Quantitativo será entregue
pela Fiocruz/BioManguinhos nos próximos dias e atende a demanda do país.
Pessoas que vivem em áreas de recomendação devem tomar duas doses da vacina ao
longo da vida
O Ministério da Saúde reforça
o estoque estratégico da vacina contra febre amarela com mais 11,5 milhões de
doses. De forma imediata, a Fiocruz/BioManguinhos, subordinada à pasta,
repassará 6 milhões de doses. Além disso, a fundação possui ainda 5,5 milhões
de doses que serão entregues de acordo com as solicitações do Ministério. O
anúncio foi feito durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (25), em
Brasília (DF), com a presença de representantes do Ministério da Saúde e
secretarias de estaduais de saúde de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, Bahia e São Paulo.
Confira a apresentação, anexa
Para cumprir este cronograma,
a Fiocruz/BioManguinhos vai trabalhar com as duas unidades na produção de 9
milhões de doses por mês da vacina contra a febre amarela. Caso haja
necessidade, a produção poderá ser ampliada. “Estamos em contato e em
articulação diária com os estados para dar todo o suporte necessário, tanto na
questão da vacinação quanto no auxílio para a investigação de casos suspeitos
de febre amarela silvestre. A população brasileira sai ganhando, porque é uma
estratégia que o sistema público se une para um único objetivo, que é evitar um
maior número de casos”, destacou o secretário de Vigilância em Saúde, do
Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante.
Para auxiliar na
intensificação da imunização, desde o início deste ano o Ministério da Saúde
tem enviado doses extras da vacina de febre amarela aos estados que estão
registrando casos suspeitos da doença, além de outros localizados na divisa com
áreas que tenham notificado casos. No total, 5,4 milhões de doses extras foram
enviadas para cinco estados: Minas Gerais (2,9 milhões), Espírito Santo (1,05
milhão), Bahia (400 mil), Rio de Janeiro (350 mil) e São Paulo (700 mil). O
quantitativo é um adicional às doses de rotina do Calendário Nacional de
Vacinação, enviadas mensalmente aos estados, que totalizaram 650 mil no mês de
janeiro.
“A medida de focar a vacinação
nas áreas consideradas de risco, tomada pelo Ministério da Saúde em conjunto
com os estados, é a melhor maneira para conter a situação do momento,
oferecendo eficácia e segurança para a população”, ressaltou o diretor do
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Eduardo Hage.
DUAS DOSES -
A vacinação de rotina é ofertada em 19 estados do país com recomendação para
imunização. Todas as pessoas que vivem nesses locais devem tomar duas doses da
vacina ao longo da vida. Também precisam se vacinar, neste momento, pessoas que
vão viajar ou vivem nas regiões que estão registrando casos da doença: leste de
Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da
Bahia.
O Espírito Santo, Rio de
Janeiro e parte da Bahia não são áreas de recomendação para vacinação contra a
febre amarela, por isso a recomendação é de que sejam vacinadas as pessoas que
moram próximas à divisa com o leste de Minas Gerais. Não há necessidade de
corrida aos postos de saúde, já que há doses suficientes para atender as
regiões com recomendação de vacinação.
“O Espírito Santo não é uma
área de recomendação para vacina, e o que estamos fazendo é uma estratégia
cautelar de bloqueio nos municípios que fazem divisa com Minas Gerais. Não há
falta de vacina para essas pessoas que têm recomendação de vacinação. Nós
pedimos que a população não residente nessas áreas que não se vacinem sem
necessidade”, ponderou o subsecretário de saúde do Espírito Santo, Sílvio
Machado.
“Estamos fazendo, no Rio de
Janeiro, um cinturão de bloqueio nos 14 municípios mais próximos à região de
Minas Gerais, para evitar que a febre amarela chegue ao estado. Queremos deixar
claro que não há falta de vacina. Neste momento, contamos com a solidariedade
de quem não mora nas áreas de recomendação para que não se vacinem sem
necessidade. Assim, não vai faltar aos que precisão no futuro”, afirmou o
secretário estadual de saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio de Souza.
“Recebemos um incremento de
doses extras do Ministério da Saúde. Vamos intensificar a vacinação em 67
cidades do estado, começando pela região rural e depois seguimos para as áreas
urbanas”, acrescentou o secretário estadual de saúde da Bahia, Fábio Vilas
Boas.
O Ministério da Saúde enviou,
nesta semana, uma equipe da Força Nacional do SUS para auxiliar no atendimento
aos pacientes com suspeitas de febre amarela em Minas Gerais. Ao todo, são 10
profissionais que estão no estado - entre médicos, enfermeiros e assistentes –
prestando assistência aos casos da doença. Os profissionais somam esforços
junto às equipes de vigilância do Ministério da Saúde, que estão no estado desde
o início do mês.
“A vacina que chega hoje ao
estado de Minas Gerais é distribuída imediatamente aos municípios. O estado
também está auxiliando os municípios na programação da vacinação, enfatizando a
necessidade de imunizar os moradores da área rural e também na vacinação casa a
casa”, explicou a subsecretaria de gestão regional de saúde de Minas Gerais,
Márcia Faria.
Para o secretário adjunto
estadual de saúde de São Paulo, Eduardo Ribeiro, a situação da incidência da
febre amarela no estado está sob controle. “Os três casos que estão notificados
até o momento estão circunscritos em uma região de São Paulo bem definida,
território esse que, a despeito de apresentar uma cobertura vacinal elevada,
está sendo objeto de uma importante intensificação da vacinação. Isso contando
com uma forte parceria do Ministério da Saúde que, recentemente, disponibilizou
doses extras de vacina para ampliação da cobertura vacinal no território do
estado de São Paulo”, destacou.
CASOS - Nesta
terça-feira (24), o Ministério da Saúde registrou 438 casos suspeitos de febre
amarela, sendo 89 mortes. Do total, 364 permanecem em investigação, 70 foram
confirmados e quatro descartados. Das 89 mortes notificadas, 40 foram
confirmadas e 49 permanecem em investigação. Os casos foram registrados em
Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, São Paulo e Distrito Federal. Minas Gerais
é o estado com o maior número de registros até o momento.
Distribuição dos casos de febre amarela
notificados até 24 de janeiro:
UF
|
Notificados
|
Em investigação
|
Confirmados
|
Descartados
|
Municípios
|
Minas Gerais*
|
404
|
337
|
66**
|
1
|
40
|
Espírito Santo
|
22
|
21
|
1
|
0
|
14
|
Bahia
|
7
|
6
|
0
|
1
|
3
|
São Paulo
|
3
|
0
|
3
|
0
|
3
|
Distrito Federal
|
2
|
0
|
0
|
2
|
1
|
Total
|
438
|
364
|
70
|
4
|
61
|
*Incluídos casos notificados pela Bahia,
Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal com local provável de infecção em
Minas Gerais.
**Excluído um caso notificado pelo Distrito Federal com local de provável de infecção em Minas Gerais que permanece em investigação.
**Excluído um caso notificado pelo Distrito Federal com local de provável de infecção em Minas Gerais que permanece em investigação.
Distribuição dos óbitos de febre amarela
notificados até 24 de janeiro:
UF
|
Notificados
|
Em investigação
|
Confirmados
|
Descartados
|
Municípios
|
Minas Gerais*
|
84
|
47
|
37**
|
0
|
21
|
São Paulo
|
3
|
0
|
3
|
0
|
3
|
Espírito Santo
|
2
|
2
|
0
|
0
|
1
|
Distrito Federal
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
Bahia
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0
|
Total
|
89
|
49
|
40
|
0
|
25
|
*Incluídos casos notificados pela Bahia,
Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal com local provável de infecção em
Minas Gerais.
**Excluído um caso notificado pelo Distrito Federal com local de provável de infecção em Minas Gerais que permanece em investigação.
Por Amanda Mendes, da Agência Saúde
Anexo:
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