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sábado, 26 de setembro de 2015

O CRESCIMENTO DO PMDB EM MEIO AO RETROCESSO DO PAÍS

A aposta de se aproximar dos deputados é arriscada mas é a única alternativa de curto prazo para a Presidenta, no momento. Segundo O Estado de S. Paulo, em reunião com a presidenta, Lula teria dito que “é melhor perder ministérios do que a Presidência”. É um jogo intrincado e nada garante que a estratégia do Planalto, de esvaziar o processo de impeachment na Câmara, funcione.

Como uma metamorfose ambulante, o PMDB pode garantir mais espaço na Esplanada dos Ministérios, mas não necessariamente, apoio irrestrito à presidenta. Seja como for, quando a cúpula do PMDB notou que estava perdendo espaço para deputados com pouca expressão -  boa parte deles ligada a Cunha -, houve uma chiadeira geral.

Entre os indicados para a pasta de infraestrutura estava o carioca Celso Pansera, o deputado que foi chamado pelo doleiro Alberto Yousseff, réu na operação Lava Jato, de “pau mandado” de Cunha. Para o Ministério da Saúde, havia também o deputado paraibano Manoel Júnior, um parlamentar que já ocupou a tribuna da Câmara para criticar o programa Mais Médicos, uma das bandeiras da gestão Dilmista.

Embora o deputado tenha evitado se manifestar sobre qualquer aspecto envolvendo seu nome na indicação para o Ministério da Saúde, fontes palacianas expressaram suas convicções de que “a nova fase do parlamentar do PMDB se alinha às estratégias de governabilidade e de superação da crise conjuntural, portanto, já é água passada sua crítica em que chegou até a defender afastamento da presidenta”.

“O fato mais importante deste momento é a construção real e permanente da governabilidade gerando as condições para o Governo tocar a gestão, algo que não conseguiu fazê-lo até a presente data”.

O Ministro tem a missão institucional de proporcionar o mais amplo apoio aos programas do Ministério da Saúde, o SUS, Mais Médicos, vacinação, DST/AIDS, diagnósticos assim como tantos outros programas relevantes precisam avançar.

Neste cenário, os senadores da cúpula queriam sugerir nomes de peso. Os emissários de Michel Temer, também. Um deles, o atual ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, foi apontado como o responsável por garantir a maior parte dos votos dos 67 deputados peemedebista nos últimos meses.

As intrigas internas vieram à tona com citações, como: “O Picciani promete o que não pode entregar. Quem dá votos é o Padilha. Foi assim entre abril e agosto, quando ele foi o articulador político do Governo ao lado do Temer. Você acha que o ajuste fiscal passou no Congresso porque um aliado do Cunha pediu votos para a Dilma ou porque o Padilha ofereceu um monte de cargos?”, disse um deputado do PMDB.

Outro recado dado ao Governo foi o de que o PMDB não aceitaria ficar só com pastas inexpressivas. Ao sugerir o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDiC), hoje com o PTB, com orçamento de 2,7 bilhões de reais. Ouviu um não. Os peemedebistas pediram a pasta da Integração Nacional, que dispõe de 9,3 bilhões de reais, e tem papel mais direto com futuros eleitores, uma vez que concede crédito para obras que aparecem mais do que as ações do MDiC.

Menos cortes
Em nota divulgada no fim da tarde do dia 24, antes do embarque, o Palácio informou que, a pedido de partidos aliados, deixaria o anúncio da reforma para a próxima semana. A decisão de divulgar as mudanças só depois que a presidenta retornasse da viagem oficial para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) criou uma expectativa sobre a impossibilidade de cortar os dez ministérios prometidos, além de grande constrangimento aos Ministros em exercício, notadamente para o Ministro da Saúde surpreendido pelo noticiário e “excluído” da delegação que acompanhou a Presidente nos Estados Unidos.

Dadas como cartas fora do baralho, as secretarias (com status de ministério) da Aviação Civil e os Portos seriam mantidas para agradar o PMDB. O ministério da Pequena e Média Empresa, sob o comando de Guilherme Afif Domingos, também pode sobreviver ao corte para garantir o apoio do PSD, que hoje tem 34 deputados, 4 senadores e dois ministros (o outro é Gilberto Kassab, das Cidades).

A única certeza aparente é a extinção do Ministério da Pesca. O seu atual ministro, Helder Barbalho, não ficaria de mãos abanando. Ele seria transferido para a secretaria dos Portos. Helder é filho do influente senador do PMDB, Jader Barbalho, e, se ficasse de fora, poderia desagradar a bancada do partido no Senado.

Das 16 medidas anunciadas há duas semanas pelo Governo para reduzir o déficit de 30 bilhões de reais no ano que vem, apenas uma, a reforma administrativa, dependia exclusivamente do Poder Executivo. As outras 15 dependem de votações no Congresso Nacional.

No meio de toda confusão o País continua parado, o “PMDB-dependência” cada vez maior e os Empresários a espera de um mínimo de segurança e estabilidade para poder continuar trabalhando...

Com informações do jornal El Pais



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