O Ministério da Saúde informa
que a vacinação imediata contra febre amarela nos municípios do estado de Minas
Gerais deve ser, preferencialmente, a pessoas que vivem em áreas rurais dos
municípios com casos suspeitos e a pessoas que nunca se imunizaram contra a
doença. Todos os estados estão abastecidos com a vacina e o país tem estoque
suficiente para atender toda a população nas situações recomendadas. Na
terça-feira (10), o Ministério da Saúde enviou ao estado de Minas Gerais, 285
mil doses da vacina e nesta quinta-feira (12) serão encaminhadas mais 450 mil
unidades, totalizando mais de 1 milhão de doses ao estoque do estado.
A Organização Mundial da Saúde
considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção por
toda a vida. No entanto, como medida adicional de proteção, o Ministério da
Saúde definiu a manutenção do esquema de duas doses da vacina Febre Amarela no
Calendário Nacional, sendo uma dose aos noves meses de idade e um reforço aos
quatro anos.
Para intensificar as ações de
vacinação, o estado de Minas Gerais, em conjunto com os municípios, fará busca
ativa nas localidades onde foram registrados casos suspeitos da doença na zona
rural dos municípios. Postos de saúde móveis serão montados nas regiões onde
estão ocorrendo os casos suspeitos de febre amarela, além da ampliação do
horário de funcionamento das unidades.
A recomendação de vacinação
para o restante do país continua a mesma: toda pessoa que reside em Áreas com
Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para
regiões silvestres, rurais ou de mata dentro dessas áreas, deve se imunizar. A
vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema
Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Os estados do
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito
Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
Desde o início da semana, duas
equipes do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do
Sistema Único de Saúde (EpiSUS) e técnicos do Programa Nacional de Imunização e
Coordenação-Geral das Doenças Transmissíveis estão na região para apoiar o
estado de Minas Gerais e municípios na investigação de casos suspeitos de febre
amarela. Além de ajudar na investigação, as equipes do EpiSUS vão trabalhar no
estabelecimento de medidas de controle.
ATUALIZAÇÃO DE CASOS
– Nesta quarta-feira (11), o Ministério da Saúde recebeu da Secretaria de
Saúde do Estado de Minas Gerais informações atualizadas sobre a ocorrência de
casos e mortes suspeitas de febre amarela. Até o momento, existem 16 casos e
oito óbitos prováveis de Febre Amarela. No total, o Ministério da Saúde
investiga 48 casos e 14 mortes suspeitos da doença em 15 municípios. A
investigação está sendo conduzida, em conjunto, pelo Ministério da Saúde,
estado de Minas Gerais e municípios envolvidos.
Os municípios com ocorrência
de casos suspeitos de febre amarela (Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar,
Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Entre Folhas, Ubaporanga,
Ipanema, Inhapim, São Domingos das Dores, São Sebastião do Maranhão,
Itambacuri, Poté e Setubinha) já fazem parte da área de recomendação para
vacinação, assim como todo o estado de Minas Gerais.
SOBRE A FEBRE AMARELA - A
febre amarela silvestre (FA) é uma doença endêmica no Brasil, particularmente
na região amazônica, mas também fora dela. Nos últimos anos, as regiões
Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país também foram acometidas com casos da FA. O
padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos incidindo
entre dezembro e maio, e com casos isolados ou surtos que ocorrem com
periodicidade irregular, quando indivíduos suscetíveis entram em contato com
locais onde existem os mosquitos transmissores da doença, que usualmente se
alimentam do sangue de macacos. Isso ocorre com maior probabilidade em
condições climáticas de elevada temperatura e pluviosidade, que favorecem a
multiplicação desses insetos.
Em 2015, foram registrados
nove casos de febre amarela silvestre em todo o Brasil, com cinco óbitos. Em
2016, foram confirmados seis casos da doença, nos estados de Goiás (3), São
Paulo (2) e Amazonas (1), sendo que cinco deles evoluíram para óbito.
Atualmente, o Brasil tem registros apenas de febre amarela silvestre. Os
últimos casos de febre amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti)
foram registrados em 1942, no Acre.
ESQUEMA VACINAL - Para
pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses. Pessoas com 60 anos ou
mais, que nunca foram vacinadas, ou sem o comprovante de vacinação, o médico
deverá avaliar o benefício desta imunização, levando em conta o risco da doença
e o risco de eventos adversos nesta faixa-etária ou decorrente de comorbidades.
Apesar da alta eficácia do
imunobiológico, o Ministério da Saúde alerta que, nos casos de pacientes com
imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação
médica individual de risco-benefício, não devendo ser realizada em caso de
imunodepressão grave.
Indivíduos com histórico de
reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de
galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal
bovina), assim como pacientes com história pregressa de doenças do timo
(miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica),
também devem buscar orientação de um profissional de saúde.
Orientações para a vacinação
contra febre amarela para residentes em área com recomendação da vacina ou
viajantes para essa área.
Indicação
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Esquema
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Crianças de 6 meses a 9 meses de idade incompletos
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A vacina está indicada somente em situações de emergência
epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área
de risco de contrair a doença.
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Crianças de 9 meses até 4 anos 11 meses e 29 dias de
idade
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Administrar 1dose aos 9 meses de idade e 1
dose de reforço aos 4 anos de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as
doses.
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Pessoas a partir de 5 anos de idade, que receberam
uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade
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Administrar uma única dose de reforço, com intervalo
mínimo de 30 dias entre as doses.
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Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram
vacinadas ou sem comprovante de vacinação
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Administrar a primeira dose da vacina e, 10 anos depois,
1 dose de reforço.
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Pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2
doses da vacina
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Considerar vacinado. Não administrar nenhuma dose.
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Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou
sem comprovante de vacinação
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O médico deverá avaliar o benefício e o risco da
vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos
nessa faixa etária ou decorrentes de comorbidades.
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Gestantes, independentemente do estado vacinal
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A vacinação está contraindicada. Na impossibilidade de
adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência
de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o
médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação.
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Mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses
de idade, independentemente do estado vacinal
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A vacinação não está indicada, devendo ser adiada até a
criança completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação,
como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias
ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o
benefício e o risco da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando
e receberam a vacina, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente
por 28 dias após a vacinação (com um mínimo de 15 dias).
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Viagens internacionais: seguir as recomendações do
Regulamento Sanitário Internacional (RSI).
Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil:
vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O
prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação.
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Acesse no portal do Ministério da Saúde na
internet a lista de municípios com recomendação da vacina contra febre amarela:
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