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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Carlos Sanchez, o bilionário dos genéricos, investe em inovação

O empresário brasileiro Carlos Sanchez criou um império no setor de medicamentos genéricos no Brasil.

Ele é dono da EMS, que lidera o setor de medicamentos genéricos no mercado brasileiro desde 2013, e de mais três laboratórios: Legrand, Germed e Nova Química.
Juntos, eles formam um conglomerado gigantesco na área de medicamentos genéricos, difícil de ser ultrapassado por rivais nacionais ou estrangeiros.
Em uma rara entrevista – Sanchez é avesso a aparições públicas e conversas com jornalistas – o empresário explicou sua estratégia de criar vários laboratórios. “Se for para perder mercado, melhor que seja para mim mesmo”, disse ele à DINHEIRO, em 2011.
Mas Sanchez e seu time de executivos estão enfrentando o que pode ser considerado o maior desafio da EMS: transformá-la em uma empresa que investe em medicamentos inovadores, que exigem milhões, às vezes bilhões de reais em pesquisa e desenvolvimento.
Atualmente, 70% do faturamento da EMS, que foi de aproximadamente R$ 2,5 bilhões no ano passado, vem da área de genéricos e de prescrição médica, que engloba medicamentos similares (conhecidos como genéricos de marcas) e resultantes de inovação incremental.
“Nos próximos 18 a 24 meses, a área de prescrição médica, será mais importante da EMS”, diz Marcus Sanchez, vice-presidente institucional do laboratório e sobrinho de Carlos.
Isso não significa que a EMS deixará de investir em genéricos. Ao contrário. No ano passado, a empresa inaugurou uma fábrica em Manaus, com investimentos de R$ 385 milhões, capaz de produzir 1,5 bilhão de comprimidos por mês. A unidade é uma das cinco maiores fábricas do mundo de medicamentos sólidos.
Em 2016,o laboratório, baseado em Hortolândia, no interior paulista, pretende colocar em operação uma nova unidade industrial em Brasília, para produzir hormônios e antibióticos. A nova fábrica terá capacidade produtiva de 29 milhões de caixas de medicamentos por ano.
Mas daqui para frente, muito da energia da empresa será focada em produtos inovadores. A empresa já investe 6% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.
Muitos medicamentos da EMS já têm saído de fábrica com inovações incrementais. Um exemplo é o Toragesic, um sublingual que tem como principal vantagem a propriedade de aliviar dores de forma mais rápida do eu a mesma molécula administrada via oral. Ele já traz uma receita de R$ 100 milhões ao ano para a EMS
Mas a grande aposta de Sanchez na área de inovação radical está em duas outras áreas: a Bionovis e a Brace.
A EMS, ao lado de Aché, Hypermarcas e União Química, é uma das acionistas da Bionovis, formada para atuar no segmento de biomedicamentos, uma das áreas mais avançadas do setor farmacêutica.
A nova empresa, que terá um investimento inicial de R$ 739 milhões, está em fase de construção de uma fábrica em Valinhos, no interior de São Paulo.
Além disso, a EMS criou a Brace Pharma, braço internacional para investir em empresas que desenvolvem produtos de inovação radical.
Nesse projeto, ela conta com US$ 300 milhões para aplicar em projetos ambiciosos, como a GeNO, uma empresa biofarmacêutica privada focada no desenvolvimento da próxima geração de óxido nítrico para doenças pulmonares e cardíacas.
A Brace conta com um comitê científico de primeira linha, como o prêmio Nobel de Medicina, Eric Kandel, e o médico oncologista, ex-diretor do National Cancer Institute e codesenvolvedor dos primeiros medicamentos para tratamento da Aids, Samuel Broder.
Diretor de Conteúdo Digital at ISTOÉ DINHEIRO


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