Segundo a proposta, o percentual será de 15% da RCL no ano seguinte à
promulgação da emenda constitucional derivada da PEC, 16% no segundo ano, 17%
no terceiro, 18% no quarto e 18,7% a partir do quinto
Uma prefeita e uma deputada estadual
defenderam nesta quinta-feira (24) a aprovação da Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 1/15 para elevar o
valor mínimo a ser aplicado pela União em ações e serviços públicos de saúde.
Elas participaram de audiência pública da comissão especial que discute o
projeto do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) para estabelecer uma regra de
transição de cinco anos até o percentual de 18,7% da Receita Corrente Líquida
(RCL) ser atingido. É o chamado “piso constitucional” da saúde.
Antonio Augusto / Câmara dos
Deputados
Carmen Zanotto disse que seu parecer estará pronto em duas semanas
Segundo a proposta, o percentual será
de 15% da RCL no ano seguinte à promulgação da emenda constitucional derivada
da PEC, 16% no segundo ano, 17% no terceiro, 18% no quarto e 18,7% a partir do
quinto.
A prefeita de Cristal (RS) e
representante da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Fábia Ritcher,
afirmou que a proposta não resolverá todos os problemas da saúde, mas é
essencial para reduzir o drama dos municípios.
“Em nome dos prefeitos do Brasil
tento fazer a defesa de algo que é um ‘paracetamol’. Que não vai nos resolver o
problema, mas vai conseguir com que possamos respirar um pouco”, afirmou Fábia
Richter, em resposta ao deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), que questionou
se a aprovação da PEC seria suficiente para resolver os problemas na área.
Distorção
Segundo Fábia Ritcher, é necessário deixar os municípios desenvolverem atividades de promoção da saúde de forma mais global, para que estados e União custeiem procedimentos mais especializados como cirurgias. “Existe hoje no sistema uma distorção muito grave e gastamos errado o dinheiro nos municípios.”
Segundo Fábia Ritcher, é necessário deixar os municípios desenvolverem atividades de promoção da saúde de forma mais global, para que estados e União custeiem procedimentos mais especializados como cirurgias. “Existe hoje no sistema uma distorção muito grave e gastamos errado o dinheiro nos municípios.”
Na mesma linha, a presidente da
Secretaria Especial da Saúde da União Nacional dos Legisladores e Legislativos
Estaduais (Unale), Goretti Reis, disse que o município não tem conseguindo
fazer o seu papel.
De acordo com Goretti Reis, que é
deputada estadual de Sergipe, mais de 10% do orçamento da saúde é destinado a
atender demandas judiciais para procedimentos não cobertos pelo Sistema Único
de Saúde (SUS). “Isso é ruim porque prejudica a organização da gestão e, no
fim, você não consegue planejar. Então, é preciso fazer milagre com orçamento”,
disse.
Prontuário eletrônico
Goretti Reis afirmou ainda que, além dos recursos para o setor, faltam melhorias na gestão do SUS, como a existência de um prontuário eletrônico, com histórico médico dos pacientes para ser acessado por médicos de diferentes localidades. Ela também reclamou da falta de organização e hierarquização do SUS. “O paciente é que se vira sozinho, porque não existe uma linha de cuidado dentro de nossos serviços de um modo geral.”
Goretti Reis afirmou ainda que, além dos recursos para o setor, faltam melhorias na gestão do SUS, como a existência de um prontuário eletrônico, com histórico médico dos pacientes para ser acessado por médicos de diferentes localidades. Ela também reclamou da falta de organização e hierarquização do SUS. “O paciente é que se vira sozinho, porque não existe uma linha de cuidado dentro de nossos serviços de um modo geral.”
A relatora da PEC, deputada Carmen
Zanotto (PPS-SC), afirmou que nenhum prefeito ou governador deixa de prestar
serviço de saúde porque quer. “Eles estão com dificuldades financeiras. Em
todas as nossas audiências o que ouvimos é a defesa do SUS”, disse. Segundo
ela, o relatório estará pronto em duas semanas.
Saúde+10
A PEC 1/15 baseou-se na proposta feita no ano passado pelo movimento Saúde+10, que reúne cerca de 40 entidades de classe favoráveis à ampliação dos recursos para a saúde.
A PEC 1/15 baseou-se na proposta feita no ano passado pelo movimento Saúde+10, que reúne cerca de 40 entidades de classe favoráveis à ampliação dos recursos para a saúde.
Esse modelo segue o que está previsto
na Constituição hoje. Segundo o texto alterado recentemente pela Emenda
Constitucional 86, do orçamento impositivo, os gastos mínimos com saúde, para a
União, serão de 13,2% para 2016, 13,7% para 2017, 14,1% para 2018, 14,5% para
2019 e 15% a partir de 2020.
Em 2014, o movimento defendeu a
destinação, para a área, de 10% da receita corrente bruta da União, o
equivalente aos 18,7% da RCL propostos pela PEC 1/15.
ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Sandra Crespo
Edição - Sandra Crespo
Agência Câmara Notícias
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