Deputados pedem prorrogação dos trabalhos da CPI da
Máfia das Próteses
O término das atividades do colegiado
está previsto para o próximo dia 17
Deputados da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Máfia das Órteses e Próteses defenderam, nesta quarta-feira
(1º), a prorrogação dos trabalhos para que sejam abertas outras frentes de
investigação. Na reunião desta tarde, a CPI ouviu empresários e representantes
do setor de implantes.
Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Segundo Geraldo Resende, presidente da CPI, prorrogação poderá levar à
elaboração de um relatório mais substancial
Segundo o presidente do colegiado,
deputado Geraldo Resende (PMDB-MS), o pedido de continuidade das atividades já
foi feito para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e terá de
passar pelo Plenário. O término dos trabalhos está previsto para 17 de julho.
"Se tivermos a prorrogação por no mínimo 30 dias, poderemos construir um
relatório mais substancial, levando em conta depoimentos de representantes de
empresas médicas e promotores”, afirmou Resende.
O relatório final da comissão será apresentado pelo
deputado André Fufuca (PEN-MA) na próxima quarta feira (8), nove dias antes do
prazo de encerramento da CPI. Esse fato preocupou Geraldo Resende e, em
especial, o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que criticou o adiamento da
convocação de Miguel Iskin, sócio-gerente da Oscar Iskin – empresa acusada de
participar de esquema fraudulento de próteses. O empresário deveria ter sido
ouvido na reunião de hoje.
Por decisão de Eduardo Cunha, que
aceitou uma solicitação do advogado de Iskin, Marcos Gonçalves Alves, foi
definida uma nova data (23 de junho) para o início da contagem do prazo de 15
dias para comparecimento na CPI. Durante a reunião do colegiado, Costa afirmou
que a manobra política do presidente da Câmara destina-se a preservar
interesses pessoais na questão.
A companhia Oscar Iskin, que atua no
Rio de Janeiro, foi citada em reportagem exibida no início do ano pelo
programa Fantástico, da Rede Globo, sobre a existência de máfia das
próteses em cinco estados do País – a denúncia televisiva motivou a abertura da
CPI. Na matéria, durante um Congresso Internacional de Ortopedia, um
funcionário admitiu ao repórter Giovani Grizotti que a empresa paga 20% em
“dinheiro vivo” a médicos pela indicação de produtos, ainda que desnecessários.
Costa repetiu suas críticas em Plenário nesta
tarde, quando acusou o presidente da Câmara de “proteger um bandido” (Miguel
Iskin). Eduardo Cunha, em seguida, esclareceu que sua decisão não impede a
convocação de Iskin, que, ressaltou ele, ainda pode ser ouvido na próxima
semana. “Sou instância recursora de decisões proferidas pelos presidentes de
comissões. Como tal, simplesmente deferi o pedido de cumprimento de prazo de 15
dias da data em que foi feita uma citação. E essa data de 15 dias encerra-se na
próxima semana”, respondeu Cunha.
Outros requerimentos
O deputado Wellington Roberto
(PR-PB), por sua vez, que solicitou a convocação do médico Gerson Hayashi e de
dirigente do Hospital Balbino do Rio de Janeiro, criticou a rejeição de seus
pedidos pela CPI. “Aleguei, na minha defesa, que os requerimentos não
prejudicavam o parecer do relator. Mas ele [o presidente da comissão] fez
questão de derrotar nossas solicitações", declarou. De acordo com Roberto,
a justificativa do deputado Geraldo Resende foi de que não havia tempo hábil
para novas convocações.
Outros requerimentos rejeitados partiram do deputado
João Carlos Bacelar (PTN-BA) para convocação de representantes das empresas
Neurosurgical e Medfix, além da quebra de sigilo das notas fiscais das
companhias dos últimos cinco anos.
CONTINUA:
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Marcelo Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira
Agência Câmara Notícias
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