Um estudo realizado no Instituto de
Tecnologia do Paraná (Tecpar) sobre a aplicação de um método alternativo para
determinar a presença de alumínio na água de hemodiálise foi selecionado para
ser publicado na edição de outubro do Journal of the Brazilian Chemichal
Society, uma das mais reconhecidas publicações internacionais na área de
Química.
Pacientes que têm insuficiência renal
e que precisam fazer hemodiálise realizam o procedimento de filtragem do sangue
de duas a três vezes por semana. Para a hemodiálise, é utilizada uma solução de
água com os nutrientes necessários para o sangue.
Segundo o coordenador do Laboratório
de Espectrofotometria e doutor em Química, Eder José dos Santos, cada
paciente é exposto, durante hemodiálise, a volumes de água que variam entre 18
mil a 36 mil litros por ano. “Portanto, se a água não for corretamente tratada,
vários contaminantes químicos, bacteriológicos e tóxicos poderão ser
transferidos para os pacientes, levando ao aparecimento de efeitos adversos, às
vezes letais”, explica Santos.
Essa solução é enviada por clínicas
do Paraná e de outros estados ao Centro de Tecnologias em Saúde e Meio Ambiente
do Tecpar, que é credenciado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro) para analisar se a água produzida atende à legislação
brasileira.
Um dos elementos mais tóxicos aos
pacientes que pode estar presente na água de hemodiálise é o alumínio, cujo
limite tolerado na solução de hemodiálise é 20 vezes inferior ao limite da
legislação de água para o consumo humano.
A pesquisa
Segundo o coordenador do laboratório,
o Tecpar realiza a análise do alumínio em água para hemodiálise com
equipamentos que utilizam modernas técnicas analíticas. Entretanto, o estudo,
selecionado para a publicação, foi realizado, segundo Santos, para criar um
método alternativo aos atualmente utilizados.
“Se houver, por exemplo, algum
problema nos equipamentos, precisamos de uma alternativa eficaz para continuar realizando
os serviços tecnológicos. Por isso, otimizamos e validamos uma metodologia já
conhecida para buscar uma aplicação prática no laboratório”, explica Santos. De
acordo com o coordenador da pesquisa, o estudo aponta que a aplicação do método
de espectrofotometria tem o mesmo desempenho que as técnicas analíticas
utilizadas atualmente.
O estudo, coordenado por Santos,
contou com a participação do estudante de Química da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) Eduardo Fantin, selecionado como bolsista de iniciação científica
da Fundação Araucária para participar do projeto ao longo de um ano e meio.
Outros dois colaboradores do instituto, Ronei Paixão e Amanda Herrmann,
participaram do estudo, junto com o pesquisador canadense Ralph Sturgeon, que
deu apoio como consultor à pesquisa.
“A participação do pesquisador
canadense foi importante para obtenção dos resultados e mostra que o Tecpar,
como centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação, está alinhado à pesquisa
científica internacional”, pontua Santos.
O estudo “Spectrophotometric
Determination of Aluminium in Hemodialysis Water” já está disponível para
consulta na versão online do Journal of the Brazilian Chemichal Society e
estará presente na edição impressa de outubro.
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