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domingo, 20 de setembro de 2015

Análise de Mídia - REVISTAS

As principais revistas do país repercutem em suas reportagens de capa as medidas de ajuste fiscal anunciadas pela presidente Dilma Rousseff, na última segunda-feira.

Nesse contexto, a proposta que recria a CPMF é destaque em reportagens, entrevistas, artigos, colunas de opinião e editoriais. Outras propostas que integram as medidas divulgadas pelo Planalto e que são de interesse da indústria também ganham projeção (leia mais em MÍDIA e ANÁLISE SETORIAL).

Reportagem de capa da VEJA repercute a proposta da CPMF e afirma que o Estado brasileiro tornou-se sob o PT uma fera devoradora de riquezas produzidas por quem trabalha e investe. Reportagem sugere que o governo deve cortar despesas.

“Sem deter os desperdícios, os privilégios e a gastança sem critério do populismo estatizante, nunca haverá impostos suficientes para sustentar a voracidade pública”, afirma.



Cobertura semanal com foco no ajuste traz as menções mais relevantes. Entre os pontos explorados, a proposta a redução de 30% nos repasses ao Sistema S também ganha repercussão.

Revistas informam que o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, ex-presidente da CNI, tornou-se o “porta-voz” do setor produtivo sobre as medidas fiscais propostas pelo governo.
 
·  Reportagem de capa da ISTOÉ DINHEIRO adverte que o rombo da Previdência será R$ 200 bilhões apenas em 2016 e que, se nada for feito, essa conta atingirá R$ 1,2 trilhão em 2040. Segundo a revista, alheio à gravidade do problema, o governo federal divulgou “um pacote fiscal pífio, impopular e com poucas chances de ser aprovado no Congresso Nacional”. 
·  Em tom crítico, reportagem aponta que “embora a CPMF seja a proposta mais rechaçada, outras atacam diretamente o setor produtivo, como a redução de 30% nos repasses ao chamado sistema ‘S’ (Sebrae, Sesi, Senac e outros), a diminuição do incentivo a exportadores (Reintegra) e a revisão de benefício fiscal para a indústria química”. 
·  “Como porta-voz do setor produtivo e ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, reclamou publicamente da falta de diálogo para a construção do pacote”, destaca ISTOÉ DINHEIRO. 
·  “Quero dizer de forma muito tranquila que é um mau sinal, na medida em que você instabiliza as regras e, nesse caso, é muito importante a previsibilidade das regras”, afirmou Monteiro. 
·  “Na avaliação dos empresários da indústria química, o governo está prejudicando ainda mais a competitividade do setor”, adverte ISTOÉ DINHEIRO.  
·  ISTOÉ, também em reportagem de capa, posiciona que “o pacote de ajuste da presidente se limita a tungar o bolso do contribuinte e reforça a guerra do impeachment”. Segundo a revista, “não há qualquer sinal de que os parlamentares, num momento de impopularidade da presidente, vão querer assumir o ônus de aprovar um pacote que avança sobre o bolso do cidadão”. 
·  “O próprio ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, criticou as medidas, sobretudo o corte de 30% dos recursos do chamado Sistema S, que alimentam alguns dos programas mais virtuosos do setor empresarial, inclusive aqueles ligados ao ensino e à qualificação de mão de obra”, situa a reportagem. “Embora não tenha participado de forma direta, eu entendo que o melhor desenho seria uma solução negociada”, afirmou o ministro. 
·  Mesma reportagem reproduz as reações de representantes da indústria. “Elevar impostos em um momento de grave recessão como o que estamos vivendo aprofundará o problema fiscal, simplesmente porque ninguém, nem pessoas nem empresas, têm atualmente condições de pagar mais tributos”, disse Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidente do Sistema Firjan. 
·  “A sociedade não quer pagar mais impostos. O governo precisa tapar o buraco que abriu por ser um gastão”, afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp. 
·  Já a reportagem de capa da ÉPOCA adverte que o governo apresentou um pacote que se assenta sobre um tributo (CPMF) cuja implantação trará, entre outros efeitos, a alta nos preços e o aumento do desemprego. 
·  Segundo a reportagem, será “difícil” a presidente convencer os parlamentares a aprovar as medidas de ajustes nas contas públicas. Texto indica que assessores próximos a Dilma reconhecem que o pacote de medidas de ajuste sofrerá baixas. 
·  “Sob pressão da Fiesp, o Planalto estuda reduzir a proposta de embolsar 30% da contribuição paga pelas empresas ao Sistema S (Senai, Sesc, Sesi e Sebrae). Em vez disso, seriam 20%”, afirma 
·  Em outra frente, CLAYTON NETZ, na ISTOÉ DINHEIRO, registra que “cerca de mil empresários participarão do 33º Encontro Empresarial Brasil-Alemanha, nos dias 21 e 22, em Joinville (SC). Pelo lado alemão virão 200 homens de negócios, liderados pelo vice-ministro da Economia e Energia, Matthias Machnig. A delegação brasileira no evento, organizado pela CNI, é chefiada pelo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro. Em pauta, o acordo Mercosul-União Europeia e o fim da bitributação das exportações brasileiras para a Alemanha”. 
·  O economista CLAUDIO DE MOURA CASTRO, em artigo na VEJA, analisa os resultados da WorldSkills, competição organizada pelo Senai com a participação de 62 países, na qual 1.125 juízes internacionais escolheram os melhores profissionais em 50 ofícios. 
·  “Não bastasse a satisfação de assistir a uma coisa tão formosa, duas surpresas nos esperavam. A primeira é que a organização foi nossa, do próprio Senai (com a colaboração técnica da WorldSkills). Ou seja, soubemos montar a tortuosa logística do evento. A segunda surpresa foi ainda maior: o Brasil obteve o primeiro lugar no certame”, registra. 
·  Para o economista, o desafio do Brasil “é preciso expandir o Primeiro Mundo premiado no WorldSkills”. 
·  “O evento do Anhembi mostrou que sabemos preparar gente, à perfeição. Temos uma das melhores formações profissionais do mundo. Falta espalhar isso para muitos mais. O principal obstáculo não está no Senai. A real barreira é revelada pela pífia repercussão do evento. Nem a imprensa nem o público entenderam que nossa vitória transcende o que aconteceu no Anhembi”, posiciona CASTRO.



As reações da indústria quanto ao pacote de ajuste fiscal do governo e à crise econômica estão em destaque nas revistas. 
·  Como ponto de atenção, CARTA CAPITAL adverte que o Brasil se depara mais uma vez com os mesmos problemas econômicos de no mínimo três décadas atrás: “a valorização do real, os juros altos e a atrofia da indústria”. Segundo a revista, essa foi a conclusão da maioria dos palestrantes do 12º Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas, em São Paulo. 
·  “A causa da estagnação do Brasil desde os anos 1980 é a armadilha da taxa de juros e da taxa de câmbio, desestimuladora do investimento, em especial na indústria”, analisou o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira. 
·  Segundo a reportagem, nas contas do ex-ministro Antonio Delfim Netto, a valorização do real entre 1996 e 2014 "roubou" da indústria brasileira 273 bilhões de dólares. "Estamos pagando por isso", disse. 
·  "A valorização cambial foi determinante na degradação da balança comercial e trouxe enormes prejuízos à economia do País. O último saldo positivo da balança comercial da indústria é o de 2006, de 46,5 bilhões de dólares. De 2007 a 2014, o setor acumulou um saldo negativo de 555 bilhões de dólares", destacou João Guilherme Sabino Ometto, vice-presidente da Fiesp. 
·  Texto adverte ainda que a situação das exportações tende a se agravar, pois o câmbio atual “não é uma política de governo, foi estabelecido à sua revelia e, nessas condições, não será suporte para o crescimento da indústria”. 
·  Reportagem de capa da CARTA CAPITAL aponta que os movimentos sociais aliados do PT não aceitam o ajuste fiscal e cobram mudanças na política econômica, enquanto o empresariado não vê solução no horizonte e volte a alimentar dúvidas sobre a melhor saída para o impasse político-econômico. 
·  À reportagem, o cientista político e filósofo Marcos Nobre, da Unicamp, afirma que a postura recente de Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, é representativa.  “Skaf adotou um discurso radical contra Levy e as medidas de ajuste do governo. Em um ambiente conspiratório como o atual, seria difícil separar Skaf de Temer”, resume a abordagem. 
·  ÉPOCA publica entrevista com o ex-secretário de Política Econômica do governo Lula, o economista Bernard Appy, que sugere que reequilibrar as contas públicas exige reformar a Previdência e rever os programas de assistência social. 
·  Em tom crítico, ele afirma que o governo só tinha um plano A e quando veio a reação contra a CPMF, o governo recuou e decidiu enviar o Orçamento de 2016 com um déficit de R$ 30,5 bilhões. 
·  “Foi uma decisão equivocada, que se tornou um dos motivos principais do rebaixamento da nota do Brasil. Foi uma falha não ter elaborado um plano B, ao montar a primeira versão do Orçamento. No final, o governo recuou outra vez e acabou incluindo uma CPMF de 0,2% no pacote tributário anunciado na semana passada, mas aí era farde. O país já havia perdido o grau de investimento”, opina o economista. 
·  ROSA DOS VENTOS, na CARTA CAPITAL, adverte que há fortes reações ao "pacote" do governo e que a presidente Dilma Rousseff está "entre dois fogos". Segundo a coluna, a oposição, e do outro, o PT, contra a ameaça aos programas sociais. 
·  ROSA DOS VENTOS afirma que “a CPMF, se aprovada, atingirá 58% dos brasileiros usuários de cheques. Os 42% restantes não utilizam cheques nem fazem operações financeiras. Parte desse contingente usa cartão de crédito e saca dinheiro em caixas eletrônicos. Num país de tanta desigualdade, o impacto desse imposto não parece tão cruel”. 
·  ANTONIO DELFIM NETTO, na CARTA CAPITAL, posiciona que “a decisão de ajustar o Orçamento (que até então era impossível!) só depois de ter perdido o grau de investimento reforçou a perigosa incapacidade do governo de comparar custos e benefícios. Dilma precisa deixar de dubiedade”. Segundo o ex-ministro, a presidente “deve confirmar, urgente e honestamente, sem recuos, suas novas ‘preferências’ e, com elas, tentar cooptar o Congresso para aprovar as mudanças necessárias” 
·  MAÍLSON DA NÓBREGA, na VEJA, avalia que os últimos acontecimentos, incluindo o pacote fiscal, “provaram que o orçamento federal ficou insustentável de vez”. Segundo ele, “é preciso reconhecer o desastre e perceber que o futuro está sob ameaça se não enfrentarmos o problema estrutural, isto é, o tamanho inaceitável de despesas obrigatórias”. 
·  “Sem um forte ajuste estrutural, nosso futuro será negro. O colapso fiscal sepultará as chances de volta ao crescimento”, reforça. 
·  BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, registra que "depois de uma semana enfrentando o espancamento da proposta de CPMF, o governo tem outra peleja pela frente. A reforma do PIS/Cofins estará na rua nesta semana. Sai da Fazenda e segue para a Casa Civil. A chiadeira na certa do setor de serviços". 
Complementando a agenda, RICARDO BOECHAT, na ISTOÉ, registra que “depois que as cotações do minério de ferro bateram em julho o menor valor em dez anos, pressionadas por uma desaceleração na China, surgiram muitos comentários de que a CSN e a Usiminas uniriam forças para encarar a crise no mercado de aço interno e externo. As duas também sofrem com dívidas infladas pelo câmbio depreciado. Consultada, a Usiminas disse ‘não comenta boatos, nem assunto de acionistas’. Já a CSN negou”.



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