O empresário
brasileiro Carlos Sanchez criou um império no setor de medicamentos genéricos
no Brasil.
Ele é dono da EMS,
que lidera o setor de medicamentos genéricos no mercado brasileiro desde 2013,
e de mais três laboratórios: Legrand, Germed e Nova Química.
Juntos, eles formam
um conglomerado gigantesco na área de medicamentos genéricos, difícil de ser
ultrapassado por rivais nacionais ou estrangeiros.
Em uma rara
entrevista – Sanchez é avesso a aparições públicas e conversas com jornalistas
– o empresário explicou sua estratégia de criar vários laboratórios. “Se for
para perder mercado, melhor que seja para mim mesmo”, disse ele à DINHEIRO, em 2011.
Mas Sanchez e seu
time de executivos estão enfrentando o que pode ser considerado o maior desafio
da EMS: transformá-la em uma empresa que investe em medicamentos inovadores,
que exigem milhões, às vezes bilhões de reais em pesquisa e desenvolvimento.
Atualmente, 70% do
faturamento da EMS, que foi de aproximadamente R$ 2,5 bilhões no ano passado,
vem da área de genéricos e de prescrição médica, que engloba medicamentos
similares (conhecidos como genéricos de marcas) e resultantes de inovação
incremental.
“Nos próximos 18 a
24 meses, a área de prescrição médica, será mais importante da EMS”, diz Marcus
Sanchez, vice-presidente institucional do laboratório e sobrinho de Carlos.
Isso não significa
que a EMS deixará de investir em genéricos. Ao contrário. No ano passado, a
empresa inaugurou uma fábrica em Manaus, com investimentos de R$ 385 milhões,
capaz de produzir 1,5 bilhão de comprimidos por mês. A unidade é uma das cinco
maiores fábricas do mundo de medicamentos sólidos.
Em 2016,o
laboratório, baseado em Hortolândia, no interior paulista, pretende colocar em
operação uma nova unidade industrial em Brasília, para produzir hormônios e
antibióticos. A nova fábrica terá capacidade produtiva de 29 milhões de caixas
de medicamentos por ano.
Mas daqui para
frente, muito da energia da empresa será focada em produtos inovadores. A
empresa já investe 6% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento.
Muitos medicamentos
da EMS já têm saído de fábrica com inovações incrementais. Um exemplo é o
Toragesic, um sublingual que tem como principal vantagem a propriedade de
aliviar dores de forma mais rápida do eu a mesma molécula administrada via
oral. Ele já traz uma receita de R$ 100 milhões ao ano para a EMS
Mas a grande aposta
de Sanchez na área de inovação radical está em duas outras áreas: a Bionovis e
a Brace.
A EMS, ao lado de
Aché, Hypermarcas e União Química, é uma das acionistas da Bionovis, formada
para atuar no segmento de biomedicamentos, uma das áreas mais avançadas do
setor farmacêutica.
A nova empresa, que
terá um investimento inicial de R$ 739 milhões, está em fase de construção de
uma fábrica em Valinhos, no interior de São Paulo.
Além disso, a EMS
criou a Brace Pharma, braço internacional para investir em empresas que
desenvolvem produtos de inovação radical.
Nesse projeto, ela
conta com US$ 300 milhões para aplicar em projetos ambiciosos, como a GeNO, uma
empresa biofarmacêutica privada focada no desenvolvimento da próxima geração de
óxido nítrico para doenças pulmonares e cardíacas.
A Brace conta com
um comitê científico de primeira linha, como o prêmio Nobel de Medicina, Eric
Kandel, e o médico oncologista, ex-diretor do National Cancer Institute e
codesenvolvedor dos primeiros medicamentos para tratamento da Aids, Samuel
Broder.
Diretor de Conteúdo
Digital at ISTOÉ DINHEIRO
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