente deferi o pedido de cumprimento de prazo de 15 dias da data em que foi feita uma citação. E essa data de 15 dias encerra-se na próxima semana”, respondeu Cunha.
Outros requerimentos
O deputado Wellington Roberto (PR-PB), por sua vez, que solicitou a convocação do médico Gerson Hayashi e de dirigente do Hospital Balbino do Rio de Janeiro, criticou a rejeição de seus pedidos pela CPI. “Aleguei, na minha defesa, que os requerimentos não prejudicavam o parecer do relator. Mas ele [o presidente da comissão] fez questão de derrotar nossas solicitações", declarou. De acordo com Roberto, a justificativa do deputado Geraldo Resende foi de que não havia tempo hábil para novas convocações.
Outros requerimentos rejeitados partiram do deputado João Carlos Bacelar (PTN-BA) para convocação de representantes das empresas Neurosurgical e Medfix, além da quebra de sigilo das notas fiscais das companhias dos últimos cinco anos.
CONTINUA:
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Marcelo Oliveira

Agência Câmara Notícias


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