A Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS), representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas,
divulgou nessa semana (9) uma atualização de alerta epidemiológico sobre febre
amarela para a região.
O documento informa que, desde
2016, Brasil, Colômbia e Peru reportaram casos confirmados da doença. A febre
amarela é uma enfermidade
hemorrágica viral aguda
transmitida por mosquitos infectados. Pode ser prevenida por uma vacina eficaz,
segura e acessível.
No ano passado, o Brasil
confirmou seis casos de febre amarela em humanos – sendo um originário de
Angola. Na sexta-feira (6), o país notificou à OPAS/OMS a ocorrência de 23
casos suspeitos e prováveis da doença, incluindo 14 mortes no estado de Minas
Gerais. As causas ainda estão sendo investigadas.
Na Colômbia, foram reportados
no ano passado 12 casos de febre amarela silvestre (ou selvagem), dos quais 7
confirmados em laboratório e 5 prováveis.
Conforme já indicado na
atualização epidemiológica sobre febre amarela divulgada no último 14 de
dezembro, a confirmação de casos nos departamentos colombianos de Vichada
(fronteira com a Venezuela), Chocó (fronteira com o Panamá) e Guainía
(fronteira com Venezuela e Brasil) representam um risco de circulação do vírus
para esses países fronteiriços, especialmente em áreas onde compartilham o
mesmo ecossistema.
No Peru, foram notificados 80
casos de febre amarela silvestre no ano passado, dos quais 62 confirmados e 18
classificados como possíveis, incluindo 26 mortes.
Tendo em vista o aumento no
número de casos confirmados de febre amarela em países das Américas, assim como
o crescimento de epizootias de febre amarela em primatas não humanos, a
OPAS/OMS recomendou que os governos continuem seus esforços para detectar,
confirmar e manejar casos de febre amarela em um contexto de circulação de
diversas arboviroses. Esse é o caso da zika, da dengue e da chikungunya.
A agência da ONU destacou que
os profissionais de saúde devem estar atualizados e treinados para detectar e
tratar os casos, especialmente em áreas de circulação do vírus. A OPAS/OMS
pediu a implementação das ações necessárias para informar e vacinar viajantes
que se dirigem para áreas onde a certificação da vacina contra a febre amarela
é obrigatória.
A agência da ONU não
recomendou qualquer restrição de viagem ou comércio com países em que houver
surtos de febre amarela.
Transmissão
O vírus da febre amarela é um
arbovírus do gênero flavivírus, transmitido por mosquitos pertencentes às
espécies Aedes e Haemagogus. Ambas vivem em diferentes habitats – algumas em
volta das casas (domésticas), outras na floresta (silvestres) e algumas nos
dois locais (semi-domésticas).
Populações em risco
Quarenta e sete países da
África (34) e das Américas Central e do Sul (13) são endêmicos ou possuem
regiões endêmicas de febre amarela. Um estudo modelo baseado em fontes de dados
africanas estima que, em 2013, a febre amarela foi responsável por 84 mil a 170
mil casos graves. Desse total, entre 29 mil e 60 mil pessoas morreram.
Ocasionalmente, viajantes que
visitam países endêmicos podem levar a febre amarela para outros locais livres
da doença. Com o objetivo de impedir a importação da enfermidade, muitos
governos exigem comprovante de vacinação contra febre amarela antes de emitir o
visto, particularmente no caso de viajantes que vêm de ou visitaram áreas
endêmicas.
Efeitos secundários
No mundo, são raros os relatos
de efeitos secundários graves da vacina contra febre amarela. O risco é maior
para pessoas com idade acima de 60 anos e qualquer pessoa com imunodeficiência
grave devido aos sintomas do HIV/aids e outras causas, como disfunções na
glândula timo. Pessoas com mais de 60 anos devem receber a vacina após
avaliação cuidadosa de risco-benefício.
A vacina contra a febre
amarela não deve ser administrada em pessoas com doença febril aguda, cujo
estado de saúde geral está comprometido; pessoas com histórico de
hipersensibilidade a ovos de galinha e/ou seus derivados; bem como em mulheres
grávidas, exceto em uma emergência epidemiológica e situações em que há
recomendação expressa de autoridades de saúde.
A agência da ONU também não
recomenda a vacina para pessoas severamente inmunodeprimidas por doenças (por
exemplo, cancro, leucemia, aids etc.) ou medicamentos; crianças com menos de 6
meses de idade (consulte a bula do laboratório da vacina); e pessoas de
qualquer idade com uma doença relacionada ao timo.
Principais fatos
A febre amarela é uma doença
hemorrágica viral aguda transmitida por mosquitos infectados. O termo “amarela”
se refere à icterícia que acomete alguns pacientes.
Os sintomas de febre amarela
são febre, dor de cabeça, icterícia, dores musculares, náusea, vômitos e
fadiga. Uma pequena proporção de pacientes que contraem o vírus desenvolve
sintomas graves e aproximadamente metade deles morre entre 7 e 10 dias.
O vírus é endêmico em áreas
tropicais da África, América Central e América do Sul.
Desde o lançamento da ‘Yellow
Fever Initiative’ – ação liderada pela OMS – em 2006, foram feitos progressos
significativos no combate à doença na África Ocidental e mais de 105 milhões de
pessoas foram vacinadas em campanhas de massa. Não foram notificados focos de
febre amarela na África Ocidental durante 2015.
Grandes epidemias de febre
amarela ocorrem quando pessoas infectadas introduzem o vírus em áreas
densamente povoadas, com alta densidade de mosquitos e onde a maioria das
pessoas tem pouca ou nenhuma imunidade devido à falta de vacinação. Nessas
condições, mosquitos infectados transmitem o vírus de pessoa para pessoa.
A febre amarela pode ser
prevenida por uma vacina eficaz, segura e acessível. Apenas uma dose da vacina
é suficiente para garantir imunidade e proteção ao longo da vida contra a febre
amarela. A vacina confere imunidade eficaz dentro de 30 dias para 99% das
pessoas imunizadas.
Tratamentos de apoio de
qualidade em hospitais melhoram as taxas de sobrevivência. Não há, atualmente,
nenhum medicamento antiviral específico para febre amarela.
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